resenha

Nove regras a ignorar antes de se apaixonar – Sarah MacLean

19 ago 2016
Informações

nove regras a ignorar antes de se apaixonar

sarah maclean

arqueiro

série os números do amor #1

384 páginas | 2016

3.75

Design 2.5

História 5

16

A sonhadora Calpúrnia Hartwell sempre fez tudo exatamente como se espera de uma dama. Ainda assim, dez anos depois de ser apresentada à sociedade, ela continua solteira e assistindo sentada enquanto as jovens se divertem nos bailes. Callie trocaria qualquer coisa por uma vida de prazeres.

E por que não se arriscar se, aos 28 anos, ela já passou da idade de procurar o príncipe encantado, nunca foi uma beldade e sua reputação já não lhe fará a menor diferença? Sem nada a perder, a moça resolve listar as nove regras sociais que mais deseja quebrar, como beijar alguém apaixonadamente, fumar charuto, beber uísque, jogar em um clube para
cavalheiros e dançar todas as músicas de um baile. E depois começa a quebrá-las de fato.

Mas desafiar as convenções pode ser muito mais interessante em boa companhia, principalmente se for uma que saiba tudo sobre quebrar regras. E quem melhor que Gabriel St. John, o marquês de Ralston, para acompanhá-la? Afinal, além de charmoso e devastadoramente lindo, ele é um dos mais notórios libertinos de Londres.

Contudo, passar tanto tempo na companhia dele pode ser perigoso. Há anos Callie sonha com Gabriel e, se não tiver cuidado, pode acabar quebrando a regra mais importante de todas – a que diz que aqueles que buscam o prazer não devem se apaixonar perdidamente.

Design

Omedezo, lá vamos nós com essas modelos com as cabeças cortadas… Você já deve estar cansado de me ouvir falando o quanto eu particularmente não gosto muito desse tipo de solução na arte da capa. Aqui eu acho que poderia ter sido uma oportunidade para testar algo diferente. Principalmente por conta do tamanho do título do livro.

O volume de área que ele ocupa por conta das quatro linhas de texto praticamente não deixa área útil para aplicar uma arte visual. Tanto até que o que se tem na capa de Nove regras a ignorar antes de se apaixonar é um pescoço e uma parte do queixo e lábios da modelo. De certa forma, não faz diferença ter a moça ou não na capa. Normalmente um livro de época, o foco é o vestido que ajuda a contextualizar o leitor no tempo onde se passa a história. Para mim, o elemento aqui que traz a sensação de época é o colar que a modelo usa, e meio que só isso.

De resto, temos um padrão que a Arqueiro tem aplicado em suas capas de romance, com uma fonte mais “romântica” e cursiva para o título, e uma fonte romana em caixa alta para o nome da autora. Além disso, existe um padrão floral no fundo da área textual da capa, fazendo um degradê entre ela e o início da imagem da modelo. O floral fica bonito mas acho um pouco estranho esse fundo branco esmaecido que está ali só para ajudar a legibilidade dos texto.

Agora o miolo é aquele que a gente já conhece da Arqueiro: correto, simples, com fonte relativamente grande e sem muitas inovações na estrutura.


História

Melhor.Romance de Época.Do.Ano. Até o momento, pelo menos. :P

Desmaiada

Não conhecia Sarah MacLean. Alguns livros da autora foram lançados pela Gutenberg, mas ainda não tive a oportunidade de comprar. Então, quando a Arqueiro anunciou que a trilogia Os Números do Amor ia sair, foi minha escolha óbvia de leitura. O fato de ser romance de época não influenciou em nada minha seleção… imagina.

Preciso dizer que tinha uma certa expectativa com a autora, muito por culpa da Lygia do Brincando com Livros. Eu sei que romances mais… sensuais… não são a preferência de leitura da Ly, mas ela sempre falou bem de Sarah MacLean, então eu tinha quase certeza que iria gostar.

E não foi um simples “é, gostei”. Foi muito divertido e agradável de ler! O estilo de MacLean é delicioso, a forma como ela conta a história, como alterna o PoV entre seus personagens principais e dá vozes notáveis para eles, a sensualidade, a leve angústia… É TUDO muito bom!

De certa forma, o contexto da história não é muito diferente de outros romances de época. Ela acompanha Lady Calpúrnia Hartwell, uma jovem de 28 anos, que está há 10 anos esperando uma proposta de casamento. Ela é a filha do meio, e sempre seguiu todos as regras da sociedade londrina, se tornando um exemplo e pilar de respeitabilidade. Só que é uma solteirona…

No prólogo, Callie ainda com 18 anos na sua noite de debutante, já intui que sua vida vai ser complicada, mas também tem seu coração arrebatado por um dos libertinos mais renomados de Londres, o Marquês de Ralston.

Os dois núcleos da história, a família de Calpúrnia e a de Gabriel são deliciosos de acompanhar e cada um tem seu próprio “drama”.

Callie aceita que com sua idade não vai mais casar, e tem que lidar com as críticas familiares usuais durante as festividades de noivado de sua irmã mais nova. Em um momento fraternal com seu irmão mais velho, ela tem um vislumbre de que ninguém realmente se importa com ela. Então, porque não se permitir usufruir de aventuras que não poderia ter se estivesse casada?! Na verdade, de aventuras que não pode ter por ser mulher! Calpúrnia extremamente feminista no século 19, minha gente!

Já o Marquês de Ralston acabou de descobrir que tem uma meia-irmã, filha da mãe que abandonou seu pai, ele e seu irmão gêmeo. Ele recebe Juliana e quer que a jovem seja apresentada à sociedade, mas para isso precisa de alguém que seja um pilar da nobreza para apadrinhar sua irmã. Bom para ele que Calpúrnia agora é uma mulher aventureira e tem uma lista de tarefas, nove para ser mais exata, a serem realizadas. ^.~

A primeira delas? Ter seu primeiro beijo apaixonado. Com Gabriel. E é assim que surge o acordo entre Callie e o Marquês.

Acho que uma das coisas que me ajudou muito a gostar absurdamente do livro foi uma certa identificação com Callie. Não por conta do nome esdrúxulo, apesar de ter gente que tem problemas para entender “samara”, vai entender. Mas por conta de sua baixa autoestima, por se sentir fora dos padrões estéticos vigentes, e por sempre se esforçar para tentar realizar seus objetivos. Para mim sempre é mais fácil gostar de uma história quando existe um personagem no qual consigo me espelhar.

A questão de autoestima é muito forte para Callie, e Gabriel sempre está pronto para ajudar a atrapalhar a evolução da jovem. Apesar de no começo somente Callie ter uma paixão pelo Marquês, conforme os dois passam a se envolver mais, Gabriel também vai cedendo a seu interesse e desejo pela jovem. E quando ela começa a acreditar que pode conseguir finalmente o amor, Gabriel sempre pede desculpas por qualquer tipo de avanço que possa ter realizado, deixando Callie trêmula de desejo e de “terror” por se permitir acreditar que ela “merece alguma atenção”. T^T

Todos os momentos que Gabriel jogava um balde de água fria em Calpúrnia era de uma tristeza e angústia sem tamanho para mim, que sofria junto com a personagem a rejeição. Sério, é para acabar com o bom humor e felicidade de qualquer um.

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Só que ao mesmo tempo, é delicioso perceber que Gabriel começa a se render aos encantos de Callie. E esse romance cozinhado em banho maria é muito mais convincente do que muitos instaloves que a gente esbarra de vez em quando. É por isso que você sofre, que você torce, que você vibra, porque o leitor se envolve e vê o crescimento do interesse e do relacionamento enquanto ele “realmente” ocorre.

Outra coisa que eu achei beeeeeem interessante. XD Sarah MacLean constrói uma das mais longas, sensuais e descritivas cenas de sexo que já li em um romance de época. Normalmente, nos livros que já esbarrei, os encontros sexuais dos personagens se resolvem em três ou quatro páginas. MacLean reservou um capítulo inteiro para construir e encenar a primeira vez dos personagens. E foi cheio de erotismo e extremamente envolvente, como eu nunca tinha visto/lido em nenhuma outra autora do gênero.

E para fechar, livros sensuais, sejam lá de qual época eles forem, sempre tem algum termo embaraçoso para os orgãos sexuais dos personagens. Nove Regras ganha de todos, quando Callie descrever a “cordilheira” de Gabriel. Eu fiquei tentando imaginar qual era o termo original em inglês que fez com que a tradução escolhesse exatamente cordilheira como melhor adaptação. Porque, convenhamos, o que deve ser uma “cordilheira” entre as pernas?! >u<

Quero mais MacLean. Agora! Por favor!!


Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Alessa Freire 18 set 2016 at 20:41

    Parece um livro ótimo, nunca li nada dessa autora, mais parece ser uma leitura interessante, gostei muito do seu blog e da sua resenha

    • Responder Samara Maima 18 set 2016 at 21:48

      Oi Alessa! Achei a Sarah MacLean uma super descoberta, se você experimentar depois me conta o que achou? Obrigada pelo elogio. ^.^

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