resenha

A Voz do Arqueiro – Mia Sheridan

1 fev 2016
Informações

a voz do arqueiro

mia sheridan

arqueiro

série signos do amor #1

336 páginas | 2015

4

Design 3.5

História 4.5

Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zodíaco. Baseado na mitologia de Sagitário, A voz do arqueiro é uma história sobre o poder transformador do amor.

Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.

Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.

Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.

Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.

Design

Ah, capas com pessoas!, como não adorá-las e não morrer de vergonha delas. :P A capa de A Voz do Arqueiro é uma das que não tive coragem de sair de casa. Ela é muito bonita, com o jovem de costas em uma paisagem como o lago da história, mas não sou fã da sensação de “dizer” para todos em volta que estou lendo um romance safadinho…

Gosto da marcação da série na capa com o signo do livro, mas sinto falta do número do volume na lombada, mesmo sabendo que não existe uma ordem de leitura obrigatória.

Espero que todas as capas mantenham o padrão de preto e branco nas imagens com a entrada de cor só nos títulos.

Da parte textual da capa eu gosto da fonte e do peso dado ao nome da autora; mas não achei que a combinação da fonte cursiva rebuscada e falhada com uma fonte romana com splashes, que me lembram sangue, foi adequada. Não ficou bom como a combinação dos livros da Abbi Glines, por exemplo.

A quarta-capa mantém a proposta temática do fundo da capa, ainda toda em preto e branco com uma foco de cor só no parágrafo de introdução sobre a série. Gosto da fonte sans-serif na sinopse mas agradeço por não ter sido usada no miolo.

Estruturalmente o miolo segue o padrão dos projetos da Arqueiro mas tem sutis detalhes.

Os capítulos são identificados com o PoV de quem vai narrar aquele momento, tanto Archer quanto Bree. Além disso, quando há troca de cenas dentro de um capítulo, é inserido um símbolo do zodíaco representando o signo de sagitário para dividir as partes.

Uma coisa interessante da história é que Archer é mudo, portanto para conversar com Bree eles utilizam a linguagem dos sinais. Obviamente não é possível fazer esse tipo de marcação em um livro, porque né. Então a escolha visual para marcar os diálogos em libras entre os dois foi colocar suas falas em itálico. Muito bom, achei interessante a escolha, mas! quando Bree pensava alguma coisa isso também era marcado com itálico. Será que Bree pensava fazendo sinais? O.õ

Minha sugestão para resolver essa questão seria inserir o travessão de diálogo durante as conversas de sinais entre Archer e Bree. Seria uma forma de mostrar para o leitor que o diálogo estava acontecendo de uma forma diferente da “falada”, mas não deixava de ser a marcação da “voz” do diálogo de cada um. Dessa forma ficava visível que era um diálogo enquanto eles estavam utilizando os sinais, e separava visualmente o que era conversa do que era pensamento.


História

Estou. Apaixonada. Por. Archer.

Desmaiada

Esta é uma ótima maneira de começar a resenha. Totalmente “desmaiada” e fangirling como se não houvesse amanhã.

Realmente estou passando por alguma fase extremamente romântica. E estou adorando. Todos os livros romântico que passaram pela minha mão recentemente ganharam boas notas então, ou eu perdi o jeito e estou deixando meu momento “hormônios mulherzinha” tomar conta, ou os livros realmente foram bons. Gosto de pensar que são as duas coisas.

Não conhecia Mia Sheridan então ler A Voz do Arqueiro foi uma deliciosa e adorável surpresa. Eu esperava um NA romântico, mas não necessariamente tão hot, envolvente e descritivo. A moça realmente escreve muito bem o gênero e consegue colocar ritmo e alta qualidade na sua história.

Para vocês terem uma ideia de quão envolvida fiquei com a história de Bree e Archer, eu teria lido as 336 páginas em um dia. Acabaram ficando dois capítulos para o dia seguinte porque era domingo, eu tinha que trabalhar na segunda, e porque eu saí na parte da tarde. Senão teria sido “em uma sentada só”, por mais horrível que isso soe. :P

Assim, não existe nada muito inovador na história de Mia Sheridan. Minto, que ela criou uma coisa que foi novidade. De todos os livros que já passaram por mim do gênero até agora, em nenhum o homem era o virgem do casal. Isso foi relativamente inédito e fofo de acompanhar. <3

Mas Bree e Archer não fogem muito dos esteriótipos de Mary Sue e Gary Stu. Eles são perfeitos, ótimos em tudo o que fazem, todos gostam deles (na medida do possível)… só que aqui isso não me incomoda em nada. A história gira completamente na resolução do romance entre os dois. Nenhum deles tem a responsabilidade de salvar o mundo ou de ser a/o the chosen one. Então eles serem perfeitos, uma para o outro, ou para o desenrolar da história, não teve problema.

De certa forma a história começa com um certo mistério sobre o passado dos dois personagens. De que e por que Bree está fugindo de sua vida, e por que Archer é um recluso inatingível. É através de seus olhos que vamos descobrindo e montando o passado que levou os dois a se encontrarem.

Gostei muito da voz que Mia Sheridan deu para seus personagens. Archer tem menos capítulos durante a história, mas quando ele toma a frente você consegue perceber a diferença na forma como o capítulo é conduzido. Inclusive ele descreve uma cena de sexo sob sua ótica, coisa que eu quase nunca vejo em livros NA ou adultos.

Bree também é muito fofa e boazinha, mas gostei muito de ela correr atrás de seu interesse por Archer, não se amedrontar pela “agressividade” do rapaz. O desenvolvimento da amizade e depois da paixão entre os dois é delicioso e arrepiante. As cenas dos dois juntos tem muita tensão sexual envolvida, principalmente pela falta de experiência de Archer. E é tudo de bom!

Archer é tudo de bom. ^.^ Dedicado, devotado, inseguro, amoroso. Altamente apaixonante. Acho que é a primeira vez que fico sem saber como explicar como eu gostei do personagem. Talvez por ver um lado masculino que nunca é abordado nesse gênero de livros. Normalmente o homem é o macho-alfa, altamente seguro de si, resolvido, experiente, phodão. Ver um lado mais sensível para o homem da relação, sem apelar para o piegas, deve ter ativado o meu lado protetor (mas nada a ver com o maternal :P).

Sobre a história em si, ela segue uma certa previsibilidade. Questões de insegurança sobre ser o par “certo” para o outro, tensões sobre decisões ou segredos que não são contados na hora certa, ciúmes, redenções, separações e reuniões… você sabe que invariavelmente vai encontrar isso ao longo da história. Mas é bonito, bem escrito e o que me importa é o resultado prazeroso ao longo da narrativa. Sem exigências, só satisfação. Yuhuu!

Adorei Mia Sheridan, e agora quero ler tudo da autora. TUDO! Espero que a Arqueiro tenha mais outros livros além de O Coração do Leão para lançar esse ano.


Até a próxima! o/

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