resenha

O enigma do quarto 622 – Joël Dicker

17 jun 2021
Informações

O enigma do quarto 622

Joël Dicker

Intrínseca

série ---

528 páginas | 2021

4.5

Design 4

História 5

14

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Em uma noite de dezembro, o sofisticado hotel Palace de Verbier, nos Alpes Suíços, é palco de um assassinato sem solução, já que a investigação do crime nunca é concluída pela polícia. Anos depois, o escritor Joël decide tirar alguns dias de férias e se hospeda nesse mesmo local. Lá, uma surpresa o aguarda: seu quarto é o 621 bis, a nova nomenclatura do agora estigmatizado 622, e a curiosidade o leva a mergulhar em uma investigação sobre o caso emblemático.

Ao longo da corrida para descobrir as motivações para o assassinato, somos apresentados a uma gama de personagens tão interessantes quanto pitorescos em um cenário aparentemente tranquilo e acolhedor: uma aristocrata russa decadente que sonha em casar as filhas com homens ricos, um grupo de banqueiros e um jovem ambicioso e talentoso que causa inveja e intriga entre os herdeiros que disputam a presidência de uma instituição financeira familiar.

Com a precisão de um mestre relojoeiro suíço, Joël Dicker nos leva ao coração de sua cidade natal, Genebra, neste romance intrincado e surpreendente, em meio a triângulos amorosos, jogos de poder, golpes, traições e ciúmes. Uma mistura inteligente de mistério e comédia de costumes, O enigma do quarto 622 dá continuidade à obra eletrizante de um dos autores mais aclamados do romance policial.

Design

Esse é um dos projetos gráficos mais tradicionais da Intrínseca, então não tenho muito pra falar porque ele é simples e correto. Uma boa mancha gráfica e uma boa fonte com espaçamento agradável pra leitura.

Queria comentar um pouquinho sobre a capa, porque eu não entendi direito do que se tratava. Eu não sabia se era um foguete sendo lançado, ou um grande chafariz…

Mas acabei procurando no google maps pela cidade de Genebra, que é onde se passa a história, e nas fotos relacionadas apareceu esse mesmo chafariz e descobri que ele é um dos principais pontos turísticos da cidade.

Bela vista do horizonte histórico de genebra com a famosa fonte de jet d'eau  no distrito do porto na bela de genebra | Foto Premium

O Jet D’eau não tem uma presença marcante na história, mas achei uma ótima forma de identificar Genebra na capa.

Fora isso, toda a parte de lettering da arte, o título e o nome do autor, seguem um padrão que já foi usado em todos os outros livros do Joël Dicker lançados pela Intrínseca.


História

– O que é um grande romance? – perguntou Scarlett.

– Segundo Bernard, um “grande romance” é um quadro. Um mundo que se oferece ao leitor, o qual se deixa fisgar por essa imensa ilusão construída a pinceladas. (…) E ele dizia: “Sabe o que é um grande escritor? É um pintor, justamente. No museu dos grande escritores, de que todos os livreiros possuem a chave, há milhares de telas esperando por você”. p.256-257

E é exatamente assim que você se sente lendo O enigma do quarto 622, como se estivesse vendo um grande quadro cheio de camadas de interpretação e de experiência em cada página virada.

Eu fiquei extremamente surpresa com esse livro de Joël Dicker, porque ele é uma mistura de romance ficcional e ao mesmo tempo uma ode ao ato de ser escritor, uma coisa meio metalinguística, e também uma homenagem do autor a seu amado editor que faleceu.

Quando eu comecei a leitura eu não conseguia saber direito se o Escritor Joël retratado nas páginas era uma projeção do próprio autor em seu livro, ou uma “piada” que ele estava fazendo. Algum tipo de experimentação. E só fui realmente confirmar se o editor realmente existia depois da leitura. Eu gostei desse sentimento de ambiguidade que a história me dava por não conhecer a vida do autor.

Na verdade, a história é cheia de ambiguidades, onde você às vezes fica em dúvida se você está realmente lendo uma ficção ou uma projeção da realidade! Porque os personagens que atravessam as páginas são tão críveis que eu me peguei pensando se não tinham um fundo de verdade em suas construções.

Em O enigma do quarto 622 a gente meio que acompanha três narrativas simultâneas.

A primeira é do escritor Joël deprimido pela perda de seu editor, que faleceu recentemente, e também triste pela perda de um interesse romântico que estava desenvolvendo pela vizinha. Para curar o coração partido, ele decide fazer uma viagem para as montanhas de Verbier, onde conhece Scarlett e que desencadeia as duas outras narrativas.

Por conta desse encontro, os dois começam a tentar entender o que aconteceu no hotel para que não mais exista o quarto 622 no sexto andar. Enquanto isso, o Escritor conta para Scarlett como foi que ele passou de um autor desconhecido ao sucesso por conta do envolvimento com seu editor Bernard de Fallois.

Em paralelo, e na maior parte do livro, acompanhamos os personagens que desencadearam toda a curiosidade do quarto 622, e é uma gama bastante grande de pessoas! É uma história cheia de intrigas, corações partidos, encontros e desencontros, expectativas e decepções.

Completamente delicioso de acompanhar, diga-se de passagem. Tem um quê de novela da Globo por conta de uns maneirismos dos personagens, coisas quase estereotipadas que você encontrava em novelas tipo Kubanacan, sabe? É como se fosse uma comédia de costumes, com um sabor mais refinado que Dicker coloca em todas as suas narrativas.

E a história segue três principais personagens:

Lev Levovitch

Lev teve uma infância difícil. Sua mãe abandonou a família por estar cansada da exaustiva tentativa do marido em ser um ator famoso e reconhecido. Ela foge com um banqueiro, o que causa muita tristeza e decepção ao pai. Lev e seu pai, Sol, deixam Genebra e vão para Verbier, e os dois começam a trabalhar no Palace de Verbier. O dono, Sr. Rose, gosta muito de Lev e vê grande potencial no rapaz e decide prepará-lo pra, um dia, substituí-lo como diretor do hotel.

Mas muitas coisas acontecem com Lev e ele acaba brigando com o pai, sendo demitido e é contratado como banqueiro no Banco Ebezner. se tornando o que o pai sempre odiou.


Anastasia Ebezner

Anastasia também teve uma infância difícil. A mãe foi abandonada pelo pai, um pilantra que gastou todo o dinheiro da família. Usando um possível parentesco com os Habisburgo, a mãe de Anastasia aplica “pequenos golpes” e seu grande objetivo é preparar as filhas para encontrarem e casarem homens ricos para terem uma vida abundante.

Numa das tramoias de sua mãe, Anastasia acaba em Verbier, na reunião anual do Banco Ebezner no Palace de Verbier. Lá ela conhece Lev e Macaire e é quando começa toda a confusão de sua vida. Anastasia se apaixona por Lev e acredita ser correspondida, mas ele é somente um ajudante no hotel, e sua mãe nunca aceitaria o jovem.

Depois de muita confusão e corações partidos, Anastasia acaba casando com Macaire, mas anos depois reencontra Lev e tudo o que viveram juntos aflora novamente.


Macaire Ebezner

Macaire foi um personagem que começou meio boboca e foi ganhando peso e personalidade com o passar dos capítulos. Porque ele parecia só o almofadinha que sempre teve o que queria, e que era terrivelmente apaixonado pela esposa.

Até que a gente começa a perceber o quão inseguro ele é, e o quanto o seu relacionamento com o falecido pai foi destruidor pra ele. Ao mesmo tempo ele é muito ingênuo e crédulo, e só quer aprovação e mostrar seu valor.

Competindo com Lev pela posição de presidente do Banco Ebezner, ele vai precisar enfrentar a desconfiança do conselho, convencer seu primo a defendê-lo como a opção mais correta para a posição, e ainda tentar não perder Anastasia no meio disso tudo.


E os três podem estar envolvidos no assassinato que aconteceu no quarto 622!

Normalmente, quando tínhamos um encontro com Joël e Scarlett, seguia-se um longo momento de desdobramento da história desses três personagens, como se fosse para mostrar pro leitor o que os nossos “detetives” tinham descoberto sobre o passado e sobre os acontecimentos.

Fui totalmente envolvida pela história e achei todos os plot twists e resoluções MARAVILHOSOS! Em nenhum momento eu fiquei cansada ou achei que aconteceram barrigas na historia. Todas as informações são relevantes e você quer passar o tempo de cada parágrafo e página com esses personagens. ❤

Joël Dicker tem a destreza de conseguir escrever de uma forma leve e envolvente e você nem percebe que já se passaram 300 páginas enquanto se envolvia com a história. Definitivamente, preciso ir atrás dos outros livros do autor já lançados pela Intrínseca! Depois de dois livros enormes mas deliciosos de ler, não tenho muitas dúvidas de que vou gostar de tudo que o autor escrever.


Outro livro do autor

  • o desaparecimento de stephanie mailer - joël dicker

Até a próxima! o/

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