resenha

Duna Graphic Novel – Brian Herbert e Kevin K. Anderson

9 fev 2021
Informações

Duna Graphic Novel

Brian Herbert e Kevin K. Anderson

Intrínseca

série Duna #1

192 páginas | 2021

2.5

Design 2.5

História 2.5

12

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Em 1965, um livro revolucionaria por completo a ficção científica e se tornaria um marco da literatura e da cultura pop. Com sua narrativa inovadora, unindo aventura, fantasia, religião, política, tecnologia e ecologia, Duna é uma das sagas mais bem-sucedidas da história e inspirou outros clássicos, como Star WarsBlade Runner e Alien. Agora, essa obra-prima ganha uma versão em graphic novel fiel à exuberância e à complexidade do universo criado por Frank Herbert.

Num futuro distante, a casa Atreides, liderada pelo duque Leto, se prepara para uma jornada até o planeta desértico de Arrakis. Também conhecido como “Duna”, esse lugar cercado de mistérios e perigos é a única fonte da substância mais valiosa do cosmos. O duque precisará se aliar aos nativos, os fremen, se quiser impedir que a casa Harkonnen assuma o controle do planeta. E é lá que seu filho, Paul, conhecerá seu destino. O jovem pode ser a chave de um plano traçado há séculos e uma peça importante no jogo de poderes do império.

Adaptado com maestria por Brian Herbert, filho do autor, e por Kevin J. Anderson, este primeiro volume da série de graphic novels conta com as cores vibrantes das artes de Raúl Allén e Patricia Martín.

Design + História

Normalmente eu faço minhas resenhas separando a parte de Design e História, mas aqui, como é uma graphic novel, e a arte tem um grande peso na narrativa, eu resolvi juntar tudo.

Primeiro vamos falar sobre o produto da Intrínseca, porque ele segue o mesmo padrão de outras graphic novel que a editora está lançando. Tamanho americano, papel couchê pro miolo e capa cartonada sem orelhas (porque é um quadrinho). O resto do “trabalho” vem dos roteiristas e ilustradores que construíram a história.

E olha… foi difícil. Tanto na parte gráfica das ilustrações quanto da narrativa.

Faz anos que li Duna pela primeira vez então muita coisa eu não me lembro muito bem. E não consigo imaginar o quanto deve ter sido um trabalho difícil transformar o livro do Frank Herbert em um roteiro de quadrinhos.

Mas a sensação que eu tive foi de um resumo muito corrido e superficial. Tá que esse é a primeira parte de uma trilogia mas ou eu não estou mais acostumada a ler quadrinhos, ou realmente tem uns cortes no ritmo e na narrativa que atrapalharam minha imersão.

O que fica parecendo é que as conexões dos momentos da história são todos truncados, os diálogos também parecem todos cortados e eles não se conectam direito. E eu não acho que isso é “culpa” da tradução/adaptação pro português.

Por exemplo. Em um momento da história, no último quadrinho da página, um personagem está do lado de fora de uma barraca se questionando alguma coisa filosófica da vida. Na página seguinte o personagem já está do lado de dentro da barraca, ajoelhado no chão e tendo uma crise de consciência!

Sim, eu sei que a gente pode montar mentalmente tudo o que ele fez pra voltar pra parte interna, mas em termos de construção do sentimento e da angústia do personagem é tão estranho essa quebra de continuidade.

Num quadrinho não são só os balões de diálogo que contam a história. Os quadros e as ilustrações são extremamente responsáveis pelo ritmo, foco e direção da história. E aqui muitas vezes os momentos que foram desenhados não ajudam em nada disso, mas deixam às vezes blocos estranhos de “vazio” narrativo.

Um outro problema sério pra mim foi o estilo dos ilustradores. Todos os personagens masculinos parecem ter mais de 30 anos. Inclusive Paul, que na história só deveria ter 15. A arte não é uniforme, e a aparência do Paul se altera em muitos momentos e fica difícil de comprar que ele é um adolescente no traço de Raúl Allén e Patricia Martín.

Lady Jessica também parece muito jovem e todas as outras mulheres que aparecem na história são idosas. Eu não me lembro da idade dela no livro, mas é meio estranho todos os personagens masculinos parecerem mais velhos, e ela ser a única jovem.

Também não curti grande parte do costume design que criaram pra identificar que estamos em um futuro muito longínquo e tecnologicamente mais avançado, mas que ainda possui uma sociedade monárquica. A estética apresentada no filme é bem mais interessante visualmente.

Na apresentação do quadrinho tem uma explicação falando que eles quiseram se afastar da identidade criada para os filmes e séries. Mas na minha opinião de 💩, a proposta da graphic novel é bem fraca.

Assim, eu sou uma cria da Marvel dos anos 1990/2000. Minha expectativa de quadrinhos começa de um jeito diferente, desde a forma como as coisas são narradas até construção da arte e organização de quadros.

Ao mesmo tempo, eu sou uma leitora há tanto tempo quanto. E provavelmente amadureci mais como leitora de livros do que de quadrinhos e não saiba realmente apreciar uma obra transposta pra essa mídia.

Como já comentei na resenha de Parthenon Místico, eu sempre prefiro achar que a culpa é minha de não ter funcionado muito bem esse ou aquele livro, ou quadrinho no caso. Pode ser que pra você seja uma ótima experiência!

Se você quer conhecer a obra de Frank Herbert pra poder ver o filme novo com mais propriedade, AND tem um pouco de preguiça de passar pelas 680 páginas do primeiro livro, essa graphic novel vai te dar um apanhadão do que você precisa saber.

Eu só não sei se vou querer ler os próximos dois volumes. Pra mim o livro funciona melhor e eu pretendo reler em algum momento, e se der, antes do filme.


Até a próxima! o/

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