resenha

A Torre de Nero – Rick Riordan

4 fev 2021
Informações

A Torre de Nero

Rick Riordan

Intrínseca

série As Provações de Apolo #5

336 páginas | 2020

4

Design 4

História 4

12

Compre! Amazon

Não tem chororô, a jornada de Apolo na Terra acabou! Depois de libertar antigos oráculos, enfrentar criaturas assustadoras, derrotar imperadores malignos e passar por humilhações indescritíveis, o ex-imortal se prepara para sua aventura derradeira entre os mortais. Se quiser retornar ao Olimpo e de quebra salvar seus amigos semideuses, ele terá que derrotar o temido Nero e a arqui-inimiga Píton, que não vê a hora de dominar para sempre o Oráculo de Delfos.

Por isso, Apolo e Meg retornam ao lugar onde tudo começou: Manhattan, em Nova York. Lá, terão que se infiltrar na terrível torre de Nero e impedir que o imperador ponha em prática seu plano megalomaníaco de destruição e faça picadinho deles. Com a ajuda dos amigos semideuses, de seres obcecados por chapéus e até da flecha falante mais dramática que existe, eles se preparam para enfrentar uma macabra profecia e seu destino final.

Conseguirá Apolo sair vivo desse embate e retornar ao Olimpo?

Conseguirá Meg confrontar seu padrasto cruel e manipulador?

E, mais importante: conseguiremos sobreviver sem Apolo?

Unindo mitologia greco-romana, tiradas hilárias e momentos de tirar o fôlego, o último livro da série As provações de Apolo traz todos os elementos que consagraram Rick Riordan como um dos escritores mais importantes da literatura infantojuvenil. Considerado “o contador de histórias dos deuses”, o autor já vendeu quase sete milhões de exemplares no Brasil, e suas obras continuam sendo um sucesso absoluto.

Design

Bem, não tem muito para falar sobre o design, porque é uma série, né? Tudo o que foi feito antes continua sendo feito agora. E a Intrínseca mantém uma proposta visual para todos os livros do Rick Riordan.

Então, vocês podem ir na resenha de A Espada do Verão, por exemplo, e ler minha opinião babando ovo para o projeto gráfico como um todo. ^.~

As capas do John Rocco continuam sendo um “ponto fraco” pra mim, porque eu particularmente não gosto muito da arte dele. Mas o artista costuma colocar uma cena do clímax da história, então você pode ter certeza que o Apolo vai enfrentar uma mega cobra (no caso a Píton) em algum momento.

Vale comentar que o padrão de grafismo de sol continua na abertura de todos os capítulos, junto com os haikai sem sentido do Apolo. 😅 Me perdoem, não sou uma pessoa que sabe analisar poesia.


História

É engraçado pensar o quanto os livros de Rick Riordan se misturam com a história do blog.

O Ladrão de Raios foi uma das primeiras resenhas que fiz aqui em 2010, quando o blog era mato e eu achava que era super diferente por ter um lugar pra postar minhas opiniões de 💩.

Hoje, 11 anos depois, eu ainda leio Rick Riordan e muitos dos livros que ele lançou pela Intrínseca você consegue encontrar por aqui.

Com tantos anos e tantos livros muito parecidos entre si, era capaz de eu começar a cansar do autor e da fórmula. E isso começou a acontecer um pouco com As Provações de Apolo.

Apolo-Lester foi um personagem difícil pra mim, principalmente quando percebi que Riordan iria fazer uma série de 5 livros com um protagonista de quem eu não gostava.

COMO ASSIM SÓ TRÊS LIVROS PRO MAGNUS E CINCO PRO APOLO?! 😠

Mas, assim como Apolo começa sua busca por redenção, mesmo que não saiba disso no início, eu também tive minha jornada de redenção com os livros do personagem.

Você pode acompanhar meu ranço com o personagem e com a jornada dele ao longo dos livros e das resenhas e eu venho aqui pra dizer que:

Sim! Eu gostei do último livro da série!

Riordan conseguiu me convencer que Apolo realmente foi impactado por tudo o que viveu nos 6 meses que ficou aprisionado em um corpo humano. Que ele evoluiu, que desenvolveu empatia pelos humanos e pelos semideuses, que aprendeu sobre sacrifício e desprendimento.

Quando ele [Jason] me disse para lembrar como é ser humano, ele quis dizer crescer com a dor e a tragédia, superar e aprender com isso. Era algo que os deuses nunca faziam. Nós só reclamávamos. p.150

E eu gostei muito de ver essa evolução. Apolo era INSUPORTÁVEL nos primeiros livros da série. E como eu não consegui gostar muito da Meg, eu não tinha em quem me apegar pra prosseguir com felicidade.

Assim, Meg continua uma personagem que eu achei méh, mas a forma como Apolo cresceu e se desenvolveu por causa dela, meio que me fez aceitar que “ela tá ali”.

Tudo bem que ao longo dos livros a gente vai entendendo o quanto Meg é uma criança traumatizada, criada por um homem louco e em um ambiente altamente tóxico. E eu acho importante Riordan fazer esse tipo de construção na personalidade da Meg, mas ao mesmo tempo, eu não sei se foi forte o suficiente pra mim pra me marcar e me fazer mais próxima da personagem.

As similaridades entre a casa de Nero e a minha família no Monte Olimpo estavam me deixando cada vez mais nervoso. A ideia de que nós, deuses, éramos tão manipuladores e abusivos quanto o pior imperador romano… Certamente isso não poderia ser verdade.

Ah, espera. É claro que poderia. Argh. Odeio essa clareza. p.189

De certa forma, mostrar o quanto era negativo o ambiente em que Meg foi criada ajuda Apolo a perceber que ele era fruto de um lar disfuncional também. Afinal não tem como ser muito estável vindo de uma família com um pai que traiu a esposa inúmeras vezes, e que todos estão sempre manipulando e tentando se vingar de alguma coisa…

Outras coisas que acabaram me agradando na série: revisitar outros semideuses, conhecer novos personagens e locais importantes da mitologia Romana e Grega dispersa nos EUA. Eu ficava esperando quem seriam os semideuses que ajudariam Apolo e aonde a história ia levar o grupo.

Fiquei feliz de rever o Nico aqui em A Torre de Nero. Ele é um dos personagens que eu mais gosto principalmente por ele ter um lado sombrio e traumas. E por também ser filho de Hades, como eu (não sabe do que eu tou falando?!).

Mas, mesmo tendo gostado do desfecho na história de Apolo eu tenho umas questões pra levantar aqui.

Uma coisa que me incomodava bastante era o quanto Apolo sempre foi gordofóbico e com problemas com a aparência. Desde que foi obrigado a ser Lester, Apolo reclamava constantemente de como não tinha mais sua barriga tanquinho e só era um adolescente gordo e cheio de acne.

Por mais que Apolo fosse uma pessoa asquerosa no começo da sua jornada, Riordan continua trazendo esses pontos como “problemas” de Lester, e eu não sei bem que mensagem real ele pode estar passando para seus leitores que possam ter questões sérias com a própria imagem.

Uma outra coisa vem da narrativa em primeira pessoa, e que provavelmente aconteceu em todos os livros mas eu só me toquei/incomodei agora (evolução literária taí pra ajudar a gente a aprender). O quanto de de deus ex machina não existe nesse livro.

Apolo sempre está em um grupo de pessoas que acaba se dividindo pra resolver alguma coisa separados. Então a gente só consegue saber o que está acontecendo no núcleo de Apolo, o que por consequência significa que a missão do outro grupo tende a sempre dar certo.

Porque a história depende do resultado do outro grupo pra poder continuar em frente. Isso faz com que você realmente não sinta o risco real que pode acontecer com quem não está com Apolo, sabe? Quem está com ele na narrativa tem mais chance de ter problemas do que quem está em background da história.

Isso diminui o resultado da narrativa? Talvez um pouco, porque você não tem a sensação real de perigo iminente. Mas, sei lá, a gente tá falando de um livro quase infanto-juvenil (apesar de umas paradas meio violentas que acontecem aqui), então talvez seja só a Samara-velha reclamando de coisas que não sejam tão relevantes.

Outra coisa, o ritmo aqui é bastante alucinante. Eu tenho dificuldade real de ter noção da passagem de tempo nos livros do Riordan, mas aqui, foi bastante de tirar o fôlego. E da metade pra frente é quase um trem desgovernado de acontecimentos e resoluções.

Que descambam num final feliz. Eu meio que queria que fosse um final bom. Acho que uma série do Rick Riordan, com esses personagens que são tão próximos, não precisa ter um fim amargo ou triste, e fiquei satisfeita com o resultado final.

Mas o que me deixou extremante empolgada foi uma frase muito simples e curta que o Quíron soltou em um momento do clímax!

– Uma cabeça decepada. E um gato. Duas… pessoas diferentes. Conhecidos meus de outros panteões. Estávamos discutindo um problema em comum. p.272

OU SEJE! Será que teremos um mega crossover entre os panteões grego, romano, nórdico e egípcio?! 😱

Eu adoraria ver isso acontecendo, principalmente se for com uma protagonista feminina. Porque já tivemos Percy, Magnus e agora Apolo como narradores. Tudo bem que Piper, Hazel e Annabeth e dividem a narração de capítulos na série Os Heróis do Olimpo, mas eu quero uma personagem exclusiva para contar sua história!

E assim eu fecho mais uma série do Rick Riordan. Feliz com o resultado final, meio méh pela jornada ter sido meio longa “demais”, mas é isso. 11 anos acompanhando os livros com a Intrínseca.

Que venham mais!


Outras resenhas da série

  • o oráculo oculto - rick riordan
  • a profecia das sombras - rick riordan
  • o labirinto de fogo - rick riordan
  • a tumba do tirano - rick riordan

Até a próxima! o/

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3 Comentários

  • Responder Âmbar 26 out 2022 at 15:45

    Achei engraçado seu comentário sobre a capa, porque meu cérebro não processou a imagem que os olhos lhe forneceram, e por isso tomei uma baita surpresa quando, no livro, Apolo tomou umas poções de vida e foi enfrentar sua arqui-inimiga, Píton. Não me liguei que o fim de jogo estava próximo até esse momento.

    E bem, até esse embate, eu estava achando a história normal. Foram nessas últimas páginas que me relembrei do excelente escritor que Rick Riordan pode ser, uma promessa de ter a história narrada por um deus do olimpo é ter a oportunidade de vivenciar uma de suas aventuras com aquele charme épico, e foi justamente o que ele nos forneceu na última batalha. Uma bandeja cheia

  • Responder Izandra 5 fev 2021 at 14:12

    E como eu não tinha feito esse teste que mencionou, é ÓBVIO que eu fui lá fazer :P

    Mas antes de colocar o resultado abaixo, preciso dizer: estou feliz que sua resenha da série do Apolo, no geral, tenha sito positiva, pois isso me motiva a terminá-la rs

    Meu teste:
    Your godly parent is Poseidon, Stormbringer, Earthshaker and Lord of the Oceans.

    Children of Poseidon display similar qualities to those of Zeus, including pride and stubbornness but are more in control of their emotions, making them reasonable in nature. You place high value on those you care about and will go to extremes to help them out. Your greatest strength and weakness is your devotion to those closest to you. Children of Poseidon are generally calm and easy to get along with, which lulls people into a sense of comfort with them. However, being influenced by the never-still ocean, unpredictability should be your middle name, and when provoked, you can unleash rage that you might not even be able to control. Children of Poseidon, unlike those of Zeus, are driven not by law and duty, but by emotional attachments instead, not pausing to judge the consequences of their actions until it’s too late. Some demigods might be influenced by the thrilling nature of the power they possess and can lose their heads in it, usually requiring a calming external force to snap them out of it. Without a control factor, children of Poseidon may begin to crave destruction rather than stay balanced.

    Qualities
    Pride, loyalty, devotion, reason, leadership, humor, unpredictability, rage

    • Responder Samara Maia Mattos 5 fev 2021 at 21:57

      Se você de alguma forma gosta do Riordan acho que vale terminar a série do Apolo, Ize. Nem que seja praquela sensação de completude e dever cumprido.

      E você gostou do resultado? Do que eu te conheço parece certo… 🤔

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