resenha

Não é errado ser feliz – Linda Holmes

21 maio 2021
Informações

Nâo é errado ser feliz

Linda Holmes

Intrínseca

série ---

304 páginas | 2020

4.5

Design 4

História 5

14

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Em uma cidadezinha costeira do estado americano do Maine, Evvie Drake raramente sai de sua casa enorme e vazia, mesmo um ano após a morte do marido. Todos na cidade, inclusive Andy, seu melhor amigo, acreditam que ela fica trancada ali porque ainda está em processo de luto — e Evvie certamente não faz nada para mudar essa impressão. Já em Nova York, Dean, ex-arremessador profissional e amigo de infância de Andy, vive o pior pesadelo de um atleta em sua posição: não consegue mais arremessar e, o pior de tudo, não faz ideia do motivo. Enquanto a imprensa trata de cobrir seu fracasso com uma insistência voraz, o convite de Andy para que passe um tempo no Maine parece a oportunidade perfeita para recomeçar.

Quando Dean se muda para o apartamento anexo à casa de Evvie, os dois fazem um acordo: ele não fará perguntas sobre o ex-marido dela, e ela não vai perguntar sobre a carreira dele no beisebol. Mas na vida, como no esporte, tudo pode mudar, até o último segundo. E assim tem início uma inesperada amizade… com potencial de se tornar algo mais.

Design

Esse é um dos livros que tem cara de romance, porque, na minha cabeça (perturbada), o gênero tem tudo a ver com arte vetorial. É praticamente tipográfica também, porque o título ocupa grande parte da capa.

Mas sendo bastante sincera aqui, não seria uma capa que atrairia minha atenção, mas entenda que eu não sou naturalmente atraída pelo gênero. E a chance de você confundir esse título com um livro de auto-ajuda é grande, não é?

De qualquer forma, eu gosto da simplicidade da arte como um todo. Inclusive no miolo. Esse é um dos projetos da Intrínseca mais simples, que “só” cumprem o dever de disponibilizar o texto de uma forma agradável e com boa legibilidade, mas não tem uma preocupação de criar uma identidade específica pro livro. É um projeto tão simples que nem o cabeçalho título/autor tem.

Funciona, e é meio que isso que importa aqui.


História

Não é errado ser feliz foi uma escolha de leitura daquelas totalmente despretensiosas que eu realmente não estava esperando muita coisa.

É, sou assim com romances em geral. E sim, pode ser um pouco de preconceito meu com o gênero, mas costuma ser mais proveitoso quando eu vou sem nenhuma expectativa. A chance de me surpreender e me ver gostando da leitura é sempre maior.

Exatamente o que aconteceu aqui. EU SIMPLESMENTE ADOREI esse livro!

Talvez eu precisasse de um romance tranquilo e envolvente e ele calhou de ser exatamente o que eu precisava. Não estou menosprezando a história de Linda Holmes, porque eu gostei de praticamente tudo que ela desenvolveu (apesar de ela ter me deixado receosa com uma característica da personalidade de Evvie).

Mas ao mesmo tempo, ela conseguiu tratar com suavidade de assuntos pesados de relacionamento e que deixam o leitor incomodado por Evvie ter passado por situações tão difíceis.

Porque você começa o livro descobrindo que Evvie estava fugindo de casa e de Tim, seu marido, quando recebe uma ligação do hospital da cidade avisando que ele sofreu um acidente de carro.

E, como assim, o que está acontecendo na vida da personagem pra ela decidir fugir?! Eu meio que já fui completamente capturada porque eu queria entender esse relacionamento estranho aí!

A história junta duas pessoas que passaram por um ano muito complicado e angustiante em suas vidas. Evvie ainda está em um processo de luto (?) pela morte de seu marido, enquanto Dean, uma estrela do beisebol, simplesmente “parou de funcionar” e se tornou um fracasso impressionante.

Então, um amigo em comum sugere que Dean fuja para sua cidade no Maine e oferece o anexo da casa de Evvie pra ele morar. A jovem poderia usar o dinheiro do aluguel e também ter contato com uma pessoa que não saiba de tudo da vida dela, como o resto da cidade toda.

E foi aqui que o livro me conquistou de vez. Eu ADORO um bom romance banho maria, daqueles que vai cozinhando os sentimentos dos personagens e do leitor junto, criando aquela expectativa saudável de “QUANDO VAI ROLAR?!”.

Linda Holmes escreve de um jeito para ir mostrando para gente os esqueletos nos armários de Evvie e Dean. Devagar ela mostra o quanto de bagagem eles têm, e como ao mesmo tempo, a convivência entre eles é uma forma de “cura” pros dois. É angustiante no nosso caso acompanhar o quanto Evvie sofreu com seu marido, e até mesmo com seus pais, mas é tão bom ver ela crescendo e se livrando de algumas amarras com a ajuda de Dean.

Então o pai dela brindou. Ele não disse que Tim tinha sorte por se casar com ela, nem que Evvie tinha sorte por se casa com ele. Em vez disso, disse, de forma bastante específica, que ela teve sorte por Tim se casar com ela. “Minha família tem muita sorte, e minha Eveleth tem muita sorte por Tim querer ser seu marido.” (…) Ele sempre quis ter certeza que alguém cuidaria da filha e, em seu opinião, ela tivera sorte. p.89

E isso que me deixou um pouco preocupada. Evvie é aquele tipo de personagem feminina que quer “consertar” tudo, pra evitar ter que lidar com seus problemas. Não sei você, mas eu tenho um pouco de medo desse tipo de personalidade, porque as pessoas tendem a se tornar obsessivas e sufocando o outro.

Por mais que a narrativa possa ir nesse sentido, Holmes justifica e transforma isso em oportunidades de crescimento dos personagens, o que torna o processo de passar por certo desconforto, vendo como funciona a dinâmica entre a Evvie e Dean, mais aceitável pelo pay-off que vem depois.

Fora o romance, eu gostei MUITO da autora ter criado uma amizade tão sólida e crível entre Evvie e Andy! Porque o clichê é normalmente a viúva e o divorciado que são melhores amigos simplesmente fiquem juntos, e aqui eles só funcionam como amigos mesmo. E é lindo ver como eles se apoiam completamente sem esperar por uma retribuição sexual.

Assim, preciso avisar que existem momentos que a autora trata de assuntos delicados, principalmente no relacionamento da Evvie. A gente vai descobrindo com o passar do tempo que o marido era uma pessoa horrível com ela, então se você tem algum tipo de gatilho com relacionamentos abusivos vale o aviso. Não são coisas muito longas ou muito gráficas, mas podem incomodar.

E existe um momento da história que Evvie e Andy tem um desentendimento e é bastante feio. Vale o aviso também.

(…) O choro no chuveiro é o choro do agente secreto, Evvie sempre pensara. Ficava entre você e as paredes de azulejos, e tudo que doía se transformava em água, e a água escoava pelo ralo. p.238

Entenda que esse é um livro sobre reencontro com a própria autoestima, de redescoberta e de cura, e pra chegar até lá algumas coisas feias acontecem no caminho. E eu achei que toda a construção em volta do processo da Evvie e do Dean valeu a pena acompanhar.

Pois é! Tou aqui recomendando mais um romance no blog. Me diverti, então acho que realmente valeu a pena a leitura.


Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Sahh 20 jan 2023 at 09:40

    Tem hot esse livro??

    • Responder Samara Maia Mattos 24 jan 2023 at 20:07

      Oi Sahh, tem um romance de slow burn, mas confesso que não lembro se tinha cenas descritivas de sexo não. Provavelmente se eu não lembro é porque não teve mesmo…

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