Laços de Sangue – Richelle Mead

Informações

laços de sangue

richelle mead

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série bloodlines #2

430 páginas | 2013

3.5

Design 3.5

História 3.5

12 Skoob

O trabalho de Sydney Sage não é nada fácil: ela e seus colegas alquimistas são os únicos a saber que vampiros existem para além das telas do cinema – e são uma ameaça real à humanidade. Para manter a ordem, eles devem impedir que esse segredo vaze e que os mortais se aproximem desses seres perigosíssimos.

Agora a paz que os alquimistas vêm garantindo há tempos está prestes a desabar, e Sydney terá que proteger a princesa vampira Jill Dragomir, ou uma guerra pelo trono eclodirá no mundo dos vampiros e trará consequências avassaladoras para os homens.

No entanto, defender alguém que até então era alvo de seu desprezo será mais difícil do que Sydney imaginava…

Design

Apesar de ter “A Queda dos Reinos” aqui em casa, Laços de Sangue é o primeiro livro da Seguinte que eu tenho a oportunidade de ler e conhecer o projeto editorial.

Vamos começar dizendo que Bloodlines, que já teve uma prévia das três primeiras capas divulgadas, vai contra todos os livros YA e NA atualmente no mercado. E vai contra a capa original lançada lá fora. Nada de modelos lindos, cabelos ao vento, beijos não dados para sempre congelados na intenção. Não senhor, vamos ousar e partir para uma capa completamente gráfica e com a força do lettering.

A capa com seu grafismo de splash de sangue vermelho mais a força da cor preta no título e na rosa por si só já é extremamente chamativa e literal. Sangue = vermelho, fluido, splash! Coisas literais às vezes podem ser bobas ou mal resolvidas, mas no caso de Laços de Sangue eu achei o resultado muito bonito e de bastante bom gosto. O título e a rosa tem direito até a relevo seco!

Na contra capa o trabalho do grafismo também está presente mas mais como uma continuação do fluido de sangue e não uma repetição do padrão da capa. Falando em padrão, a lombada tem um detalhe extremamente rico e gracioso de “tapeçaria”, que lembra muito o movimento de art nouveau pelo qual eu sou EXTREMAMENTE apaixonada, marca todas as informações do livro e ainda já vem com a indicação de volume! Pontos pela previdência, minha estante agradece. O que eu não gostei da capa foi o verniz brilhante. Acho que eu ia curtir mais se ela tivesse aquele acabamento fosco e acetinado como os livros da série Fallen.

A falsa folha de rosto e a folha de rosto podiam ter mantido o título em tamanho grande e ocupando mais a página, não entendi porque na parte interna ele ficou tímido. Outra coisa que achei que poderia ter contribuído muitíssimo para os capítulos era, além da numeração e o grafismo de rosa com espinhos, os capitulares. Na quarta-capa e na orelha existem dois capitulares tão refinados e delicados que mereciam ter uma espaço maior no projeto gráfico como um todo.

Quanto a mancha gráfica achei ela muito econômica. Uma fonte de tamanho relativamente grande, mas com uma boa entrelinha, que ocupava muito pouco do espaço interno da página. Já que a editora decidiu não trabalhar com cabeçalho, o que eu particularmente não gosto, poderia ter estendido todo o corpo do texto para uma melhor ocupação vertical da folha. Assim diminuiria a quantidade total de páginas e o livro poderia ter ficado um pouco mais leve. Achei o conjunto do jeito como foi finalizado um pouco desnecessário. Ficou simpático, mas talvez eu esperasse um pouco mais de ocupação consciente.

Agora, a dúvida que não quer calar: porque a fonte do miolo não é a mesma dos textos das orelhas?

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História

Richelle Mead com certeza é uma das autoras que mais gosto de ler ultimamente. A forma como ela descreve suas histórias e como constrói seus personagens é leve e instigante. Sua narrativa é invariavelmente ágil e os acontecimentos se dão de forma cadenciada e encadeada. Ela não costuma deixar pontas soltas da história que está contando.

Mas se você é um leitor novato de Academia de Vampiros ou nunca leu a série anterior… você não precisa realmente ter lido, mas muitas coisas são spoilers do final de AV, principalmente para mim que ainda não li o último volume. A história faz sentido, os personagens conseguem ser bem apresentados e estruturados dentro da continuação.

Comecei lendo Laços de Sangue com um certo pé atrás. Quando conheci Sydney, em Promessa de Sangue, não fiquei lá muito empolgada com a personagem. E em Laços de Sangue ela é o narradora em primeira pessoa, então não estava lá muito convencida de que ela conseguiria segurar um livro inteiro.

Sydney é uma alquimista. Dentro da mitologia que Richelle criou, os alquimistas são um grupo de humanos que sabem das existência dos vampiros moroi/strigoi e são responsáveis por manter essa informação protegida do resto das pessoas comuns. Para fazer o trabalho de “faxina”, os alquimistas recebem uma tatuagem que tem como base sangue de vampiros, que conferem maior resistência e certa facilidade de cura.

No fim das contas, Sydney foi criada com uma convicção arraigada de que vampiros são seres monstruosos, e que se relacionar com tais criaturas pode destruir sua alma imortal. Ela volta e meia durante a história se diz uma pessoa questionadora, mas ela simplesmente aceita certas condições de sua “seita” sem questionar. Isso meio que me incomodou no terço inicial da história, essa dicotomia de sou questionadora mas faço tudo que me mandarem.

Sydney é meio tapada em questões sociais, afinal ela foi criada dentro de uma esfera de proteção e de quase nenhuma interação com outras pessoas de sua idade. Então, às vezes ela é obtusa quanto a como se comportar quando outras pessoas tem atitudes sentimentais por perto, principalmente se essa pessoa for uma vampiro. Por isso ela tem muita dificuldade de se relacionar com todos no começo, ainda mais sendo forçada a se apresentar como irmã de uma moroi e um dampiro!

Espero que essa série seja uma forma de dar um maior espaço tanto para Eddie, o dampiro guardião da “princesa” Jill Dragomir, quanto para Adrian. Sempre achei que eles tinham tanto potencial mas Rose e Dmitri sempre precisavam de muito espaço na cronologia de VA.

Falando em Adrian, ele continua tão volúvel, enigmático e maluco quanto em VA, ainda mais que ele está curtindo uma fossa por conta da Rose. Será que só eu fiquei com a sensação de que Sydney precisa de um pouco da loucura de Adrian da vida dela para amolecer toda aquela armadura conservadora?!

De tudo, acho que o único problema real da história é sua previsibilidade. Desde o começo a autora é muito transparente de onde ficaram as suspeitas e as construções de “mistérios” durante toda a narrativa. Eu passei a leitura toda só esperando quando ela ia tentar fazer o “A-HA!” que acabou nem sendo muito surpreendente, já que eu estava contando com ele.

Li Laços de Sangue por indicação da maravilhosa, estupenda e exuberante Lygia do Brincando com Livros, em um movimento da editora Seguinte, casa da série no Brasil, em comemoração ao aniversário da querida autora Richelle Mead! Espero que a resenha estimule vocês a procurarem não só Laços de Sangue, mas todos os livros da autora já editados por aqui.

Para finalizar, sou fã de anime/manga e todas as vezes que Adrian aparecia na história eu me lembrava de Tamaki Suou, da série Ouran Host Club. Acho que não existe uma personificação melhor para Adrian do que este enlouquecido, loiro e purpurinado personagem criado pela Bisco Hatori. Não concordam?!

Até a próxima! o/

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