P.S.: Ainda Amo Você
intrínseca
série Para todos os garotos que já amei #2
304 páginas | 2016
Lara Jean sempre teve uma vida amorosa muito movimentada, pelo menos na cabeça dela. Para cada garoto por quem se apaixonou e desapaixonou platonicamente, ela escreveu uma bela carta de despedida. Cartas muito dela, muito pessoais, que de repente e sem explicação foram parar nas mãos dos destinatários.
Em “Para todos os garotos que já amei”, Lara Jean não fazia ideia de como sair dessa enrascada, muito menos sabia que o namoro de mentirinha com Peter Kavinsky, inventado apenas para fugir do total constrangimento, se transformaria em algo mais. Agora, em “P.S.: Ainda amo você”, Lara Jean tem que aprender como é estar em um relacionamento que, pela primeira vez, não é de faz de conta. E quando ela parece estar conseguindo, um garoto do passado cai de paraquedas bem no meio de tudo, e os sentimentos de Lara por ele também retornam.
Uma história delicada e comovente que vai mostrar que se apaixonar é a parte fácil: emocionante mesmo é o que vem depois.
Design
Já falei do projeto gráfico no primeiro livro do díptico (que eu acho uma palavra horrível e preferiria usar duologia :P), Para todos os garotos que já amei.
Mas preciso dizer que A-DO-REI que as capas conversem tanto, com o detalhe na diferença de cor no nome da autora.
História
Eu não caibo em mim mesma de tão OWWWWWWN que estou desde que terminei P.S.: Ainda amo você. É muita fofura, romance e doçura em um livro só. Não sei se vou conseguir poupar vocês de spoilers, então, qualquer coisa, volte aqui depois de ler o livro também, tá? ^.~
P.S. conseguiu ser ainda melhor como experiência de leitura do que Para todos (ai, desculpa gente, não vou ficar escrevendo os nomes inteiros, porque, né?! O.o). Tudo bem que a história continua totalmente tendenciosa porque é Lara Jean que conta sua versão, mas EU NÃO ME IMPORTO! A voz da personagem é tão gostosa de acompanhar que não me importo se algum personagem possa ficar com um peso negativo maior porque é a visão dela.
E sim, eu estou falando da vaca, maligna, vingativa, horrorosa Genevieve. Sim, estou praticando ativamente um slutshame aqui, mas não sou obrigada a gostar da personagem (e nem a autora, aparentemente). Genevieve é a vilã maquiavélica na vidinha colorida, feliz e inocente de Lara Jean, e eu queria que ela se desse realmente mal. Do tipo “Amiga você não merece redenção porque você é RUIM!”. Ela e Nan, da série da Abbi Glines, podiam dar as mãos e abrir o clube das vacas da literatura.
Genevieve está ainda mais presente no segundo livro como o ponto antagônico de Lara Jean. E finalmente podemos entender como o “amor” fraternal de amizade entre as duas virou ódio mortal, pivô de vários momentos de tristeza para Lara Jean. A forma como Genevieve “controla” o relacionamento de Lara Jean faz com que ela não possa/não consiga realmente confiar em Peter.
Eu tenho uma relação estranha com Peter. Adoro o personagem, acho fofa a forma como ele é inconstante, romântico, levemente inseguro de como lidar com Lara Jean. Mas ficava esperando o momento em que ele ia virar para Lara Jean e dizer “piadinha do malandro” e sacanear a garota. Provavelmente esse era o sentimento da própria Lara Jean e a autora conseguiu passar isso muito bem. Aquela pequena angústia de não saber realmente até que ponto o que ela via em Peter era real.
Peter meio que só se relacionou com Genevieve, foi sua única namorada antes de Lara Jean, então ele tem o “vício” de todas as merdas que teve que viver com a ex. Como Lara Jean é totalmente o oposto, ele muitas vezes não sabe como ela vai reagir, porque sua expectativa é a reação de Genevieve. É triste ver como rola tanta comparação entre as duas, e o quanto isso afeta a auto-estima e confiança da Lara Jean em relação ao seu namoro com Peter.
Confiança é uma coisa que Peter sempre se atrapalha com Lara Jean. É como se ele não percebesse o quanto sua relação com Genevieve afeta sua namorada. Sua escolha de continuar correndo para ex sempre que ela liga, de não contar para Lara Jean o que realmente está acontecendo com Genevieve, só vai minando cada vez mais a confiança no relacionamento dos dois. O momento que Lara Jean percebe que Peter ainda está sendo “controlado” pela ex, o quanto ela ainda está em primeiro lugar nos pensamentos dele, é um dos mais tristes do livro. Quase chorei no metrô. T^T
Acho que isso, e tantas outras coisas também, acabam afetando Lara Jean a ponto de ela precisar vencer Genevieve a qualquer custo. E isso foi uma coisa que eu não curti muito. Lara Jean já é tão “melhor” e superior à vaca ruim, não sei porque se “rebaixar” a ter que vencer um jogo idiota. Okei que acabou sendo a forma que ela descobriu o segredo de Genevieve que Peter estava guardando. Mas, méh, não curti muito. Provavelmente porque eu não sou uma pessoa competitiva e odeio “jogos” que você precisa passar por cima dos outros para vencer.
Peter só passa a valorizar Lara Jean quando começa a ter competição pelo coração da garota. Sim, porque temos um leve triângulo amoroso para fazer a história se movimentar. Porque a fila anda, Pessoas! E John Ambrose McClaren está de volta na vida de Lara Jean. Achei interessante a autora escolher trazer um dos rapazes para quem Lara Jean tinha “enviado” uma carta, e que teve uma breve participação no primeiro livro, do que voltar a investir em Josh.
John é praticamente o Gary Stu da história. Ele parece ter sido criado como o cara perfeito, para realmente criar uma tensão no coração de Lara Jean, porque John é tudo o que ela sempre quis. Mas seu coração, de certa forma, não é mais seu para dar para outro carinha. Por mais “forçado” que o rapaz possa ter parecido, ele realmente ajuda a equalizar as coisas para Lara Jean, e mostrar por quem ela realmente está apaixonada.
Eu não sei se gostei do final. Obviamente Lara Jean ama de verdade o Peter, mas mesmo com tudo que os dois “sofreram” e cresceram ao longo da história, não sei se EU confio no Peter. E não sei se ficou bem resolvida a questão da Genevieve na vida dos dois. Mas ao mesmo tempo, quem eu quero enganar, que foi muito FOFO os dois reatando. <3
Agora vamos às coisas que realmente me conquistaram e, de certa forma, impressionaram no livro. Jenny Han acaba usando a história de Lara Jean para trazer vários pequenos momentos de conscientização sobre assuntos importantes. Foram três os que mais me marcaram.
Bully na internet
Jenny Han mostra como todos temos que ter cuidado com como nossas vidas podem ser retratadas e difamadas na internet. Uma vez que alguma coisa pessoal sua cai na rede, não existe mais controle. Ela não é mais sua, é do MUNDO. O.O
É preciso ter muito cuidado com tudo o que se escreve e divulga sobre você, sua família, seus amigos. E normalmente, as mulheres são as que mais sofrem com esse tipo de atos digitais.
“A sociedade está sempre pronta para envergonhar a mulher por gostar de sexo e aplaudir o homem – afirma Margot. – Todos os comentários são sobre Lara Jean ser piranha, mas ninguém está dizendo nada sobre Peter, e ele está bem ali com ela. É ridículo como são dois pesos e duas medidas. (p.52)”
Sexo na adolescência
Lara Jean é muito consciente de que Peter e Genevieve eram “coelhos no cio” e fica preocupada em comparar seu corpo com o da ex de Peter. E em como ele deve estar na seca e LOUCO para transar. Pelo menos, aqui, Lara Jean tem o bom senso de conversar com o namorado sobre como ele se sente sobre o assunto e inclusive diz que não está pronta para transar ainda. E Peter, graças a delz, diz para Lara Jean que não tem a intensão de forçá-la a nada e que o poder de dizer quando é totalmente dela. E que ela não precisa se preocupar, que os meninos tem outros “jeitos de se aliviarem”. XD
Peter totalmente ganhou pontinhos comigo nessa cena. <3
Feminismo (de leve)
Lara Jean e Peter foram filmados em um momento íntimo se beijando em um ofurô, quando estavam na estação de ski lá do primeiro volume. Esse vídeo vai parar em um perfil especializado em difamar as pessoas e colocar casais em momentos pessoais para serem ridicularizados e criticados.
A diferença aqui é que Lara Jean é considerada uma piranha enquanto Peter nem é mencionado nos comentários. Jenny Han tenta mostrar como nossa sociedade coloca as expectativas sobre as ações de meninas, jovens adolescentes e mulheres em um patamar extremamente puritano e inalcançável, ou indesejável por muitas de nós.
“Era disso que Margot estava falando, dois pesos e duas medidas. Os garotos são sempre garotos, mas nós, garotas, devemos ser cuidadosas: com nossos corpos, com nosso futuro, com todas as formas pelas quais as pessoas nos julgam. (p.65)”
Pode ser bobinho, mas foi adorável reencontrar Lara Jean e companhia e ser transportada para sua vida relativamente fácil e para suas crises de adolescente apaixonada. Ver esse movimento de conscientização sendo envolvido na trama e acertando de frente nossos protagonistas. Torcer para tudo dar certo com meus personagens favoritos. <3
Fazia algum tempo que eu não me envolvia tanto em livro a ponto de eu quase perder a estação do Metro e sofrer muito em ter que parar de ler e começar o dia de trabalho. Quero ter mais dessa sensação. De certa forma, é viciante. ^.^
Outras resenhas da série
Até a próxima! o/
Onde comprar: Amazon (compras feitas através do link geram uma pequena comissão ao blog ^.~)
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2 Comentários
Oii Sam, eu quero ler esse livro há séculos e sua resenha só me deixou mais ansiosa para lê-lo. Também estou num daqueles momentos awn e acho que esse livro vai ser perfeito pra ler tomando uma xícara de chá kkk
Amei a resenha :)
❥Blog: Gordices Literárias
Sam, você está realmente em um momento água-com-açúcar, sério xD
Nuca vi você descrever o livro como quem conta… Bem, os acontecimentos de uma novela rs
Não tô dizendo que isso é ruim, longe disso! Só que em todos os anos que acompanho se blog (meldelz, já chegamos na contagem de anos – #velha), é a primeira vez que leio uma resenha sua assim. Só fiquei mega surpresa, principalmente porque Nuca dei nada por esse livro – ou pelo primeiro. A sinopse me parece tão… Drama adolescente, sei lá rs
Enfim, só queria dizer que sua “mudança romântica” não passou despercebida :P