Conquistada por um Visconde
harpercollins brasil
série Irmãs Cynster #1
352 páginas | 2016
Londres, 1829.
Decidida a escolher seu próprio herói, um que a deixe completamente extasiada e pronta para a felicidade conjugal, Heather Cynster declina convites para os bailes conservadores da aristocracia londrina e busca aventuras fora de seu círculo social.
Ao ultrapassar as fronteiras de seu mundo seguro e comparecer a um sarau oferecido por uma dama de reputação duvidosa, Heather acaba entrando na cova de leões. Mas seus planos de independência são arruinados quando encontra, no meio do salão, o enervante Visconde Breckenridge. Amigo dos Cynster e, principalmente, dos irmãos de Heather, ele a toma pelo braço e a leva até a carruagem. Mas seus esforços são inúteis. A poucos metros de entrar no carro, Heather é interceptada e sequestrada por inimigos ocultos que buscam vingança contra os Cynster. Agora, o arrojado Visconde terá de provar que é realmente o herói que Heather tanto almeja…
Escrito com maestria, paixão e toques de humor, Conquistada por um visconde é uma trama inesquecível, que deixará o leitor querendo mais após a última página. Composta por Stephanie Laurens, considerada a sucessora de Georgette Heyer e a principal referência de muitas escritoras de sucesso, seus romances têm como cenário a alta sociedade de Londres do período regencial. Conquistada por um visconde é a escolha certa para os fãs de narrativas cujos personagens são damas audaciosas arrebatadas por nobres sedutores.
Design
E as moças decapitadas não são exclusividade da Arqueiro. Tudo bem que toda a montagem da foto da jovem está bem bonita. O vestido, as jóias, o cabelo, a maquiagem na metade que aparece do rosto. Mas tadinha dela que não tem direito a ter expressão e o topo da cabeça aparecendo. u.u
Eu gostei do padrão amarelo da capa. O vestido meio que ditou toda escolha cromática para os elementos e acho que ficou bem equilibrado. Para dar ênfase ao nome da autora, além de uma fonte um pouco maior, um toque de vermelho para chamar a atenção no meio de tanto amarelo.
Acho que tem um pouco de informação demais competindo com a foto. Tem uma citação do lado esquerdo, uma chamada no centro, e além de tudo, um grafismo de florais por cima da imagem. Independente disso, eu gosto das fontes usadas, o título em caixa alta e uma fonte meio Trajan.
Parece ser um bom começo para um padrão gráfico que pode ser aplicado em toda a série. Se você olhar o segundo volume que saiu recentemente vai perceber que fora a imagem de fundo, só a cor que mudou em toda estrutura visual da capa.
Infelizmente a lombada não tem uma marcação de número do volume. =/ E a arte da quarta capa é bem mais simples, com uma chapada em amarelo e a sinopse. O grafismo floral se repete aqui só para criar um elemento ilustrativo.
Temos um miolo bastante correto, sem firulas. As aberturas de capítulo são numeradas e tem uma capitular no primeiro parágrafo. A mancha gráfica é bonita, ocupando bem a área da página, mas eu acho a fonte meio pequena. Normalmente eu comento das fontes quando elas são muito grandes, mas o contrário também tem que ser mencionado, né? Acho que pra uma leitura realmente confortável a fonte poderia ser 0.5 ponto maior, mas funciona para manter o livro com suas 352 páginas.
De resto, temos cabeçalho, mas eu achei que ele ficou um pouco apertado na margem superior. Se ela fosse um pouquinho mais larga do que as laterais, talvez ele ficasse mais “confortável”.
História
Acho que é primeira vez que leio um romance de época que soa como um texto de época. E olha… eu achei isso quase estranho. O.o
Desde que comecei a ler os romances que a Arqueiro lançou, eu sempre tinha a sensação de que era um texto contemporâneo com uma história ambientada no período “regencial”. Mas Conquistada por um Visconde tinha um estilo que parecia “datado”, sabe? A forma como as frases eram escrita, recheadas de vírgulas e apostos, e declinações também, soava como um texto “velho”.
Então, assim… o começo do livro foi um pouco difícil de passar até eu me acostumar com o estilo da escrita de Stephanie Laurens. Fica parecendo que o livro é chato ou coisa assim, mas não é isso. A questão realmente foi o estranhamento com a forma como o texto, a voz dos personagens, ia passando ao longo das páginas. Em dois ou três capítulos já dá pra entrar no clima.
Depois disso, acho que o que mais me surpreendeu foi perceber que esse não era realmente o primeiro livro de uma trilogia. Stephanie Laurens tem UM MONTE de livros da família Cynster e esse, na verdade, é o 16º volume! (segundo o Goodreads, pelo menos) O.O Isso explica porque eu achei tão estranho a forma como o Visconde Breckenridge e Heather Cynster já se odiavam há anos.
Não tem bem uma contextualização do background dos dois. Provavelmente eles já haviam se encontrado em algum dos livros anteriores e colocado em movimento todo o relacionamento de ódio entre eles. Aqui você só tem que aceitar que eles não se gostam, e o leitor fica um pouco desfalcado nessas informações.
De qualquer forma Conquistada por um Visconde é basicamente uma história de ódio que vira amor. Dois personagens que não sentem tanto afeto um pelo outro são forçados a trabalhar juntos para desvendar um segredo e acabam descobrindo o quanto são perfeitos um para o outro.
Só tem um problema aqui. Eles sabem que precisam ficar juntos, mas não conversam entre si pra expor seus sentimentos. É aquele jogo de empurra, que um não vai falar enquanto o outro não admitir e você SABE que é só um empurrãozinho pra dar ruim. Uma palavra mal escolhida, uma entonação errada e BOOM, vira briga.
Outra coisa que me chamou a atenção: como a autora enrola. Quase metade do livro é Heather e Breckenridge viajando para o norte e trocando informações sobre como não sabem nada sobre o sequestrador da jovem. A sensação que dá é que não está acontecendo nada além de eles “brigarem”, rolar um flerte, e andar de carruagem.
E a autora também é repetitiva. Em dado momento a gente já sabe que o sequestrador de Heather é um homem frio, alto, forte e dono de terras no norte da Escócia. Todas as vezes que ela vai mencionar o personagem ela faz questão de dizer: “o homem que se apresentava como Mckinsey, frio, alto, forte e dono de terras”. TODAS AS VEZES. É quase como se a autora achasse que o leitor é burro e não vai lembrar quem era o personagem… só pode.
E não só isso. Heather está em uma situação complicada ao viajar sem uma acompanhante, e Breckenridge decide meio que sozinho que eles vão ter que se casar ao final dessa aventura. E sempre que ele se encontra sozinho, esperando para conseguir falar com Heather, ele fica pensando que eles tem que se casar. SEMPRE. Assim, eu já entendi, não precisa falar isso de novo só para esticar a história…
Em compensação, Stephanie Laurens é do time da Sarah Maclean, que escreve e descreve muito bem toda a cena sensual/erótica de seu casal. Ela gasta páginas e páginas para contar como aconteceu o encontro entre os personagens, e consegue ser até mesmo poética em sua descrição.
Além disso, Heather não é necessariamente uma donzela em perigo. Ela está na situação de “sequestrada” para descobrir o máximo que puder sobre o mandante. É a forma como ela acredita que vai conseguir proteger suas irmãs e primas, que poderiam ser o alvo de um futuro ataque caso ela simplesmente escapasse com Breckenridge.
Na verdade, existe uma questão de confiança e cumplicidade implícita entre os dois, que vai sendo construída conforme Heather é levada para o norte. E eu gostei de ver um carinha que ouve e aceita as decisões da mocinha pela racionalidade dela e não quer impor aquilo que ele acha que é o correto a ser feito.
Voltando um pouco sobre a questão de estilo da autora, eu tive um certo problema para acompanhar as alterações de voz entre Heather e Breckenridge. Outras autoras usam quebras dentro de um capítulo para fazer a mudança do PoV, mas Laurens faz isso de um parágrafo para outro, no meio de um raciocínio. E olha… às vezes fica um pouco confuso e levemente estranho. Imagina você acompanhando o ponto de vista da Heather e do nada entra a opinião do Breckenridge no meio e dá continuidade a narrativa….
Para fechar eu gostei bastante da pitada sobrenatural e fantástica que a autora colocou na história ao envolver a Senhora do Vale, que é considerada a protetora de uma localidade onde Heather e Breckenridge vão buscar asilo. Ela tem a fama de ser uma bruxa e ter contato direto com a Senhora, que a avisa e sugere coisas que deve ser feitas para o melhor de todos.
Eu quero deixar claro que apesar de reclamar de uma coisa ou outra, eu gostei do livro, dos personagens e do desenvolvimento da história. Tem aquele reme-reme que se pode esperar de uma casal voluntarioso, mas que você sabe que vai dar tudo certo no final. Quero conhecer as outras irmãs Cynsters e ver se são tão interessantes quanto Heather. ^.^ Vamos para Salva por um Cavalheiro! \o/
Outras resenhas da série
Até a próxima! o/
(Este livro foi cedido pela editora HarperCollins para resenha e divulgação no blog)
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