A Traidora do Trono
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série A Rebelde do Deserto #2
440 páginas | 2017
Amani Al’Hiza mal acreditou quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal nos confins do deserto, montada num cavalo de areia com Jin, um forasteiro misterioso. Em pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser sua própria liberdade: a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que luta para livrar o país inteiro do domínio de um sultão sanguinário. Em meio às perigosas batalhas, Amani é traída quando menos espera e acaba se tornando prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela tenta se aproximar do sultão para descobrir informações úteis para a causa rebelde. Contudo, quanto mais tempo passa ali, mais ela questiona se o governante é de fato o vilão que todos acreditam, e quem são os verdadeiros traidores do país.
História
Então, essa é a continuação de A Rebelde do Deserto, então vou tentar escrever sem spoilers mas né… Continuação! Leia por sua conta e risco. 😉
Já começo dizendo que não tem triângulo amoroso em A Traidora do Trono, que foi uma das minhas maiores preocupações no final do primeiro livro. A gente já é casca grossa de YA pra saber que segundo livro significa carinha novo metendo o bedelho no romance do primeiro livro.
Meus agradecimentos à autora por preservar a gente desse clichê que definitivamente ninguém mais precisa.
Fiquei agradavelmente satisfeita com a continuação da série. Não caiu na maldição do segundo livro. Não criou um romance novo pra Amani só porque ela estava longe de Jin.
E ainda conseguiu dar um pouco mais de corpo e profundidade para o Sultão que é o vilãozão da série. Essa era uma outra questão pra mim no primeiro livro, porque ele existia como essa entidade cruel que mata seu pai, irmãos e esposas, e vende o país para os invasores, mas era meio que “só”.
Em A Traidora do Trono Amani é levada para o palácio logo no começo do livro, vendida pela própria tia para o Sultão como uma demdji. Amani vê como uma oportunidade de tentar ser uma espiã dentro do governo, mas precisa conseguir chegar perto do Sultão para realmente ter acesso aos seus planos.
A questão é que agora Amani tem bronze e ferro em seu corpo, então além de só poder dizer a verdade, ela não tem mais acesso a seu poder e o bronze permite que o Sultão dê ordens para demdji que é sempre compelida a obedecer.
Uma coisa que eu achei um pouco longa demais foi o período de permanência de Amani no harém do sultão, e toda a política “feminina” de manipulação e agressão que acontece ali. A história perde ritmo e fica bem arrastada, e ter que lidar com o bully por poder e preferência do filho do sultão, sendo que Amani diversas vezes diz que não está interessada, é beeeem irritante.
Mas ao mesmo tempo, alguns personagens que são inseridos são interessantes e acrescentam corpo pra trama e ajudam na tensão mais para o final da história, além do plot twist que acontece no clímax.
Preciso confessar que eu fiquei satisfeita que o foco do livro é a gente aprender sobre a política e a dinâmica do castelo. Praticamente não tem foco em romance, e eu fiquei agradecida, porque não acho que estava no clima pra um livro cheio de pegação e excesso de açúcar. Então mostrar o crescimento de Amani, suas descobertas, o fato de perder os poderes e ficar novamente “normal”, e como ela ainda assim poderia ajudar seus amigos e a rebelião foi bem mais legal.
O final ganha um ritmo bastante frenético com as reviravoltas, mas o momento Game of Thrones é um pouco previsível, apesar de ainda ser triste e angustiante.
É por livros como A Rebelde do Deserto e A Traidora do Trono que eu ainda não desisti totalmente dos YA. Alwyn Hamilton realmente conseguiu criar uma história e personagens que conseguem sobressair de tantos outros dentro do gênero.
Agora é me organizar para ler o último livro e torcer pra ele conseguir trazer uma resolução a altura de tudo que a autora construir até aqui.
Até a próxima! o/
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