resenha

Boneco de Pano – Daniel Cole

25 out 2019
Informações

Boneco de Pano

Daniel Cole

Arqueiro

série Fawkes e Baxter #1

336 páginas | 2017

3

Design 3

História 3

16

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O polêmico detetive William Fawkes, conhecido como Wolf, acaba de voltar à ativa depois de meses em tratamento psicológico por conta de uma tentativa de agressão. Ansioso por um caso importante, ele acredita que está diante da grande chance de sua carreira quando Emily Baxter, sua amiga e ex-parceira de trabalho, pede a sua ajuda na investigação de um assassinato. O cadáver é composto por partes do corpo de seis pessoas, costuradas de forma a imitar um boneco de pano.

Enquanto Wolf tenta identificar as vítimas, sua ex-mulher, a repórter Andrea Hall, recebe de uma fonte anônima fotografias da cena do crime, além de uma lista com o nome de seis pessoas – e as datas em que o assassino pretende matar cada uma delas para montar o próximo boneco. O último nome na lista é o de Wolf.

Agora, para salvar a vida do amigo, Emily precisa lutar contra o tempo para descobrir o que conecta as vítimas antes que o criminoso ataque novamente. Ao mesmo tempo, a sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf, e o detetive teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com seu passado – do que qualquer um possa imaginar.

Com protagonistas imperfeitos, carismáticos e únicos, aliados a um ritmo veloz e uma deliciosa pitada de humor negro, Boneco de pano é o que há de mais promissor na literatura policial contemporânea.

História

Boneco de Pano é um dos livros que me coloquei como desafio no projeto #12em2019. É um pouco de culpa minha que eu não tenha feito resenhas de outros livros do projeto, mas né, é de mim que estamos falando, né? :P

Tá. Fiquei um pouco decepcionada com Boneco de Pano. Assim, não foi uma decepção de querer abandonar o livro ou jogar pela janela. Mas acho que eu esperava outra coisa considerando o gênero da história.

No Goodreads o livro é categorizado como mistério, thriller e crime. Pra mim ele seria um thriller policial. E o que eu espero de um thriller policial? Tensão, medo pelo personagens, medo do assassino e das coisas que ele ainda pode vir a fazer na história.

Sou dessas que só vê o final dos filmes, né? Mas sabe um que a parte que eu vi me deixou tensa, apreensiva e aterrorizada? Se7ven.

GIF 7ven what's in the box

Era essa tensão e essa apreensão que eu esperava aqui em Boneco de Pano, mas em nenhum momento eu temi pelos personagens.

A maior parte do tempo, o que eu percebia era mais uma preocupação com o relacionamento entre os policiais protagonistas do que com o caso do boneco de pano em si. Parecia uma série dessas tipo CSI, sabe? Em que eles tem a tarefa do episódio, mas você passa a maior parte do tempo bem lalá e cantando “whoooo are you?”.

Qual é o lance? Tem esse detetive super marrento mas altamente “resolvedor” de casos. As iniciais do nome dele coincidentemente formam a palavra Wolf, e meio que é pra dizer que ele é um caçador, agressivo, irrefreável.

Aí ele tava ali envolvido com um caso de serial killer, e ele tinha CERTEZA que tinham pegado o cara certo e que estavam com ele na mão, só que Wolf não foi muito correto para conseguir provas e acabou “ajudando” a inocentar o assassino. O detetive perde o pouco controle que tem, quase mata o acusado, é preso e enviado pra um hospital psiquiátrico.

Isso tudo é “prequel“. É só pra você entender como Wolf vai fazer o que for preciso para resolver os casos com que ele se envolve.

Bem, dias atuais. Ele é reincorporado na polícia britânica. Tudo de boas, fora o fato de ter sido rebaixado, de ter se divorciado e estar vivendo numa espelunca.

Até que acontece um crime bizarro. No apartamento em frente ao de Wolf um corpo é encontrado. Um corpo formado por seis outros cadáveres. Pedaços de pessoas costurados para formar uma boneco imperfeito e grotesco.

E isso devia ser um baita thriller assustador e envolvente. Mas não é.

Porque os outros personagens da história são apresentados. E no fim das contas, eles são mais importantes do que o desenvolvimento da história e a busca pelo culpado. O que dá a sensação que o livro é muito mais character driven do que history driven, o que, pra mim, pode não ter sido uma boa escolha pra narrativa.

Emily Baxter é outra detetive da mesma unidade de Wolf. Ela é marrenta, dirige mal, tem problemas com bebida, e tem toda aquela postura masculinizada que uma mulher acaba assumindo quando está num ambiente extremamente masculino/machista. Além de tudo, ela arrasta uma asa gigantesca pelo Wolf e tem sentimentos não resolvidos por ele.

O “novato” Edmunds meio que é o bode expiatório de toda a raiva e agressividade reprimida da Baxter. Ele veio transferido do departamento de fraudes porque está noivo e esperando um bebê, e precisa conseguir um aumento no salário. Acaba que Edmunds é o maior interessado em resolver o caso, e tem uma visão mais próxima daquelas coisas do FBI de desenvolver um perfil do assassino, entender seus possíveis interesses e hábitos, sabe?

Se você não viu Mindhunters da Netflix vale a pena para ter uma ideia de como funciona esse estudo psicológico para tentar entender a mente de psicopatas. A Intrínseca lançou o livro que serviu de referência pra série. #momentojabá

Fora eles três ainda temos a ex-esposa de Wolf, Andrea, que parece ser só uma daquelas jornalistas/repórteres abutres e aproveitadoras que só estão atrás do maior furo de suas vidas, a qualquer custo. Ela se separou de Wolf durante o caso que deixou ele maníaco, principalmente porque Andrea achou que ele a estava traindo com sua parceira, a Baxter.

Então o livro gira muito mais no relacionamento e nos problemas desses personagens e aí, de vez em quando você tem um “ops, morreu mais uma pessoa. A gente tem que focar no caso. Mas vamos encher a cara e passar vergonha não falando sobre nossos sentimentos?”.

Era muito estranho estar envolvida com alguma treta entre Andrea e Baxter e de repente ser lembrada que pessoas podiam morrer a qualquer momento.

Não funcionou pra mim. Se é pra eu ter medo que os personagens podem morrer, o autor tem que ser responsável por criar essa tensão de alguma forma na história. Ele tem que me manter presa e com foco no terror de descobrir o assassino junto com os protagonistas. Mas não rolou.

No fim das contas, eu achei que as soluções foram um tanto apressadas e feitas meio de qualquer jeito. Quem teve a grande sacada não foi nenhum dos personagens que deveriam realmente ser os responsáveis pela resolução do caso. E tudo é meio sem graça.

Só queria terminar pra ver realmente como seria o fim, mas não tenho interesse em ler outro livro do autor. Existem mais dois outros livros com os mesmo personagens, mas não senti nenhum envolvimento real que me de vontade de ver o que aconteceu com eles.


Até a próxima!

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