bate papo

Doando livros

5 jun 2022

É engraçado. Quando comecei a realmente dedicar meu tempo e meu dinheiro aos livros eu tinha aqueles sonhos consumistas de guardar todos para sempre.

Ter uma biblioteca dentro de casa. Estantes e mais estantes pelas paredes dos cômodos, cheias de livros que com certeza eu já teria lido pelo menos uma vez. Eu queria ter a biblioteca da Bela, sem a síndrome de Estocolmo.

Eu queria ser a Fran Leibowitz que nunca se desfez de nenhum livro na vida. (Vale ver o documentário “Faz de Conta que NY é uma Cidade” da Netflix com ela, principalmente o episódio 07 que fala da relação dela com livros e literatura).

Mas a realidade… ela é um pouco diferente do que a gente normalmente coloca como nossos sonhos, metas ou objetivos. Além disso, o tempo também é responsável por fazer com que algumas ideias deixem de ser prioridades nas nossas vidas.

A gente amadurece ou muda de opinião, essa é a verdade.

Algumas coisas que a realidade acabou me mostrando: por conta do blog eu acabei recebendo livros que estavam aqui ocupando espaço mas que não têm muito a ver com meu estilo literário. Espaço foi outra questão. Moro com meu marido num apartamento de 2 quartos, e como sou alérgica, os livros ficam guardados em caixas de 56 litros. Elas estão todas na nossa sala. 18 caisas de livros praticamente cheias!

Acho que por fim, o que pesou também foi o tempo. Essa pequena maravilha que parece que passa cada vez mais rápido a cada novo ano. Eu não estou ficando mais nova e escolher como vou passar meu tempo lendo tem sido um fator muito importante. Ver vários livros que eu tinha aqui há anos mas não sentia mais aquele interesse de ler foi me deixando triste.

Então, como costumo ter muito controle de todos os livros além do Skoob, o processo foi mais de pensar se eu queria ou não manter aquele livro. Mesmo quando eu ainda não tinha lido. Dei uma de Mary Kondo vendo o que me trazia felicidade.

Provavelmente fui um pouco flexível em algumas escolhas, tipo quando a gente diz que vai fazer uma dieta pra voltar a entrar numa calça, e ela vira a roupa do milagre? Pois é. Mantive uns livros do milagre aqui.

No fim, se não me engano, foram 175 livros que “me deixaram”. Encontrei um projeto de bibliotecas em favelas que fazia a retirada em casa e, um dia, eles foram ser companhia de outras pessoas. Aliás, se você é do Rio de Janeiro e quer doar seus livros, vale a pena procurar o Favelivros pra conhecer o trabalho que fazem.

Mas o processo não acabou.

Continuo renovando a lista de livros que não pretendo manter aqui. Acho que essa coisa de conseguir abrir mão do colecionismo ajudou a movimentar alguma coisa “aqui dentro”. Que talvez eu precise ajudar a fazer essa “energia” fluir.

Então é provável que eu venha a doar mais livros. Assim, só os que são realmente importantes fiquem aqui comigo, ocupando um espaço que realmente foi feito pra eles.


Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Gisele Coelho Novaes de Brito 6 jun 2022 at 09:33

    😘

  • Responder Izandra 5 jun 2022 at 20:47

    Sei bem como é. Quando me mudei do Rio para SP, também tive que pensar o que fazer com todas as caixas de livro (que meus pais resolveram trazer de carro, porque eles não sabiam o que fazer com eles). Acabei doando para uma biblioteca municipal bem próximo de onde eu morava na época. Doeu? Doeu. Mas foi uma sensação de paz. E também tive alguns “do milagre” que mantive, e não completam nem uma prateleira. Valor emocional? Provavelmente rs
    Mas é bom exercitar o desapego de vez em quando, ainda mais sabendo que nossos amados livros farão a felicidade de muitos outros leitores :)

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