resenha

Eu sou o número quatro – Pittacus Lore

9 dez 2016
Informações

eu sou o número quatro

pittacus lore

intrínseca

série os legados de lorien #1

352 páginas | 2011

3.5

Design 4

História 3

“Nove de nós vieram para cá. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos que qualquer coisa que já viram. Somos os super-heróis que vocês idolatram nos filmes e nos quadrinhos mas somos reais.

Nosso plano era crescer, treinar, ser mais poderosos e nos tornar apenas um, e então combatê-los. Mas eles nos encontraram antes. E começaram a nos caçar. Agora, todos nós estamos fugindo.

O Número Um foi capturado na Malásia.

O Número Dois, na Inglaterra.

E o Número Três, no Quênia.

Eu sou o Número Quatro.

Eu sou o próximo.”

design

Particularmente eu fico feliz de ter conseguido comprar a edição “normal”, sem o poster do filme na capa. Tudo bem que é o Alex Pettyfer, mas não, prefiro que toda a minha série tenha capas consistentes e isso não iria acontecer com a capa do poster, não é mesmo?

O que eu gosto muito nessa capa, e só posso afirmar agora que a série chegou ao final, é que ela tem uma indicação de alguns aspectos que vão seguir no resto dos livros. De alguma forma, a arte abstrata no fundo está intimamente relacionada com um legado do personagem principal. No caso de Quatro, com o Lúmen, de controle de luz e imunidade ao fogo/calor. Dá para perceber o calor na escolha cromática de cores quentes de amarelo a vermelho. O símbolo no centro tem a intensidade de um sol e até mesmo aqueles halos/fumaças que emanam da superfície.

Outra coisa foi a escolha da família tipográfica e de todos os elementos estarem em caixa alta. Dá uma certa modernidade, principalmente usando a fonte com esse aspecto condensado. Particularmente não curto tanto o texto embaixo do título, avisando que “originou o filme”, mas é quase escondido então dá para relevar. Na quarta capa a escolha de todos os textos em caixa alta se mantém, e a sinopse é construída de uma forma bastante interessante visualmente.

Um problema que eu vejo aqui, e se repete ao longo dos livros da série, é a falta do número do volume na lombada, ou em algum lugar visível. Em se tratando de uma série meio longa, e que trabalha com números nos títulos que não refletem a ordem de leitura, eu acho que seria importante para o leitor saber qual deve vir primeiro na hora de guardar na estante. Se você olhar na orelha direita, onde tem as informações sobre o autor, lá você vai achar as capas dos livros da série…

Eu gosto bastante do miolo do livro, em sua correção e simplicidade. Todos os capítulos são numerados e a fonte utilizada é a mesma da arte da capa, assim como as informações do cabeçalho e das páginas. A mancha de texto é bonita e equilibrada nas margens do papel, mas eu não sei bem o que achar da fonte escolhida. Ela é bonita, tem uma certa aparência condensada, mas tem alguma coisa na independência das letras, na forma como elas não se conectam,  que eu acho um tanto estranho na hora de ler. tem uma questão da altura/verticalização da fonte também, que cria a sensação de uma mancha meio apertada nas entrelinhas. Mas ainda assim, eu tendo a gostar. #indecisa


história

Sabe quando você precisa de um incentivo externo para tirar aquele livro da estante e finalmente “colocar pra jogo”? Então, foi o que aconteceu com Eu Sou o Número Quatro. Eu tenho esse livro, e os dois volumes seguintes, desde a Bienal de 2013, e ele estava devidamente guardado e armazenado em uma das várias caixas onde guardo meus livros (não, eu não tenho uma estante, principalmente por questões de espaço e de alergia).

A Intrínseca lançou agora em novembro o último volume da série dos Legados de Lorien, Unidos Somos Um, e todos os parceiros puderam receber. Além disso, ela organizou uma semana especial para falar da série como um todo. Não é uma ótima forma de levar aquela sacudida para pegar o primeiro livro para ler? ^.^

Meu primeiro contato com a série na verdade se deu por conta do lançamento do filme (pelo menos é como eu me lembro). Tipo o que aconteceu com Crepúsculo. Eu meio que só descobri que existia o livro porque iriam lançar um filme. Só que na época, a editora relançou o livro com a capa do poster, e você já deve estar meio cansada/o de me ouvir dizer que não curto muito essa estratégia, apesar de entender completamente.

Então, não queria o livro do poster, então esperei até a Bienal e tcharan! Três livros da série para casa, e para dentro da caixa. De qualquer forma, não foi para essa historinha toda que você veio até aqui, não é mesmo?

Assim, tive sentimentos conflitantes enquanto lia Eu Sou Número Quatro. Nada a ver com o fato de tentar encaixar um Alex Pettyfer na “pele” do John “Quatro” Smith de 15 anos da história do livro. Tem mais a ver com a questão de diversão/”falhas” (com bastantes aspas aqui, ok?) de construção da história que me acompanhou durante toda a leitura.

Obviamente vou dar um desconto para o livro, já que estou bem longe do que provavelmente é a faixa etária a quem a história se direciona, mas eu curto ler um YA de vez em quando. #meJulguem Às vezes eu descubro uma joia, outras quebro a cara. Número Quatro ficou ali, bem ali, no limite daqueles livros que me irritam mais do que me satisfazem.

O mundo de Lorien foi invadido pelos Mogadorianos, seus habitantes dizimados pela raça bélica em busca de expansão e de mundos que possam ser utilizados/sugados de seus bens e recursos naturais. Os lorienos (lorianos… agora não lembro O.o) enviam 9 de suas crianças Gardes junto com seus guardiões Cêpans para a Terra, para que cresçam, tornem-se guerreiros fortes e possam voltar para Lorien para retomar o planeta.

Os assassinos seguem essas crianças até a Terra, mas existe uma magia que proíbe que elas sejam mortas aleatoriamente. Para destruir a esperança de Lorien, os Mogadorianos precisam descobrir o número que cada uma representa e matá-las na ordem, do 1 ao 9. Não explica muito bem como os Mogadorianos descobriram que tinha que ser dessa forma… deve ter acontecido muita tentativa e erro aí.

Na Terra, todos foram separados, cada criança e seu Cêpan vão para uma região do planeta, para não facilitar a busca dos Mogadorianos. Em Eu Sou o Número Quatro acompanhamos a história de Quatro/John (porque essas crianças não tem nome de Lorien) e Henri, seu guardião

Desde que chegou à Terra, Quatro/John e Henri nunca ficam muito tempo em um mesmo lugar dos EUA. O guardião vive analisando as mídias e a internet de forma a identificar qualquer ocorrência dos outros lorienos, ou qualquer motivo para empacotar todas as coisas e mudar para uma outra cidade pequena no próximo estado.

Quatro/John agora com 15 anos, deve começar a manifestar seus legados, que são poderes especiais que todos os lorienos descobrem ao longo da adolescência e início da vida adulta, e precisa começar seu treinamento com cada habilidade que for aparecendo.

A história começa quando número Três é encontrado pelos Mogadorianos e assassinado (Um e Dois já tinham morrido também, porque né, magia). Assim, Quatro/John e Henri precisam fugir. De novo, porque agora é a vez de Quatro/John ser perseguido, e eles precisam se proteger a qualquer custo, se escondendo em uma nova cidade. E é em Paradise que os poderes do rapaz vão começar a surgir, onde ele finalmente vai encontrar um melhor amigo e uma garota por quem vale a pena arriscar a vida de todas as pessoas de dois planetas. Porque, né, vamos arriscar toda uma civilização por um amor, não é mesmo? Afinal, os lorienos são monogâmicos e só se apaixonam uma vez na vida, o que torna o seu primeiro amor no seu único amor… <3

Tudo bem. A gente pode dizer que Quatro/John foge um pouco do estereótipo do jovem revoltado com o peso da responsabilidade em seus ombros. Mas mesmo assim, ele faz questão de se relacionar com os humanos, de criar laços, porque ele quer e porque pode. Ele não negligencia seu treinamento e o quanto precisa se esforçar para ser melhor, mas mesmo assim, ele coloca seu guardião, seus novos amigos e toda a humanidade e loriendade em perigo para poder ficar com sua namorada e o novo melhor amigo. Sério, onde está o seu comprometimento, respeito e responsabilidade com todo o planeta de Lorien e com o planeta Terra também?

Acho que esse tipo de plot, do personagem “especial” que só queria ser normal igual a todo mundo, para mim, é meio chato. Talvez porque eu tenha uma visão de comprometimento e responsabilidade um tanto quanto “certinha”. Tenho certa dificuldade de lidar com esses personagens que não querem assumir as suas. Os heróis relutantes que desviam e evitam ao máximo, a todo e qualquer custo, se responsabilizar pelas coisas que precisam fazer.

Não posso dizer que a história não é divertidinha. Você vai achar aquela questão de ser um novo aluno em uma escola que tem todo um status quo já estabelecido. De ser o alvo do bully do bonzão do futebol, principalmente porque a ex-namorada dele se interessou pelo herói. Ter o melhor amigo completamente nerd, estranho e deslocado entre os outros alunos da escola. O instalove. Tem tudo aqui, só que pela ótica masculina para variar um pouco.

Eu acho que a história demora muito para realmente abraçar a aventura real de Mogadorianos x Lorienos, focando DEMAIS no dia-a-dia da escola de Quatro/John. Tudo bem que existe uma necessidade do autor de contextualizar o mundo de Lorien, os poderes/legados, a magia, as heranças, as regras em geral do mundinho da história. Mas podia ter menos os momentos de desenvolvimento na escola e mais foco nos próprios lorienos.

Assim, se você viu o filme, muita coisa de lá também está aqui, mas com alguns infodumbs bastante necessários para deixar o leitor prevenido de tudo que vai acontecer, e algumas novas cenas de batalha. Eu senti um cheirinho de deus ex machina para algumas soluções das lutas, mas não tenho certeza absoluta para dizer “AHA! OLHAÍ!”, sabe?

Vou ler os próximos porque quero descobrir se são contados por outros personagens. Pode ser que quando o narrador não seja o Quatro/John a história ganhe uma nova dinâmica. Quem sabe?


Até a próxima! o/

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