Para todos os garotos que já amei – Jenny Han

Informações

Para todos os garotos que já amei

Jenny Han

intrínseca

série Para todos os garotos que já amei #1

320 páginas | 2015

4.25

Design 4.5

História 4

12 Skoob Goodreads

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Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos.

Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.

Design

Achei esse projeto gráfico como um todo muito bonito e fofinho, extremamente feminino. A imagem da jovem deitada na cama com essa expressão contemplativa em vias de escrever mais uma carta de despedida de algum amor é muito icônica. Representa perfeitamente tudo que Lara Jean despeja ao longo das páginas de Para todos os garotos que já amei.

O título em uma fonte caligráfica simulando a forma de escrever da personagem, inclusive com as imperfeições que a caneta pode deixar ao escrever combinando elegantemente com a fonte sans-serif do nome da autora em cor-de-rosa. <3 Detalhe para o pingo do i do logo da Intrínseca na mesma cor.

A imagem extrapola para a quarta-capa mostrando o resto do quarto de Lara Jean e a sinopse consegui ser inserida de uma forma em que compõem a foto e não atrapalha. Na verdade não é bem uma sinopse, mas um trecho dos primeiros capítulos onde a personagem explica a questão de escrever cartas.

O miolo é qualidade Intrínseca. Fonte em tamanho e espaçamento adequado, bem equilibrada na mancha gráfica e nas margens da página. Nos momentos em que uma das cartas de Lara Jean está sendo transcrita para as páginas, é utilizada uma fonte caligráfica para dar a sensação que é a letra dela, assim como na capa, mas não é a mesma fonte. Provavelmente não foi criado um alfabeto completo da família, e além disso acho que ficaria muito pesado se todo o texto da carta fosse formatado com ela.

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História

Acho que 2016 começou com alguma conjunção astral de Vênus em Câncer, ou qualquer coisa assim, porque surpreendentemente eu gostei de Para todos… (sorry, é um título imenso u.u) . Achei bonitinho e fofo. Só que ele é exatamente um tipo de livro que “normalmente” não me atrairia ou cairia nas minhas “boas graças”.

Além de ser contemporâneo, ele é um YA muito teen, super teen, mega teen, HIPER TEEN. Lara Jean em muitos momentos soa mais nova e muito mais ingênua do que seus 16, quase 17 anos. Kitty, a irmã mais nova de 9 anos, é mais madura e assertiva do que ela. ¯\_(ツ)_/¯

Uma coisa precisa ser dita sobre o estilo de narrativa (que é delicioso de ler). Para todos… é todo contado pela voz de Lara Jean e isso torna toda a história tremendamente tendenciosa. Da forma como ela conta, seu pai é um fofo/bobo avoado; Margot, a irmã mais velha, é uma vaca controladora; Kitty é muito adulta para a idade; e Josh é a última cereja do bolo. Sim, eu não gosto de Margot, muito provavelmente por ser eu mesma uma control freak, e por ter odiado a forma como ela parecia ser fria e indiferente aos sentimentos de todos em volta.

Além de com sua família, Margot deve ter sido totalmente ice queen no seu relacionamento com Josh, o menino nerd, vizinho da casa ao lado. Para ir para a faculdade na Europa “livre”, Margot termina o namoro de dois anos com extrema tranquilidade/facilidade, uma sugestão que sua mãe deu antes de morrer. Tenho que concordar com Lara Jean e achar essa coisa terminar super idiota. Sério que ela não iria nem ao menos tentar manter o relacionamento à distância?! Para mim significa que a garota já não gostava tanto assim do Josh.

Outro personagem que achei inútil e insuportável foi a “melhor amiga” de Lara Jean, a porraloka Cris. Não sei porque os autores fazem isso. Se seu personagem principal é tranquilo e tímido, para balancear, colocam uma amigo descontrolado junto. Para quê? é a minha única questão. Porque Cris e Lara Jean não se complementam como talvez fosse a intenção.

Quando li a sinopse minha expectativa para o desenvolvimento da história era completamente outro. Com o lance das cartas para os ex-amores de Lara Jean terem sido enviadas, e Josh agora estar disponível, imaginei que seria uma evolução da tensão e interesse entre os dois. O clímax seria ele preferir ficar com Margot quando ela voltasse nas férias de Natal.

Só que foi outra coisa completamente diferente que a autora criou. Me surpreendeu um pouquinho, levando em consideração a minha expectativa, mas mesmo assim eu gostei desse desenvolvimento da história de Jenny Han. Fiquei esperando um pouco pelo momento da revelação que tinha sido tudo uma aposta de Peter com o “resto da escola” para desvirginar Lara Jean, mas não se preocupem com esse tipo de coisa. ^.~

Acho que na verdade o que me encantou no livro foi a voz de Lara Jean. Sua invisibilidade na escola, sua ingenuidade e inocência, sua capacidade de amar sua família incondicionalmente (mesmo a chata da Margot), de abrir mão do garoto de quem gosta porque ele decidiu namorar com sua irmã mais velha, e não correr atrás dele quando o relacionamento terminou. Acho que gostei de sua voz sensível, mimada, ingênua e levemente engraçada para contar a história.

Me incomodou alguns questionamentos que outros personagens fazem para Lara Jean ao longo da história. De que ela está perdendo tempo não indo à festas, não bebendo, por “não saber” quais são seus hobbies ou passatempos, por não ter perdido a virgindade. Isso me soou tanto como convenções que as pessoas precisam se enquadrar para ser consideradas parte dessa comunidade/sociedade, que se você não faz parte está “errado”, “não sabe o que é bom”, e outros chorumes do gênero. Para mim isso soa como falta de respeito pelas escolhas diferentes que as pessoas fazem.

Então, eu gosto de Lara Jean. Gosto dos baby steps que ela dá ao longo da história em uma tentativa de descoberta de quem ela é sem o “exemplo materno” de Margot, e sem a presença constante de Josh. Descobrir no seu próprio ritmo qual seu lugar no mundo e de quem ela realmente gosta.

Achei o clímax um pouco previsível, mas a reação de Margot me irritou mais ainda com a personagem, que além de tudo é vingativa e autocentrada. >:(

Finalizando, Peter é um bbk adorável mas com problemas sérios de autoestima e controlado pela ex. E Genevieve é uma attention whore que deve ter probleminhas também.

Espero que no próximo livro (porque, sim!, tem continuação!) Jenny Han evolua e amadureça um pouco Lara Jean e que dê a ela um verdadeiro final feliz, não um cliffhanger cheio de possibilidades.

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Até a próxima! o/

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