resenha

A Perversa – Tarryn Fisher

27 fev 2018
Informações

A Perversa

Tarryn Fisher

Faro Editorial

série Amor e Mentiras #2

256 páginas | 2016

4

Design 3

História 5

16

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Leah Smith finalmente vive um momento muito especial. Conquistou aquele que considera o “homem da sua vida”, mas não está completamente feliz.

Leah se sente insegura, como se fosse sempre a segunda opção e sua vida atual, como um castelo de cartas, pudesse desabar a qualquer momento…

E, mais do que sentir, ela sabe que Caleb nunca a olhou com aquele brilho especial que dirigia a Olivia. Então, se por um lado se sente vitoriosa, por outro, percebe quanto é desgastante e trabalhoso manter a sua conquista.

Agora, oficialmente casada com Caleb, ela vai até as últimas consequências para manter unidos os pedaços de uma vida construída por segredos, mentiras e trapaças. E, quem sabe, amor.

Mas não é assim que devemos fazer para lutar por quem amamos?

Design

Eu já falei sobre o projeto gráfico da série Amor e Mentiras no primeiro livro, A Oportunista. A diferença aqui é que nós temos uma modelo ruiva representando a Leah. ;)


História

Que toda a sororidade me perdoe, mas Tarryn Fisher fez com que eu me apaixonasse por uma vaca maldita. Preciso dizer aqui que em tempos de feminismo/empoderamento feminino, eu não sei qual é a etiqueta correta para quando você não gosta de uma mulher. Você pode não gostar de uma outra mulher quando você acredita nos conceitos feministas? #confusa Eu sei que e feio xingar quem quer que seja, mas né…

Bem, Leah é uma vaca, mas é maravilhosa exatamente por isso. E eu acho que eu devo ser meio perturbada por afirmar algo assim.

Pois é. Tarryn faz isso com a gente. Acho que estou me apaixonando pela capacidade dessa mulher de mostrar nosso “pior” e fazer a gente ver que até que tá tudo bem não ser uma pessoa boa.

A Perversa continua a história de A Oportunista meio que de onde ela parou. Só que agora, ao invés de seguir o ponto de vista de Olivia, quem está à frente é Leah, a esposa de Caleb.

Eu não tive uma experiência muito feliz com o primeiro livro da trilogia. Muito por conta do meu relacionamento de “ódio” com Olivia. Não rolou amizade com a moça, não consegui sentir nada por ela além de um certo nojinho e WTF, sabe? Olívia “só” estava tentando reconquistar o ex-namorado, quando ele está sem memória e praticamente noivo. Simples e romântico. Pela ótica dela, Leah é uma pessoa horrível e até mesmo muito pior do que aqui em A Perversa. Olivia faz com que Leah seja a intrusa na relação que ela quer reatar com Caleb. #falasério

GIF what say what britney spears wait

Só que não é bem assim.

Vamos lá. O relacionamento de Olivia e Caleb já havia terminado quando Leah apareceu na vida do cara. Por ser obstinada e MUITO, mas MUITO autocentrada, autoconfiante e obsessiva (moça linda, ela), Leah colocou na cabeça que Caleb era O HOMEM da sua vida. E quando Leah coloca alguma coisa na cabeça, é bem difícil de conseguir tirar.

O esquema da história da Leah segue bastante como a forma que Olivia contou a sua, alternando entre o passado e o presente. No passado de Leah a gente consegue conhecer os motivos que a tornaram a mulher que é hoje: obstinada, obcecada, egoísta. Na verdade, a gente entende que tudo o que ela precisava era um pouco de atenção e carinho. Acho que qualquer criança/adolescente que não tem um pouco dessas duas coisas pode ter a tendência de ficar de alguma forma “quebrado”.

E Leah é MUITO quebrada. Ela é uma mulher que engravida simplesmente para poder prender a si o homem que “ama”. Ela é uma mulher que tem ciúmes da filha que nasceu porque a atenção de Caleb passa a ser quase exclusiva da bebê. É uma mulher que larga a filha de poucos dias de vida em uma creche sem supervisão pra ir beber com os amigos.

Tenho que ser muito sincera aqui, porque foi fácil me sintonizar com Leah em toda a parte inicial do livro que mostra seu sofrimento em relação à maternidade. Sou uma pessoa horrível porque concordo com ela em não querer um bebê mamando em mim/nela? Muito provavelmente. Só que eu realmente acredito que algumas mulheres não nasceram para ser mães ou maternais.

Pra limpar um pouco a minha barra, é preciso dizer que Leah leva as consequências de não querer ser mãe, e ter que ser mãe, a certos patamares que (até) eu me choquei. Esquecer a criança na creche, esquecer de amamentar ou de “colher” o leite que congela pra dar mamadeira, pensar somente em si e no relacionamento com Caleb, beber e fumar… por aí vai.

Ela só está repetindo comportamentos e sentimentos que de alguma forma recebeu dentro da própria familia de origem. Leah tinha problemas com os pais e a única pessoa de quem gostava era a irmã mais nova. E até mesmo ela “abandonou” Leah durante um período da adolescência.

Sério, Leah pode ser ruim, mas é totalmente compreensível porque ela se tornou essa pessoa. E EU GOSTO DELA ASSIM MESMO! Provavelmente nunca seria amiga dela, mas teria empatia por tudo isso que ela representa de ruim, por saber que é um reflexo de toda uma experiência de vida.

No fim das contas, o que ela realmente quer é que o homem por quem é obcecada (porque não, isso não é amor) dedique para ela a mesma quantidade de atenção e “amor” que ela dedica. Só que Leah escolheu exatamente o pior homem possível para isso.

Caleb nunca deixou de ser obcecado por Olivia. Ele nunca a esqueceu, e provavelmente nunca quis esquecê-la. Todo o relacionamento que teve e tem com Leah foi na base da coerção sentimental que a ruiva submeteu o cara. De certa forma tudo que Leah “sofre” ao longo do livro é por sua própria culpa.

Porque ela não consegue abrir mão de uma pessoa que nunca foi dela, e que nunca vai ser. Só que agora eles têm uma criança juntos, e mesmo que Leah não quisesse a menina inicialmente, a pequena pode muito bem virar uma ferramenta positiva ou negativa para manipular Caleb.

Em muitos momentos eu só queria dar uns tapas em Leah e dizer pra que simplesmente largasse de mão. “Amiga, olha só o sofrimento desnecessário que você está trazendo pra sua vida!” Na verdade, é quase uma competição solitária contra a memória de uma mulher. Leah passa a querer vencer Olivia e mostrar que consegue manter Caleb a qualquer custo. É meio triste isso, sabe? Ela estar competindo com alguém que praticamente não se importa.

No fim das contas, eu entendo e tenho empatia por essa ruiva horrível. Eu queria muito que ela encontrasse alguém de verdade pra ela, e que Leah percebesse que não precisa de um homem para se afirmar como pessoa ou indivíduo. E eu acho que todo o sofrimento que ela passa ao longo da história é simplesmente por ter se metido no meio de uma dupla de pessoas doentes. Caleb e Olivia se merecem, e eu não consigo gostar dos personagens.

Para terminar, só preciso dizer que estou com um certo receio de ler o último livro, que é o de Caleb. Mas com o cliffhanger que Tarryn deixa pra gente, invariavelmente eu vou voltar a esse poço de amor doentio e sofrimento que é essa trilogia. <3


Outras resenhas da série

  • a oportunista - tarryn fisher

Até a próxima! o/

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parceria com a editora faro editorial

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