Raptada por um Conde
HarperCollins Brasil
série As irmãs Cynster #3
352 páginas | 2017
Londres, 1829. Angélica Cynster decidiu comparecer ao sarau na casa de lady Cavendish como parte da estratégia para encontrar o seu herói e futuro marido. Ela sabia que o reconheceria à primeira vista. Por isso, quando notou a presença de um nobre misterioso, ela soube que era o seu escolhido. Apesar do aparente interesse, ele não fazia nenhum movimento para se aproximar, e paciência nunca foi o forte de Angélica. Confiando no seu instinto e na sorte que o amuleto da Senhora lhe dava, decidiu dar o primeiro passo e se aproximar daquele homem enigmático. Tudo ia bem no seu primeiro encontro, até que uma atitude do seu herói a faz questionar as intenções dele: Angélica acabara de ser sequestrada! Fechando a trilogia das irmãs Cynster, Raptada por um Conde revela a verdade sobre os sequestros das Cynsters. O desfecho dessa intriga depende da ajuda que Angélica pode oferecer a Dominic. Um enredo com personagens audaciosos e uma trama misteriosa e cheia de aventuras que vai conquistar o público.
Design
Já falei sobre o projeto gráfico do primeiro livro, e consequentemente da série das Cynsters, e você pode dar uma olhada na resenha de Conquistada por um Visconde para saber minha opinião.
Fora a mudança no padrão cromático da capa, que agora é de tons azuis, eu acho que as modelos usadas para representar as personagens nas imagens meio que foram trocadas ao longo da série. A de Raptada por um Conde deveria ser a de Conquistada por um Visconde, que deveria ser a de Salva por um Cavaleiro que na verdade é a de Raptada por um Conde! XD Mas não faz tanta diferença assim, né? ¯\_(ツ)_/¯
História
Aeee! Definitivamente Raptada por um Conde foi o melhor livro da trilogia e conseguiu redimir o meu incômodo com o segundo-livro-xerox-do-primeiro! \o/
Na resenha de Salva por um Cavalheiro eu reclamei bastante sobre a estrutura da história ser ctrl+c/ctrl+v de Conquistada por um Visconde. Reclamei de como o escocês misterioso das terras altas deveria ter tomado pra si a responsabilidade de raptar as Cynsters. E reclamei que ainda não havia uma explicação direito de porque tanto ódio no coração da mãe de nosso querido vilão.
Então, spoilers à frente e leia por sua conta e risco.
Angélica é a irmã Cynster que eu mais gostei. A ruiva é modernosa, independente, inteligente e como suas irmãs, está à procura do seu herói. Das três ela parece ser a mais assertiva, porque do momento em que coloca os olhos no Visconde Debenham ela sabe que ele será seu herói! Go Girl!
O que Angélica não faz ideia é que Debenham na verdade é o escocês com mommy issues que veio para Londres resolver o problema de raptar uma Cynster. O que Angélica consegue, mais do que um herói, é se disponibilizar a ser facilmente raptada por Dominic, Conde de Glencrae.
O melhor de tudo é que finalmente somos apresentados a toda a loucura da vingança que a mãe de Dominic quer impetrar contra a família das Cynsters. E olha, me comprou. Achei aceitável como justificativa para os livros. Aparentemente Angélica também, porque ela se dispõe a ajudar Dominic a convencer sua mãe de que está arruinada.
Ao mesmo tempo ela decide que vai conquistar o coração de Dominic para que ele se torne realmente seu herói. E ela usa as artimanhas mais safadinhas que ela pode, às vezes propositalmente, às vezes só sendo quem é. Só achei a desculpa que Angélica dá para convencer Dominic a ficarem mais “íntimos” qualquer coisa. Era mais fácil dizer que queria passar a noite com ele e ponto final.
De qualquer forma, para variar, a Angélica virginal é a melhor experiência sexual que o Dominic macho-caçador-experiente já teve em toda a sua vida. E a partir do momento que eles se permitem, toda a oportunidade que encontram é motivo para se permitirem mais uma vez!
Isso é uma coisa que Stephanie Laurens definitivamente escreve bem. Ela consegue ser bastante descritiva em suas cenas sensuais, ao mesmo tempo que é poética e romântica, sem apelar para a pieguisse ou para a “pornografia”.
Raptada por um Conde é em boa parte como os livros anteriores, uma grande jornada da Inglaterra até a Escócia, citando diversos nomes de cidades e lugarejos por onde o casal e seus acompanhantes passam até chegar no castelo de Dominic. Enquanto fazem sexo e passeiam pelas cidades, Angélica vai aprendendo mais sobre o clã escocês de Dominic, sobre a loucura da mãe, hábitos, pessoas que moram no castelo. Tudo isso para se preparar para fazer o maior papel de sua vida: o de jovem desesperada porque não tem mais honra alguma.
O legal desse livro é que em alguns capítulos acompanhamos o que está acontecendo com os Cynster em Londres. Dessa vez toda a família se reúne para tentar descobrir de uma vez quem é o escocês que fica raptando as jovens da família. É uma pena que eu não tenha lido os livros anteriores a essa trilogia para realmente reconhecer cada personagem que aparece e suas personalidades.
Então é bom ver a movimentação tanto de Angélica para entender o Conde por quem está se apaixonando e sua família. E dos Cynster, para descobrir tudo sobre Dominic e poderem salvar Angélica.
Já na Escócia, no castelo de Dominic, todo o embate com a mãe dele é bastante incômodo e angustiante. Mirabelle é uma mulher amargurada e vingativa, e realmente é uma pessoa bem ruim. De certa forma, é compreensível que ela tenha ficado desse jeito, levando em consideração tudo o que “sofreu” ao não ser amada pelo pai de Dominic.
Só que a forma como a autora decide provar para Mirabelle que Angélica está desgraçada, pra mim, foi extremo e desnecessário. Principalmente quando a semente da ideia partiu da própria Angélica.
Explico. Mirabelle estava esperando que a difamação de Angélica e seu sequestro fosse noticiado nos jornais de grande circulação. E quando isso não acontece, ela decide não devolver a taça que roubou de Dominic. O que eu imaginei que deveria ser feito? Dominic entraria em contato com algum dos jornais e pediria para forjarem uma edição que pudesse ser entregue para Mirabelle. O cara é o Conde, por favor! Óbvio que o pessoal poderia fazer isso por ele, não é mesmo?!
Só que Angélica tem a super ideia de ser estuprada! E ela e Dominic não fingem que estão transando enquanto Mirabelle está do lado de fora do quarto. Eles realmente transam agressivamente para convencer Mirabelle, QUE NÃO ESTÁ DENTRO DO QUARTO! Essa parte da história é tão errada e tão desnecessária que eu precisei comentar que me incomodou. =/
Na minha opinião foi um erro muito grande de construção da história, já que existia uma forma muito menos chocante de ter o mesmo resultado no final. u.u
De qualquer forma, o livro como um todo quase redime essa parte específica. Quase! Eu gostei dos personagens, gostei da evolução da história, das justificativas para os sequestros, do envolvimento da família Cynster. Acho que para uma trilogia que é no meio de uma grande saga, ela é bastante autocontida e faz sentido em si só.
Se você curte romances de época, e não se importa com um estilo um tanto rebuscado de escrita (e um certo reaproveitamento de estrutura), os livros da Stephanie Laurens são uma boa opção de leitura.
Outras resenhas da série
Até a próxima! o/
(Este livro foi cedido pela editora HarperCollins para resenha e divulgação no blog)
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