resenha

O verão que mudou minha vida – Jenny Han

16 jul 2019
Informações

O verão que mudou minha vida

Jenny Han

Intrínseca

série Trilogia Verão #1

240 páginas | 2019

3.5

Design 5

História 2

10

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Uma garota. A primeira paixão. E um verão inesquecível. Sempre que chegam as férias de verão, Isabel Conklin deixa para trás sua vida monótona na cidade e vai com a família para Cousins Beach. A casa de praia é seu segundo lar, e é lá que Belly reencontra as pessoas que mais ama: a melhor amiga de sua mãe, Susannah, e os filhos dela, Conrad e Jeremiah. Ano após ano, ela tenta se aproximar de Conrad, mas nunca dá certo. Parece que o garoto nunca vai corresponder aos sentimentos de Belly. Dessa vez, no entanto, ela percebe algo diferente: Jeremiah passou a enxergá-la com outros olhos, e os dois estão cada vez mais próximos. Belly mudou. E esse verão tem tudo para ser o melhor de sua vida.

Design

Ainda bem que quando decidi escrever resenhas no blog coloquei a parte de design primeiro. A chance de o livro ter notas altas nessa parte tende a ser maior do que na parte da história, então eu tenho a oportunidade de falar bem do projeto e descascar o livro só depois.

Então você vai lendo a resenha, achando que tá tudo bem, que o livro é bonito, que foi bem produzido e tal, e fica com uma sensação boa.

Eu gostei do projeto que a Intrínseca fez pra trilogia do Verão. Não sei você, mas às vezes eu canso um pouco de capa com gente. YA tem muita capa com pessoas, então sair do lugar comum já ganha pontinhos, não é mesmo?

Aqui a escolha foi por tons felizes e pastéis para os trés livros: azul para o primeiro, rosa e verde para os seguintes. Além disso, todos tem elementos relacionados ao verão, sol, sal e praia ilustrando o fundo colorido. A arte principal mesmo fica para o lettering do título e do nome da autora.

Eu gostei bastante dessa mistura de uma fonte sans-serif em caixa alta para o título e de uma fonte quase caligráfica (daquelas penas mais chanfradas) pra autora. O mais legal foi colocarem uma textura “áspera” no título, pra você ter aquela sensação de estar sentindo areia roçando seus dedos. <3

o verão que mudou minha vida - jenny han

Aí a gente vai para parte interna e vê esse padrão fofíssimo de conchas em um fundo laranja na contra-capa. O melhor de tudo é ver esse cuidado de colocar a cor complementar do azul para criar o maior contraste possível entre a capa e a parte interna. Às vezes eu realmente gosto muito de design.

Fora esses cuidados delicinhas da Intrínseca, o miolo é bem “normal” e correto. Não tinha muito o que brincar ou inventar por aqui, então fazer o projeto padrão de qualidade tava mais do que bom.


História

Cara… GIF - facepalm Eu detesto começar uma resenha com “cara”.

“Cara” pra mim é aquele sentimento de frustração e inadequação que você sente quando TUDO deu errado, sabe? Aí você vai e solta um suspiro… e no final da respiração que deixa seus pulmões, enquanto você esfrega as mãos no rosto, você fala: “cara…”

Mas na verdade, a culpa é toda minha. Sabe quando você SABE que uma coisa não é mais pra você, mas AINDA ASSIM você vai lá e insiste?

Tipo. Descobri de uns meses pra cá que eu tenho refluxo e que eu tenho que evitar um monte de coisa que pode ativar o problema. Coisas gordurosas entram pra lista. Mas aí, a sua cabeça que já tá acostumada a comer as paradas vai lá e se entope de coxinha e salgadinho porque “dessa vez não vai dar nada”… E fica morrendo de refluxo na madrugada.

Essa sou eu com YA. Eu não sei porquê ainda insisto. Na verdade eu sei, né? “Dessa vez vai ser bom”.

A culpa aqui também é da própria Jenny Han que escreveu uma trilogia legalzinha com a Lara Jean (eu li e resenhei os três: aqui, aqui e aqui). Ou então eu estava muito enlouquecida/entorpecida por algum hormônio que me fez curtir a trilogia e achar que “provavelmente” a história de O Verão que mudou a minha vida também seria divertida.

GIF achou errado otário

Eu não sei qual é o meu problema com esses YA de adolescentes de 16 anos que tem o rei na barriga e que o mundo gira em torno de sua bela figura. Porque tem MUITO livro que a protagonista é exatamente essa poça de profundidade, e tão aí, fazendo sucesso, e garantindo o leite das quiança de muitos autores.

Mas cara (olha ele aí de novo. Você ouviu o suspiro antes?), não dá mais. Eu simplesmente não consigo mais lidar com esse tipo de personagem bidimensional que arrasta uma história em egocentrismo, egoísmo, individualismo, slut shame, e muitas outras estruturas/plots negativos que são construídos e desenvolvidos.

Então, temos a Belly (que de certa forma é um ótimo nome, porque eu só ficava pensando em umbigo, e a personagem também só conseguem pensar no próprio umbigo, e faz total sentido). Belly está feliz porque ela agora, aos 16 anos, finalmente tem peitões e tá se sentindo gostosa e linda e vai poder arrasar com todos os caras da praia e jogar na cara do seu interesse romântico sem graça o que ele tá perdendo.

“Foi o verão que mudou a minha vida. Porque, pela primeira vez, eu me senti linda. A cada ano, eu sempre achava que o verão seria diferente, que minha vida ia mudar. Naquele, ela finalmente mudou. Porque eu mudei.” p.27

Tá, estou sendo reativa e fazendo o mesmo que a personagem praticando aqui todo o meu slut shame. MAS MELDELZ, QUE PERSONAGEM INSUPORTÁVEL. Sério. Você jura que o que é importante pra você aos 16 anos é ser bonita? É agradar os olhos e gostos sensíveis dos caras? Gente… isso pode ser considerado tão errado e vazio em tantos níveis que eu nem sei. Já deu pra perceber que nas primeiras 30 páginas eu já tava com os olhos girando em velocidade de match 5, sofrendo com o caminho que eu já via se descortinar no resto do livro?

GIF - Rolling eyes

Belly sempre vai junto com sua mãe e irmão mais velho, pra casa de praia da melhor amiga de sua mãe. A amiga da mãe é muito mais legal do que a mãe da Belly, e tem dois filhos na mesma faixa etária de Belly e seu irmão. OU ~SEJE~, Belly sempre foi a única menina da casa, cercada por garotos que “odiavam garotas” e sempre a trataram como todos os meninos tratam as meninas na infância/pré-adolescência: com desprezo.

“(…) Queria ser invisível. Não porque os meninos implicassem comigo – o que eles até faziam. O que eu detestava era a sensação de ser diferente, de não pertencer ao grupo. Eu detestava destoar dos outros. Só queria ser como eles.” p.31

Só que agora Belly é linda e gostosa! Ela pode arranjar um namorado! Ela pode ir nas festas da praia! Ela pode encher a cara (mas ela não vai fazer isso pra não pegar mal)!

Então o verão de Belly se resume a relembrar como foram outros verões que passou na praia, reclamando do verão que levou sua melhor amiga meio galinha, reclamando que não era bem tratada pelos garotos, sendo uma menina mimada. E, no dias de hoje, também de reclamar: do divórcio dos seus pais, do irmão mais velho, do quanto sua mãe é meio mala, do quanto a melhor amiga da mãe é maneira, do quanto o garoto que ela gosta não dá bola pra ela e tá um pé no saco, de todas as liberdades que ela deveria ter mas que os filhos da melhor amiga não dão a ela… Gente, tá difícil de defender! GIF argh

Aí, lá pelas tantas, quando ela resolve sair do mundinho colorido de Belly, ela percebe que o clima na casa de praia não está tão tranquilo quanto ela imaginava. Ela passa a ignorar o carinha com quem estava saindo, volta a focar toda sua energia no carinha que ela tem o crush eterno e meio que não liga pra ela, e dá um toco no carinha que se declara pra ela.

Sério, se você leu essa resenha até aqui precisa entender que eu NÃO SOU o público alvo desse livro. Eu tenho mais que o dobro da idade da protagonista (mas acho que nem na idade dela eu teria me identificado com todo os seu universo egocêntrico) e fico nessa de insistir em ler um gênero que já passou (ou nem foi) voltado pra mim. Não que eu ache que os relacionamentos mostrados aqui no livro sejam exemplos positivos pra ninguém.

Não sei se eu sugeriria a leitura pra um/a jovem de 12 a 16 anos, porque eu não gostaria de validar os comportamentos que a Belly tem em diversos momentos da história. Mas estou divagando.

Eu dizia que o livro não é pra mim. Então, minha resenha meio revoltada e minha nota relativamente baixa pode estar completamente errada na sua opinião. Talvez esse seja um livro muito importante pra você. E tudo bem. (Quer dizer, eu espero que esteja tudo bem…)

A única coisa que realmente foi importante na leitura de O verão… é entender que realmente eu tenho que me afastar dos YAs. Talvez os de fantasia ainda tenham alguma coisa pra me dizer, mas os contemporâneos, realmente, já deu.

Entretanto…

Eu tenho aqui Sem você não é verão, que é a continuação direta do primeiro livro da trilogia. Vou ter que ler? Com certeza. Vou conseguir chegar ao fim? Vamos descobrir muito em breve, não é mesmo? XD


Até a próxima! o/

banner parceria editora Intrínseca 2019

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3 Comentários

  • Responder Maisa 26 jul 2022 at 21:21

    Minha filha, de 12 anos, está me amolando pra comprar essa trilogia pra ela. Não sei o que faço!!!

    • Responder Samara Maia Mattos 3 ago 2022 at 12:02

      Oi Maisa, como vai? Eu acho que não teria problema ela ler essa série agora. Que me lembre, não existem cenas pesadas. Mas se você está preocupada, que tal ler junto com ela para ajudá-la em qualquer dúvida ou desconforto durante a leitura?
      Abraços.

  • Responder Izandra 17 jul 2019 at 09:59

    É, Sam… Acho que estamos no mesmo barco quanto a YAs. Eu já desisti tem um tempo, porque vejo que só me fruto com a ausência de profundidade dos personagens. Ainda tento NA, mas mesmo nesses (onde a faixa dos personagens é 20 anos), em muitas vezes percebo os mesmo tipo de atitudes adolescentes que me irritam rs
    Sobre esse livro em específico, eu li a outra trilogia da autora, e francamente, achei chata demais. Nem me dei ao trabalho de ler mais livros dela xD

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