bate papo

Os personagens de Crepúsculo – Semana #ClássicosIntrínseca

8 abr 2020

Olha eu de novo, mantendo a constância, e participando da semana de Clássicos da Intrínseca!

Provavelmente deve ser culpa do livro que escolhi. Por mais que muitas pessoas tenham preconceitos com a história que Stephenie Meyers escreveu, ainda assim, ela foi importante para diversas jovens.

Eu sou uma dessas mulheres que teve uma relação bastante feliz com a leitura da saga Crepúsculo. Tem seus problemas? Óbvio, é difícil achar um livro perfeito.

Mas talvez Meyer tenha acertado em como ela criou seus principais personagens.

Vamos combinar que, por mais que existam personagens de apoio, Crepúsculo, principalmente no primeiro livro, é basicamente a dinâmica de Bella e Edward. E não vou dar spoilers mesmo que todo mundo já saiba, porque sou dessas, gosto de trabalhar com dificuldades.

Bella Swan e Edward Cullen

Bella Swan

Eu já li pelo menos duas vezes Crepúsculo e confesso que eu não lembro de existir uma descrição de é a aparência de Bella. E isso é uma sacada muito interessante da Stephenie Meyer.

A partir do momento que não existe uma descrição da autora de quem é sua personagem, QUALQUER MULHER pode ser Bella Swan. Você automaticamente pode se identificar com essa personagem “indefinida”.

Porque o que Meyer se foca em Bella é no quanto ela se sente deslocada entre outras pessoas; no quanto é desastrada; no quanto se sente inadequada.

Qualquer menina, em algum momento da vida, já se sentiu não pertencente, feia, estranha, deslocada. A garota que nenhum carinha se interessaria.

Essas são características muito “fáceis” de encontrar ressonância em leitoras numa faixa etária próxima da personagem (ou até mais velhas, como foi no meu caso na minha primeira leitura).

Bella quer ser aceita e se sentir parte de um grupo. Ela quer encontrar uma pessoa para se apaixonar e “pertencer”. Ela quer ser reconhecida por essa pessoa em quem ela deposita confiança e dedicação.

É preciso levar em consideração também que, como a história é contada em primeira pessoa, nós não temos uma “auto-reflexão” de como Bella se enxerga, e só temos a sua visão dos outros para construir seu mundo.

Bella Swan é uma jovem romântica e solitária esperando pelo “príncipe encantado”, mas ao mesmo tempo, disposta a lutar e correr atrás do seu escolhido.

Edward Cullen

Diferente de Bella, para Edward Stephenie Meyer dedicou diversos parágrafos enaltecendo o quão maravilhoso, lindo, perfeito, e inatingível ele é.

Edward Cullen é o exemplo masculino de um cavalheirismo que provavelmente seria mal interpretado nos dias de hoje.

Também de uma masculinidade que foge do tóxico que aprendemos a identificar como uma “normalidade”. Entretanto, ele tem uma certa faceta stalker que não é lá muito saudável…

Ainda assim, ele representa o homem interessado e amoroso, protetor e presente, sem abafar ou reprimir a mulher que ama (e provavelmente eu devo estar agredindo muitas visões feministas com todas essas frases, me perdoem em minha ignorância, ainda estou crescendo e me desconstruindo).

Por ter também um viés heróico, Edward tem todo o esteriótipo do príncipe no cavalo branco, aquele que é abnegado, que se apaixona pela jovem e ultrapassa qualquer barreira que deveria manter os dois separados.

(Mais ou menos, porque Edward tem uma consciência muito própria de que ele não é a pessoa certa pra Bella por diversos motivos, mas você vai ter que ler para descobrir. 😋)

Ele é o carinha inatingível mas que vai se apaixonar por Bella (você) e por tudo o que a faz ser quem é.

Não tem como não se sentir privilegiada por ser o alvo desse tipo de atenção!


É por isso que juntos os dois são um casal de fofura e açucarado que parece inacessível no mundo real, mas que ainda assim, você simplesmente deseja alguma coisa parecida na sua vida.


De personagens de apoio, só para complementar quem aparece no primeiro livro temos:

A família Cullen

Os pais e irmãos adotivos de Edward, que são absurdamente lindos como o protagonista, e vivem numa casa absurdamente linda e cheia de vidro no meio da floresta. A dinâmica entre eles é melhor desenvolvida ao longo dos livros seguintes, mas fora Edward, meus favoritos sempre foram Alice (a de cabelos curtos), Carlyle (o pai médico), e Esme (a mãe do grupo todo).

O pai da Bella

Que (pra mim) não tem nome e é só “pai da Bella”. Ele é o chefe de polícia de Forks e está tentando se acostumar com a ideia de conviver com uma filha adolescente (que até que não dá tanto trabalho).

Jacob Black

Um amigo da infância de Bella, ele é descendente de índios americanos, e mora na reserva que fica perto de Forks. Jacob é um pouco mais novo que Bella e acaba arrastando uma asa enorme pela jovem. Vai ter um papel muito mais relevante nos livros seguintes.

Os amigos da escola

Aparecem mais no começo da história para serem âncoras da introdução de Bella no universo de Forks, mas fora Jessica e Angela, eu não lembro do nome de ninguém, porque o livro passa a forcar só nos protagonistas.

Os vilões

Sim, porque temos vilões pra deixar tudo mais aventuresco, não é mesmo? Um trio de viajantes que chega até Forks e planejam causar altas confusões com a família Cullen.


Temos mais um post da semana?! Com certeza temos!

Ainda faltam 2 dias!

Até a próxima! o/

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1 comentário

  • Responder Izandra 8 abr 2020 at 21:43

    “Ainda assim, ele representa o homem interessado e amoroso, protetor e presente, sem abafar ou reprimir a mulher que ama (e provavelmente eu devo estar agredindo muitas visões feministas com todas essas frases, me perdoem em minha ignorância, ainda estou crescendo e me desconstruindo).”

    Acho que temos conceitos diferentes de “feminismo” rs
    O que levo comigo é que feminismo não deve ser superioridade da mulher, muito menos ataque aos machos. Mas uma igualdade em relações – TODAS. Ou seja, eu não receber um salário menor só pelo meu gênero, mesmo que minha experiência e qualificação sejam as mesma de outra pessoa na mesma posição, do gênero masculino.
    Em relacionamentos amorosos, o viés “feminista” caminha numa linha tênue… De muitas mulheres acharem que é “errado” querer um homem “cavalheiro” que vá abrir a porta para ela e coisa do tipo, à outras acharem que o cara não pode nem se oferecer para pagar a conta, porque estaria ofendendo a mulher O.o

    Não sei, vale conversamos mais sobre isso. Concordo que Edward tem um viés controlador (não lembro se você falou isso nesse ou no outro post), e que a EL James desenvolveu esse traço no seu “Christian” em níveis absurdamente altos e não saudáveis.
    Mas em um paralelo das duas histórias, em 50 Tons, apesar de a Ana bancar a marra de que não seria controlada, ela deixa e perdoa Christina por tudo.
    Em Crepúsculo, Bella e Edward são um pouco mais saudáveis; quando ele tenta ultrapassar os limites para controlar/protegê-la, ela dá um jeito de fugir, até ele entender que vai ter que aceitar que não pode fazer isso com ela (sim, tem cena nessa descrição pro terceiro livro, acho). E ele aceita; os dois – Bella/Edward – conversam muito mais do que seu paralelo Ana/Christian, e todo mundo sabe – ou deveria saber – que conversa é o ponto principal para um relacionamento saudável.
    Me alonguei; mas ainda vamos bater um papo sobre essa sua visão sobre feminismo xD

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