Simplesmente o Paraíso
Arqueiro
série Quarteto Smythe-Smiths #1
272 páginas | 2017
Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido.
Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida.
Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Italia. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado.
Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família.
Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente
Design
Até achei que a Arqueiro tinha conseguido acertar com o projeto gráfico do quarteto Smythe-Smith. Apesar de ainda termos nossas queridas moças de cabeças cortadas, a arte das capas em si estão bem bonitas, as escolhas das cores para compor cada uma, a composição de cada foto.
Tá bem que eu esperava que uma das capas fosse amarela, pra poder compor uma paleta mais harmônica, porque do jeito que ficou temos dois livros rosas, mas né. Tudo bem.
Eu gostei bastante da tarja de fundo preto com os frisos dourados no topo da capa, com uma valorização enorme para o nome da autora em uma fonte bastante caligráfica. O título propriamente dito está em uma fonte romana e em caixa alta, acredito que para conseguir equilibrar com o peso que Julia Quinn ganhou. Por fim, dentro da pílula branca tem o nome da série e o número do volume! <3
Agora… eu fiquei um pouco incomodada com a parte superior da capa, que tem um recorte do que seriam as barras dos vestidos das modelos. Por algum motivo louco de continuidade eu tive dois problemas: 1. eu sempre acho que o livro está de cabeça pra baixo; 2. eu fico tentando encaixar a barra do vestido à arte que está depois da tarja de informação do livro. E obviamente isso não faz sentido algum, porque um “pé” não se encaixa em uma cabeça…
Além disso tem um tico de inconsistência, porque eu acredito que essa área da barra do vestido não devia mostrar nenhum outro tipo de informação além do tecido e da cor, mas a capa azul e a rosa-bebê tem pedaços do fundo aparecendo, o que torna ainda mais estranha minha relação com esses topos dos livros… #probleminhas
De resto, temos hotstamping e soft touch como finalizações da arte. Obviamente, meu livro ficou todo engordurado pelo manuseio, mas o que vale é que ele fica gostosinho ao toque, não é mesmo? <3
Agora o miolo é o mesmo que a gente sempre encontra na Arqueiro, correto, com boa legibilidade, fontes levemente grandes, mas sem muitas aventuras visuais na construção do projeto.
História
Talvez eu não tenha lido livros suficientes de Julia Quinn para afirmar categoricamente. Dos Bridgertons, apesar de ter a série praticamente completa, eu só li três livros (tem resenha de Um Beijo Inesquecível e A Caminho do Altar). Mas acho que a autora, de todas as que já li do gênero, é a que investe mais na comédia e no relacionamento romântico, ao invés da parte sensual/sexual dos personagens.
Digo isso porque nas 272 páginas de Simplesmente o Paraíso, é muito mais importante construir o interesse de Honoria e Marcus do que qualquer outra coisa.
Se você já leu algum dos Bridgertons deve conhecer as Smythe-Smiths. Todos os anos (se não estou enganada) a família se reúne para a apresentação do quarteto de jovens Smythe-Smiths, e esse é um dos piores desastres sociais da temporada.
Honoria faz parte do quarteto como violinista e sabe que é uma péssima musicista. Mas seu relacionamento com a família é tão forte e importante que, enquanto for solteira, ela faz questão de trazer essa felicidade (questionável por todos os convidados) para seus parentes.
Marcus é um jovem conde que na maior parte da sua vida foi criado afastado do pai, que só o via como uma responsabilidade social. Ele teve todo o ensino e preparação para a vida, mas ninguém o ensinou a se relacionar com outras pessoas da mesma idade, tornando Marcus muito tímido.
Só quando ele entra para a mesma escola do irmão mais velho de Honoria é que Marcus se sente aceito por outras pessoas e passa a também fazer parte da família dos Smythe-Smiths, frequentando a casa dos amigos em todos os feriados escolares.
Por conta de um mal entendido, o irmão de Honoria foge da Inglaterra e deixa a cargo de Marcus a proteção e o bem estar da irmã mais nova. Ou seja: não deixar ela se casar com aproveitadores, mal intencionados, velhos, ou idiotas sem nenhum valor.
Honoria é uma jovem super fofa, extrovertida e otimista, de certa forma um complemento para o “sombrio”, calado e tímido Marcus. Eles estão juntos há muitos anos, mas obviamente nunca se enxergaram além do papel de “irmãos”.
Achei bem bonitinha a forma como a autora cria a situação para aproximar os dois e mostrar o que eles podem ser muito mais do que “irmãos”. Mas né, é sempre a mesma coisa de que “não podemos ficar juntos”, até que um deles tome a iniciativa de assumir seus sentimentos e finalmente se declarar.
Só que eles passam por diversas situações que são mais engraçadas do que românticas. Me peguei rindo de vez em quando de um ou outro comentário feito por Honoria ou Marcus. Sobre a vontade que os dois costumam ter de comer doces, por exemplo. O livro é muito mais pela comédia e comentários bem humorados do que pela tensão do descobrimento do amor entre os personagens.
Meu único “incômodo” foi a forma como Quinn conduziu a primeira (e única, já digo logo) vez de Honoria e Marcus. Eu fiquei com a sensação que ele “forçou” um pouco a situação, com o famoso “se você não disser nada/não me impedir, não vou conseguir me segurar”. <suspiro> Mas não quero entrar em uma análise profunda sobre isso em um livro que estava indo super bem até esse momento. Só fica o aviso que me chamou a atenção.
Diferente dos Bridgertons, que são todos irmãos, acredito que o quarteto vai tratar de jovens que são do clã Smythe-Smiths, mas não necessariamente da mesma família (estou falando isso sem embasamento nenhum e sem ter lido a sinopse dos outros três livros). E o melhor de tudo é que a série já está toda disponível, já que a Arqueiro lançou os quatro livros ao mesmo tempo. #muitoamorenvolvido
Achei tudo muito fofo! Se você gosta de uma história mais leve e bem humorada, e não sente falta (ou não gosta) quando o foco é no relacionamento sexual do casal principal, acredito que os livros do quarteto vão ser o que você precisa.
Até a próxima! o/
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