resenha

A Seleção – Kiera Cass

11 jan 2019
Informações

A Seleção

Kiera Cass

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série A Seleção #1

369 páginas | 2012

3.25

Design 4

História 2.5

L

Compre! Amazon

Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer, por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto.

Um dia, America topa se inscrever na Seleção só para agradar a mãe, certa de que não será sorteada para participar da competição em que o príncipe escolherá sua futura esposa. 

Mas é claro que seu nome aparece na lista das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma…

Design

Eu só tenho duas coisas pra falar sobre esse livro:

  • Eu gosto bastante desses projetos gráficos que são menorzinhos. Acho fofo e confortável de carregar/ler.
  • As capas dessa trilogia são ESTUPIDAMENTE bonitas. Os vestidos, a escolha cromática pra exteriorizar o momento de America na história, a montagem das fotos. É tudo feito pra você ficar embasbacado e PRECISAR comprar os livros.

Pena que, nesse caso, a história em si não sustenta toda essa beleza que as capas trazem pro produto. :P


História

Ok, vamos falar de A Seleção.

Estou chegando muito depois do fim (teve fim?) do hype da série. Fui olhar no Skoob para ter certeza. Então, já fazem 6 anos do lançamento da história de America. Isso significa que são 6 anos a mais para mim, porque não tive a sorte de só o livro “envelhecer”, eu também ganhei umas idades aí.

Não consigo me lembrar porque não li os livros na época do lançamento. 2012 foi um ano que eu voltei a me dedicar ao blog, mas não consigo me lembrar como eram minhas aquisições de livros. Sei que 2013, na minha lista de compras da Bienal estava A Seleção, mas não foi quando comprei.

O histórico do blog me ajudou, e foi na Black Friday de 2014 que eu finalmente comprei a trilogia, que estava completa na época. E agora, 4 anos depois, eu finalmente resolvi tirar o livro das minhas caixas-biblioteca e entender qual foi toda a comoção que esse livro gerou.

Tá, vale o lembrete que eu já poderia ser considerada “velha” para ler um YA como esse quando ele foi lançado! Mas como eu acredito que não deveria existir preconceito literário, tou aqui pra contar o que eu achei.

A principal confissão é que, sim!, foi surpreendentemente divertido. Eu ainda consigo me entreter com uma história de adolescentes egocêntricos, principalmente quando o estilo da escrita é extremamente envolvente e gera uma certa compulsão em você de continuar virando as páginas.

MAS!

Tem que existir um mas.

Não sei se preciso ficar tecendo elogios pro livro. Se você já leu A Seleção sabe que é uma história… bem, interessante. Toda a questão de reality show, competição entre 35 jovens, com diferentes backgrounds, castas e interesses, meio que prende você pra saber quem vai realmente ter chance.

Só que tem algumas coisas que poderiam ser tão mais exploradas e deixar essa história realmente instigante e talvez mais madura!

Um dos maiores problemas pra mim foi a construção do mundo. Sério, talvez tivesse sido melhor nem fazer uma construção do que a que foi feita. Eu achei uma péssima escolha da Kiera ambientar a história em um futuro próximo da nossa Terra.

Sério que depois da quarta guerra mundial, a forma que as pessoas resolveram reconstruir seu país foi criar uma monarquia e um sistema de castas completamente desigual e desqualificante? Juro que eu compraria mais uma coisa como a Suzanne Collins fez em Jogos Vorazes, com seu presidente ditatorial.

GIF what say what britney spears wait

Com toda a história que já temos aí de humanidade, não consigo conceber toda uma sociedade se voltando para um “salvador” e o tornando rei. Sério, não dá.

É por isso que eu também não entendo porque ela escolheu ambientar no futuro “desta Terra”. Eu preferiria MUITO MAIS se fosse um outro mundo, sabe por quê? Ela fala de televisão, carros, aviões, mas não fala como se gera energia ou como os carros são alimentados para se movimentar. As únicas castas que a gente conhece na história são artistas (músicos, modelos, pintores, escritores), professores, e serviçais.

Quem produz a comida pra alimentar todo o país? De onde vem toda a parte de energia elétrica?

Aí tem a transmissão de programas de TV, tem fotografia, tem a circulação de revistas. Mas ninguém viu um computador! Quando America vê um pela primeira vez ela descreve como uma “televisão com teclado”.

Os soldados que protegem o castelo da monarquia são armados com lanças, mas os rebeldes aparentemente tem armas de fogo…

São coisas meio jogadas só para construir a cena, mas que não se encaixam de verdade para poder estruturar o mundo dos personagens. Se fosse um universo paralelo, e tudo fosse tratado como “magia”, é provável que eu não me incomodasse com as brechas de informação. E é provável que eu aceitasse mais a questão da monarquia e da desigualdade social.

No mundo que Amy Erwing criou em A Joia tem um pouco dessa construção mais “mitológica” da nação e é completamente aceitável (mesmo a história não sendo tão boa assim).

De America uma coisa que não fez nenhum sentido pra mim foi ela afirmar e reafirmar repetidamente o quanto ela não gostava de ser o centro das atenções. O quanto se sentia incomodada com as pessoas olhando para ela. Sério, isso não faz sentido.

America é uma Cinco, criada para ser música como seu pai. Ela se apresenta nas festas das castas superiores para receber o dinheiro que ajuda sua família. E ela diz que gosta de seu trabalho, o que implica em ESTAR NA FRENTE DE PESSOAS QUE OLHAM PARA ELA! Toda a personalidade da personagem não corrobora com essa afirmação de “não gosto que me olhem”.

E ainda, ela prepara um presente de aniversário para uma das jovens da seleção que é uma música que toca ao violino. Na frente de pelo menos 20 outras meninas, e de Maxon, invariavelmente. Se você não gosta que prestem atenção em você, não existe chance NO MUNDO de você se colocar exatamente nessa posição para dar um presente.

Então, assim, America não é lá muito constante.

Outra coisa que eu acho meio fraca é a construção das outras 34 selecionadas. Algumas são só nomes aleatórios jogados para fazer número, e eu nem sei se realmente precisariam ser tantas assim para a progressão da história, quando você só vai dar nome pra umas 15 no máximo, e desenvolver de verdade umas 7!

Mas o que acabou comigo de verdade foi o maldito e terrível TRIÂNGULO AMOROSO. Eu queria de verdade entender porque grande parte das autoras de YA acha IMPRESCINDÍVEL que a protagonista sempre esteja metida em um triângulo amoroso?

GIF bored OMG i can't get this anymore

O que o leitor ganha com esse tipo de clichê além de angústia adolescente e indecisão sem fim?!

As coisas estavam indo tão bem em sua previsibilidade, e eu subconscientemente sabia que ia acontecer, mas ainda estava torcendo para o triângulo não aparecer. E a America que estava começando a se apaixonar pelo príncipe, “do nada”, já está toda “oh que bom que meu ex está no palácio!”.

Tipo, oi?! Ele terminou com você! E ele só está dando em cima de você agora porque conseguiu subir de casta quando entrou pro serviço militar. Porque quando ele era de uma casta inferior, ele não achava que o amor que vocês sentiam seria suficiente para mantê-los juntos.

Eu acho Aspen o cara mais egoísta da história. Quando America está tendo sua chance real de se sair melhor do que outras pessoas da sua casta; de mostrar a realidade do povo fora do palácio; de mostrar a vida das castas abaixo da 3 para o príncipe; e está se curando de ter sido abandonada e magoada, chega o infeliz do Aspen e coloca tudo a perder, porque ele que America de volta?!

AH POR FAVOR!

GIF get out

Mas mesmo assim, tem alguma coisa na forma como a Kiera Cass escreve e conta a história que simplesmente não me deixa abandonar o livro. Eu PRECISO saber o que vai acontecer nos próximos livros. Provavelmente não devo estar com minha saúde mental lá muito saudável. Deve ser a idade. Pode ser que eu tenha desintoxicado de YA ruins.

A questão é que, ter colocado A Seleção como um dos livros do desafio #12em2018 foi realmente uma boa ideia, e eu já estou pela metade de A Elite, e me contorcendo com as decisões de desenvolvimento da história e dos personagens.

Mas eu simplesmente não consigo largar. ¯\_(ツ)_/¯


Um pequeno disclaimer aqui.

Obviamente eu escrevi essa resenha assim que terminei a leitura de A Seleção no ano passado. E obviamente eu não postei no período certo, então algumas coisas estão fora do espaço tempo.

Como comentei no Top 5 2018, eu terminei a trilogia da Kiera Cass e foi uma experiência bem terrivelzinha. :P Só que eu não escrevi os rascunhos dos livros seguintes, porque emendei um direto no outro até o fim.

MAS! Eu gravei um áudio com a minha experiência com A Elite e A Escolha, e vou tentar transcrever para postar em uma oportunidade futura. ;)


Até a próxima! o/

Onde comprar: Amazon (compras feitas através do link geram uma pequena comissão ao blog ^.~)


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4 Comentários

  • Responder Claudia Júlio 13 dez 2021 at 08:24

    Bom dia,
    Minha filha acaba de fazer 12 anos e está devorando essa “bendita” A Seleção.
    Ela já está no segundo livro e ontem ela saiu do quarto chorando desesperada com uma cena de traição e chicoteamento. Fiquei horrorizada, vejo que essa coleção não é para menores de 14 anos. A criança não tem maturidade para encarar essa história. Só que faze la parar agora irá ficar com esse peso no coração, realmente muito triste não dar conta de trabalhar e ler todos os livros que ela gostaria antes dela para fazer uma “seleção” do que deve oi não ler naquele momento.
    Penso que agora devo estar ao lado dela para tirar suas dúvidas, mostrar p ela que esse livro não é uma história real, que tem muitas falhas como as que foram citadas a cima, quem sabe assim desenvolver nela uma crítica construtiva. O mundo é real, mas na faixa de 12 anos eles ainda estão para a fase do mundo belo.
    Muito triste por não ter lido essa resenha antes de deixar ela começar o segundo livro. Haja visto que quem comprou foi o pai e nem se importou em pesquisar do que se tratava a história, ela pediu, ele deu.
    Agora vou me esforçar para limpar da memória dela essas imagens terríveis que o livro expor de forma natural.
    Achei exagerado e chocante.

  • Responder Rachel 14 set 2020 at 04:51

    É por isso que é para adolescentes! Note que a autora empurra a protagonista a ficar com um cara rico, bem sucedido, dono da coisa toda que é bonito, agrada, etc, enquanto faz o pobre, ser um egoísta e faz situações além de completar sua personalidade de maneira ruim ou seja; para fazer com que o leitor aceite uma coisa ridícula e que nem ao menos irá fazer com que ele tenha dúvidas ou se ponha entre os dois lados e escolha filé mignon ao invés de ovo com linguiça! Está entendendo? É como ter que escolher ganhar de graça numa promoção uma ferrari ou uma kombi e a loja te oferece para experimentar os dois e a kombi dá problemas infinitos, enquanto a ferrari, vc sabe né? Nos cavaleiros do zodíaco, um deus/príncipe/dono de tudo/lindo de morrer pede saori em casamento. Ela diz não pq gosta de um rapazinho pobre, porém esforçado que está sempre ao lado dela…Até saint seiya consegue fazer estorinha de conto de fadas ser mais conexa, variada e equilibrada do que esse livro. Não vou ler pq não gostei das sequencias, mas boa resenha a sua! Parabéns pelo blog! Sucesso! :)

  • Responder Emma 25 nov 2019 at 03:01

    Uma perguntinha
    Pra que idade seria essa série de livros? Estou muito interessada e gostaria de ler mas dependendo da idade minha mãe não deixaria eu comprar…

    • Responder Samara Maia Mattos 25 nov 2019 at 10:37

      Oi Emma, tudo bem? Eu acredito que Seleção, como série, seria pra faixa a partir de 14 anos. Mas se me lembro bem, talvez só o primeiro livro possa ser ok para ser lido por alguém de 12 anos. Leve em consideração que os personagens estão na faixa dos 16-18 anos, portanto o ideal mesmo é para uma adolescente a partir dos 14, ok?
      Abraços! o/

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