Eu nem terminei de dar “feliz ano novo” pras pessoas da indústria vital e a gente já está praticamente na metade de fevereiro. Se você está lendo isso e ainda é jovem, não reclame que a semana está demorando muito pra passar. Vai chegar um momento em que tudo vai ser rápido demais. Acredite.
Mas janeiro já terminou. E consegui a façanha de ler cinco livros no mês. Ajudou que um deles foi a graphic novel da Sarah Andersen que acabou de sair por aqui.
Já que comecei falando dela, vamos de Esquisitona, da Sarah Andersen. Esse é a quarta graphic novel da autora que a Seguinte traz pro Brasil, e preciso comentar que, apesar de achar que a autora ainda mora no meu subconsciente, alguns temas que ela tratou nas tirinhas dessa edição não foram tão “perfeitos” quanto nas anteriores.
Não estou dizendo que o quadrinho está ruim ou qualquer coisa assim. Continuei me divertindo com as sacadas e comédias que acompanhei ao longo das páginas, e continuo recomendando pra qualquer pessoa que se identifica como introvertida, socialmente estranha, ou que gosta de quadrinhos em geral.
Sempre reclamo que não dou muito espaço para leitura de thrillers na minhas escolhas mensais de livros, mesmo gostando do gênero. Nessa de consumir o conteúdo alheio, vi o Victor do Geek Freak recomendando O julgamento de Miracle Creek, e como costumo confiar na opinião dele e temos alguns gostos parecidos, fui atrás do livro.
Realmente a história é interessante. A gente acompanha o julgamento de uma mulher acusada de matar o filho e outra pessoa em uma instalação médica. Essa clínica foi criada por uma família de imigrantes coreanos, com a promessa de que “mergulhos” de alta pressão de oxigênio auxiliam em diversos tipos de tratamentos. No caso são crianças com algum tipo de neurodivergência e um homem com baixa fertilidade.
Então, ao longo do livro, vamos nessas idas e vindas do presente, acompanhando o julgamento, e o passado, em um período antes da explosão da clínica. Alternamos entre os diversos personagens, e a cada capítulo você vai conhecendo um pouco mais dos segredos que todos guardam.
O livro reflete sobre muitos assuntos, indo desde a maternidade em todas as suas nuances, relacionamento familiar, choque de culturas (coreana e americana), traição, vários tipos de abuso até o próprio julgamento em si. Gostei do livro, mas confesso que quando você descobre todo o plot da explosão é um pouco anticlimático.
- O Capítulo Secreto [skoob/goodreads] – A Biblioteca Invisível #6 – Genevieve Cogman (Compre na Amazon*)
Essa é uma série que conquistou um espacinho cativo no meu coração. Eu simplesmente adoro acompanhar as aventuras de Irene e Kay ao longo do “multiverso”, em busca de livros raros e únicos e tentando manter o equilíbrio entre as três principais forças: a Biblioteca (neutra), os Dragões (ordem), e os Feéricos (caos).
A Morro Branco ter trazido os livros da Genevieve Cogman, que pra mim era uma completa desconhecida, foi extremamente ousado e acertado! Todo meu amor para essa editora, como sempre.
O Capítulo Secreto já é o sexto volume da série e MUITA COISA já aconteceu até aqui, então, tentando comentar sem spoilers, um mundo muito importante para Irene está perigando ser dominado pelo caos, e ela aceita uma missão de um Lorde Feérico de participar de um grupo seleto de pessoas para roubar uma obra de arte. Em troca, Irene receberia um livro raro que pode estabilizar o equilíbrio do mundo ameaçado.
Com muita ação, intrigas, traições, tecnologia e magia, o livro mantém a qualidade de todos os anteriores, e ainda traz mais informações sobre o passado de Irene e mistérios que uma das forças do universo gostaria de manter em segredo.
Até o momento, a série tem oito livros lançados lá fora. Espero que a Morro Branco traga os dois próximos em breve. Se for seguir a velocidade dos lançamentos anteriores, talvez só em 2025 vamos ver The Dark Archive por aqui.
Upgrade é o quarto livro que leio de Blake Crouch. Aqui no blog já falei de Matéria Escura e Recursão. Também li a antologia de contos que ele organizou com outros autores em Forward. Com isso acho que, pra mim, Upgrade foi o mais fraco de todos até agora.
Não sei se foi o protagonista, não sei se foi o tema de evolução genética, não sei se foi a dificuldade de suspensão de descrença com a tecnologia, mas não bateu direito.
A narrativa ainda é muito ágil e envolvente, porque o autor é muito bom de construir cenas, concatenar ideias, descrever a ação. Mas, sei lá. Depois de Recursão, talvez eu tenha ficado com a expectativa que os livros do Crouch sempre seriam de explodir cabeça? Talvez eu tenha que reler Recursão pra ver se ainda tem o mesmo impacto da primeira vez…
Deixei o livro mais difícil pro final. O Impulso foi um livro difícil e muito pesado, tanto que peguei uma outra leitura pra revesar.
Eu nem sei direito como falar sobre a história porque ela é cheia de gatilhos pra tantos assuntos… Tem maternidade tóxica, depressão pós parto, gaslighting, traição, relacionamento abusivo, sociopatia, stalker, relacionamento complicado com crianças, ausência paterna…
A história é muito boa, existe um suspence no sentido de que a gente não tem tanta certeza se podemos confiar na protagonista. Você vê que a avô e mãe dela tiveram problemas de relacionamento e maternais, o que pode indicar que é uma coisa que passa de “mãe pra filha”, que a protagonista vai repetir os mesmos erros. Mas o quanto isso não foi uma forma de despistar a gente como leitor, e criar essa dúvida de o quanto a pessoa é realmente sã?
O livro é muito bom por gerar essas dúvidas, te mantém ali ao longo das páginas, e o final é expetacular, mas você tem que ter estômago pra passar por algumas situações.
Nos vemos em março com os livros de fevereiro! 📅
Até a próxima! o/
Descubra mais sobre Parafraseando Livros
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Nenhum comentário