Recursão
Intrínseca
série ---
320 páginas | 2019
(Esta sinopse deveria ser maior mas eu escolhi não mostrar ela completa aqui. Eu não quero ser a pessoa responsável por insinuar muitas informações da trama. A resenha já vai ser um “desserviço” suficiente pra isso)
Em Recursão, Blake Crouch constrói uma jornada desnorteante, com personagens complexos, que nos fazem refletir sobre nossa existência e nossa identidade. Uma trama intrincada, ágil, e sem dúvidas emocionante, que mostra o poder que cerca a tecnologia ao manipular algo tão definidor como a memória e as consequências de um progresso a qualquer custo para os indivíduos e a sociedade.
Design
Eu já fiz uma análise geral do projeto da Intrínsecos no primeiro livro do clube da Intrínseca que li. Então, para uma análise geral você pode dar um pulinho lá.
De exclusivo aqui em Recursão temos esse amarelo maravilhoso. Não. Eu não gosto de amarelo. É uma cor que me incomoda até. Mas aqui, nessa capa específica, eu achei tremendamente lindo.
E de miolo, eu posso comentar que a forma como é feita a alternância visual entre os protagonistas, e a marcação das datas é bem bonita também.
Vale comentar também que eu acharia um deleite que a Intrínseca enviasse para seus assinantes uma jaqueta com a capa comercial que foi produzida pro livro. Pelo que eu pude entender, a capa brasileira vai ser uma adaptação da estrangeira, e ela é bem bonita também (na abertura do post é a capa lá de fora)!
História
E eu estava lendo Recursão e me sentindo assim…
… e assim…
… e depois assim…
… e aí ele terminou e eu fiquei assim…
… com a vontade de fazer com que todo mundo…
E é isso. Leia Recursão, só tou pedindo isso.
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Uhn… você ainda tá aqui. Meus gifs não foram o suficiente pra convencer que você PRECISA LER RECURSÃO…
Você me deixou com um baita problema na mão, porque fazer uma resenha sobre Recursão é basicamente pisar em ovos para não estragar a experiência de quem for ler. Eu passei por algo semelhante recentemente com o livro Estou pensando em acabar com tudo, mas acho que Recursão permite um pouco mais de jogo de cintura pra falar sobre ele… #challengeAccepted
Conheci Blake Crouch com Matéria Escura e meio que foi um amor à primeira lida. Crouch é daqueles autores que, quando você gosta do estilo, ritmo e narrativa, você vai ficar de olho para outras obras.
Bem, quando vi que a Intrínseca ia lançar Recursão fiquei parecendo pinto no lixo, toda felicidade e expectativa. A coisa linda foi que acabei recebendo como livro do Intrínsecos (você já conhece o clube de assinatura da Intrínseca?!) e pude ler alguns meses antes do que todo mundo. <3 #malAí
Pra começo de conversa, eu fui atrás pra tentar entender o que significa recursão. Confesso que o resultado do Google não me ajudou muito porque as primeiras respostas estavam ligadas com questões matemáticas complexas e né… somos de humanas. :P
Ainda bem que o clube Intrínsecos sempre envia um livreto que é quase uma leitura de apoio sobre o livro/autor/tema e fez TODA A DIFERENÇA pra eu entender o significado da palavra.
Sabe aquelas casas de espelhos que são como labirintos e você precisa encontrar a saída. Sua imagem sendo repetida por espelhos que refletem outros espelhos criando uma ilusão de infinito?
Isso é recursão.
Sendo ainda mais explícita, essa foi a explicação que me ajudou a entender melhor:
Uma pessoa parada entre dois espelhos vê a própria imagem se repetir infinitamente – isso porque o reflexo do primeiro espelho se torna o objeto a ser refletido no outro, que volta para o primeiro, e volta para o outro, assim sucessivamente. Recursivamente. (do livreto do Intrínsecos)
Acho que por conta desse contexto “físico” da parada, você pode até considerar que Recursão esbarra fortemente em um hard sci-fi. Em muitos momentos Blake Crouch tenta explicar a “ciência” por trás do que está acontecendo na história.
E por mais que isso seja trabalhoso às vezes para entender, dá uma profundidade e uma veracidade ainda mais interessante pra história.
Basicamente, o principal motor da história são as memórias.
– Porque memória… é tudo. Fisicamente, uma lembrança não passa de impulsos nervosos, uma sinfonia de atividade cerebral. (…) Achamos que apreendemos o mundo direta e imediatamente, mas todas as nossas experiências são essas reconstruções tardias e cuidadosamente editadas. p.43
Helena se envolver com memórias porque sua mãe sofre de alzheimer, e na experiência dela, ver tudo o que sua mãe passou ser perdido e ela não poder fazer nada para impedir é o maior sofrimento.
Já Barry sofre com as memórias que não consegue esquecer. A perda da sua filha adolescente marcou sua vida, destruiu seu casamento, e o tornou uma pessoa triste e amargurada.
No entanto, numa noite como esta, com a mente inquieta e sonhos com fantasmas, o tempo parece secundário em relação à verdadeira força motora: a memória. Talvez a memória seja a matéria fundamental, aquela da qual o tempo emerge. p.297
O livro vai seguir os dois protagonistas contando como se esforçam para prosseguir com suas vidas, alternando de quem é a vez de dividir com a gente o que está acontecendo.
E sério, eu só vou até aqui para contar pra vocês sobre o que é Recursão. Porque qualquer outro comentário que eu fizer: sobre a pesquisa da Helena; sobre a investigação de Barry; sobre a síndrome de falsas memórias; qualquer coisa vai interferir no seu envolvimento e progressão da história.
O gostoso de Recursão é ir entendendo, junto com os personagens, tudo o que está acontecendo. Construir o conhecimento na mesma velocidade que Barry e Helena é a melhor experiência que Blake Crouch já escreveu (aquela que só leu dois livros e acha que é toda essa Coca-Cola. Acho mesmo!).
Viver com um macete não é viver. Nossa existência não é algo a ser arquitetado ou otimizado para evitar a dor. É nisso que consiste ser humano: a beleza e a dor, por uma não tem significado sem a outra. p.306
Coisas que valem mencionar:
1. Em dado momento da história Blake Crouch descreve um ataque nuclear e foi a coisa mais angustiante e aterrorizante que eu li.
2. Quando terminei o livro eu estava literalmente quicando de empolgação (fazendo o uso correto de literalmente, eu espero). Eu PRECISAVA conversar com alguém, então “vomitei” toda a experiência no meu marido. Ficamos algum tempo tentando encontrar furos e problemas na história do Crouch. Tem umas paradas um pouco confusa, mas a culpa é toda minha por não conseguir explicar ou lembrar direito. De qualquer forma, o principal comentário do meu marido foi: “quando sai filme?”.
Definitivamente, hoje, Recursão é o melhor livro que li em 2019. Tudo bem que ainda tem dezembro pela frente, e pelo menos mais uns 4 livros até o ano acabar mesmo. Mas tenho minhas dúvidas se algum dos próximos vai conseguir ser tão bom quanto Recursão.
Sério.
Leia!
Outros livros do autor
Até a próxima! o/
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2 Comentários
“2. Quando terminei o livro eu estava literalmente quicando de empolgação (fazendo o uso correto de literalmente, eu espero). Eu PRECISAVA conversar com alguém, então “vomitei” toda a experiência no meu marido” Sei bem como é, faço isso com o meu xD
Ok, você me pegou. Ainda não entendi do que se trata a história (e, via de regra, não costumo ler um livro sem ler a sinopse), mas fiquei interessada em ler, só pra ver se vou quicar igual você. Lembro até hoje do “midnight lily”, que me deixou louca pra conversar com alguém, e acho que te arrastei pra isso rs
Não descobri a data de lançamento pela intrínseca, mas achei inglês; meu medo é só, lendo em inglês, perder alguma coisa importante sem querer. Mas…. Veremos como me saio rs
Até onde sei o lançamento era em janeiro, mas não sei a data oficial. Como normalmente a Intrínseca tira recesso de fim de ano, deve ser da metade de janeiro pra frente…
E eu acho que mesmo que você leia em inglês não vai ser complicado de entender.
Depois me conta o que achou!!