A Irmandade Perdida
arqueiro
série ---
528 páginas | 2015
Diana Morgan é professora da renomada Universidade de Oxford. Especialista em mitologia grega, tem verdadeira obsessão pelo assunto desde a infância, quando sua excêntrica avó alegou ser uma amazona – e desapareceu sem deixar vestígios.
No mundo acadêmico, a fixação de Diana pelas amazonas é motivo de piada, porém ela acaba recebendo uma oferta irrecusável de uma misteriosa instituição. Financiada pela Fundação Skolsky, a pesquisadora viaja para o norte da África, onde conhece Nick Barrán, um homem enigmático que a guia até um templo recém-encontrado, encoberto há 3 mil anos pela areia do deserto.
Com a ajuda de um caderno deixado pela avó, Diana começa a decifrar as estranhas inscrições registradas no templo e logo encontra o nome de Mirina, a primeira rainha amazona. Na Idade do Bronze, ela atravessou o Mediterrâneo em uma tentativa heroica de libertar suas irmãs, sequestradas por piratas gregos.
Seguindo os rastros dessas guerreiras, Diana e Nick se lançam em uma jornada em busca da verdade por trás do mito – algo capaz de mudar suas vidas, mas também de despertar a ganância de colecionadores de arte dispostos a tudo para pôr as mãos no lendário Tesouro das Amazonas.
Entrelaçando passado e presente e percorrendo Inglaterra, Argélia, Grécia e as ruínas de Troia, A irmandade perdida é uma aventura apaixonante sobre duas mulheres separadas por milênios, mas com uma luta em comum: manter vivas as amazonas e preservar seu legado para a humanidade.
Design
Então. Esse foi um dos livros que selecionei para ler na época em que tinha parceria com a editora Arqueiro/Sextante. Acabou que eu nunca publiquei porque fiquei enrolando com a parte do design.
Confesso que tem vezes que eu fico com MUITA PREGUIÇA de escrever essa parte da análise e de certa forma isso acaba me prejudicando na publicação mais frequente de resenhas…
Tanto até que eu meio que estou pensando em abraçar a ideia que nem sempre eu preciso me cobrar a escrever sobre o design de um livro. Se for um projeto marcante, se for algo que eu ache relevante, é óbvio que eu vou investir em dar aquele carinho.
Mas não vou mais me preocupar tanto em SEMPRE TER QUE escrever a parte de design. Tem minha nota lá, já é uma referência “quantitativa” de que eu analisei de alguma forma, não é mesmo?
Combinado então? Quando tiver, teve. Quando não tiver, se você quiser saber alguma informação específica, comentários e redes sociais do blog tão aí pra você entrar em contato e conversar comigo. ;)
Vamos ver se consigo aumentar o volume de resenhas publicáveis assim… :P
História
Mel-Delz… Sério, A Irmandade Perdida foi um daqueles livros meio sofridos de ler e que praticamente desapontam pela expectativa inicial que eu tinha.
Sou apaixonada por mitologia grega desde sempre. Então ficar encantada com a sinopse do livro foi muito fácil, principalmente ao falar de amazonas e da cidade de Troia. Sempre achei a ideia de uma “civilização” totalmente dirigida por mulheres guerreiras super interessante e empolgante, e apesar de a Mulher Maravilha não ser uma das minhas personagens de quadrinhos favoritas, toda a proposta me agrada.
Então, assim, A Irmandade Perdida é um livro que segue duas linhas cronológicas: no passado, as sacerdotisas da deusa da lua, em algum momento antes da Guerra de Troia; no presente, a filóloga Diana Morgan, catedrática da universidade de Oxford e pesquisadora sobre as amazonas. Existe uma alternância entre os capítulos de Diana e de Mirina, então o leitor fica indo e voltando entre as aventuras no passado e no presente.
Por mim, o livro podia ser só no passado, uma reinterpretação da Guerra de Troia. Uma nova visão de como os gregos e os troianos se enfrentaram em uma guerra que durou 10 anos e qual foi o papel das sacerdotisas da deusa da lua, que depois se tornam as amazonas. Marion Zimmer Bradley já tinha feito uma releitura da mitologia em seu MARAVILHOSO O Incêndio de Troia, e eu meio que gostei bastante de acompanhar a visão de Anne Fortier do mito.
Só que o livro tinha Diana. E, putz, Diana era um saco. Sério, a personagem era para ser feminista, uma representante amazona na atualidade, uma defensora das mulheres e da igualdade, mas não consegui realmente encontrar esses traços nela. u.u
Fora um discurso inicial com um viés feminista, o resto do tempo Diana passa suspirando por um cara e odiando todos os outros com quem ela precisa se relacionar. Ela é dada a “bolhas de raiva” e reações exageradas a personagens masculinos. É como se ela não tivesse controle ou não pudesse ser criticada ou contrariada. No início de sua aventura, ela passa a maior parte do tempo reclamando de Nick Barrán, o responsável pelo sítio arqueológico para o qual é levada. Que ele tem barba, que ele fede, que ele é grosso, que não responde suas perguntas…
Isso porque antes ela já tinha reclamado dos “dinossauros” da faculdade e do cara que faz a intermediação entre ela e Nick. O único cara de quem ela não fala mal é o gatinho de Oxford, por quem ela tem uma queda desde pequena, porque eles eram vizinhos em sua cidade natal. E ela fica pensando em como é uma pena que ela nunca vai conseguir nem um beijo de boa noite do cara…
Então a história toma um ritmo de: descobrir mais sobre as amazonas, odiar o Nick barbudo, sair em uma viagem para Grécia, achar o Nick sem barba gatinho mas continuar odiando, se meter em umas enrascadas, culpar os “terroristas” de artefatos arqueológiocos/as amazonas/Nick, ficar apaixonada por Nick e querer dar uns pegas nele (oi?! O.o), ir em busca das amazonas até onde for necessário…
Mas assim, você não consegue se envolver ou ter nenhuma sensação real de perigo que a Diana possa estar passando ou enfrentando. Você não consegue ver de onde veio a paixão e o interesse dela por Nick. Não consegui pescar onde o “eu te odeio, você é barbudo e fede a suor” virou “quero te dar”. Sério, se foi no momento em que ele tirou a barba e mostrou os “ombros largos e o abdômen definido” é muito frustrante. Porque, mesmo virando o delz árabe, ele continuou mantendo segredos, tratando ela “mal” e não contando nada do que Diana pedia para saber. Então, não, não me comprou a mudança de sentimento e interesse da Diana. Além disso, mesmo com as “dificuldades”, tudo é muito fácil. Não deu.
Em contrapartida, a história de Mirina e Lilli, as duas jovens caçadoras que são expulsas de sua vila e viram sacerdotisas no templo da deusa da lua, são atacadas por gregos e depois partem em uma jornada para salvar as irmãs que foram sequestradas pelos invasores é bem mais empolgante. Principalmente porque a autora envolve essa personagens com outros que realmente aparecem no mito da Guerra de Troia. Páris, Príamo, Agamenon, Menelau, Helena, Pentesilea e Hipólita, estão todos presentes e são participantes nessa nova visão da história. O papel das amazonas também é mais desenvolvido e importante para a autora.
Algumas mudanças eu achei bem interessantes, mas outras mexeram no mito que eu conhecia de uma forma que talvez não tenha me agradado. Os gregos não tem tanta participação então não vemos Aquiles ou Ulisses durante a guerra. Cassandra não aparece como a profetisa que ninguém acredita. Heitor não é nem citado, portanto acredito que não exista na visão de Anne Fortier.
De qualquer forma, eu passava a maior parte do tempo dos capítulos de Diana desejando que acabassem logo e voltassem para o de Mirina, então, no geral, não acho que o livro em sua totalidade foi uma boa experiência. Sempre fico triste quando tenho uma expectativa com uma leitura e ela não é atingida. =/
Até a próxima! o/
Onde comprar: Amazon (compras feitas através do link geram uma pequena comissão ao blog ^.~)
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1 comentário
É complicado quando criamos muita expectativa sobre um livro… e não era nada daquilo que a sinopse prometeu. Eu simplesmente iria ficar louca para ler esse livro pela sinopse… e ficaria apenas com ela mesmo, pq iria ficar doida para pular logo os capítulos da reclamona do presente… Essa é uma daquelas personagens que você sonharia em entrar no livro e dar uns belos tabefes, para ela acordar para a vida.
Bjks!
Mundinho da Hanna | Instagram