infinito+um
verus
série ---
336 páginas | 2015
Quando duas pessoas se tornam aliadas improváveis e foras da lei quase sem querer, como podem vencer todos os desafios?
Bonnie Rae Shelby é uma estrela da música. Ela é rica, linda e incrivelmente famosa. E quer morrer.
Finn Clyde é um zé-ninguém. Ele é sensível, brilhante e absurdamente cínico. E tudo o que ele quer é uma chance na vida.
Estranhas circunstâncias juntam o garoto que quer esquecer o passado e a garota que não consegue enfrentar o futuro. Tendo o mundo contra eles, esses dois jovens, tão diferentes um do outro, embarcam numa viagem alucinante que não só vai mudar a vida de ambos, como pode até lhes custar a vida.
Infinito + um é uma história sobre fama e fortuna, sobre privilégios e injustiças, sobre encontrar um amigo por trás da máscara de um estranho — e sobre descobrir o amor nos lugares mais inusitados.
Design
Yey, temos um padrão gráfico para os dois livros de Amy Harmon que a Verus já lançou! Eu curti esse estilo meio “monocromático”, em Beleza com tons azuis e em Infinito com vermelhos, e todo um tratamento de imagens para dar esse ar meio grunge. As duas capas tem a mesma família tipográfica para o título do livro, a mesma para o nome da autora, e um bloco de texto de chamada que não precisava estar ocupando espaço visual na capa…
Em Infinito gosto muito da montagem da imagem dos jovens com várias fórmulas matemáticas, que se espalham inclusive para a quarta-capa, que é uma continuação do campo e dos números. O bloco de sinopse ocupa bem a área da arte mas achei que o “vermelho” que usam para criar um ponto focal de cor ficou um pouco desaparecido sobre o fundo de mesmo tom.
Agora, vamos voltar para aquela fonte maneira, toda trabalhada nas serifas redondas e no estilo grunge que tem nos títulos da capa? Então, ela é muito bonita só que ela tem um certo problema nas ligaturas entre alguns pares de letra que ficam bem estranho. Se vocês olharem o próprio título na capa já dá para perceber o que eu estou falando. A ligação entre o N e o F, e a do N e o I não são feitas de uma forma em que eles parecem estar escritos juntos. No fim das contas fica parecendo que a palavra é lida como “in fin ito”.
Essa questão se repete no miolo também, nas aberturas de capítulo. De resto, o projeto do miolo segue a linha de outros da Record que já comentei em váaaaaarias resenhas, e que sempre joga a nota de design para baixo. :P
História
Gostei bem mais de Infinito+Um do que de Beleza Perdida. Isso é fato. Mas Amy Harmon ainda consegue me frustrar no quesito de relacionamento sexual de seus personagens.
Sabem, sou egoísta. Egoísta DEMAIS. Se eu tiver um Fandangos aberto, não vou oferecer para ninguém, mas não vou me importar de te dar se você me pedir. O mesmo vale para barras de chocolate. Não empresto meus livros, e se você já teve a oportunidade de pegar algum comigo, sinta-se felizardo e saiba que tem minha total confiança.
Sou possessiva ou ciumenta, pode dar o nome que quiser. Com meu marido, com minha família, com meus amigos, com minhas coisas. Se te empresto uma caneta espero que você me devolva em mãos, e não encontrá-la jogada na mesa de outra pessoa.
Então, ler a história de Bonnie foi perturbador e fofo ao mesmo tempo. Porque, apesar de começar o livro completamente perdida e quebrada, Bonnie é boazinha DEMAIS. Ela passa a história toda procurando inconscientemente por pessoas que precisem de algum tipo de ajuda. E arrasta Finn em seus atos de bondade.
Uma semana inteira destruindo a tranquilidade e os planos esquematizados de Finn em sua necessidade (desvairada) de ajudar os outros. Eu não conseguiria, e sei que sou uma péssima pessoa, mas em alguns momentos da história eu só queria que Bonnie parasse de tentar salvar o mundo. Principalmente quando quem precisava ser realmente salva era ela. E Finn.
Eu tive dó do cara em alguns momentos. Ele aparentemente tinha tudo para ser aquele personagem introspectivo, com seus números e seu vínculo com a matemática, e de repente chega o rolo compressor de emoções que é Bonnie Rae e atropela o rapaz! Talvez eu tivesse fugido de um ser como a cantora country-pop, mas Amy Harmon fez Finn mas corajoso, ou mais maluco, do que eu sou.
Gostei da história dos dois. Talvez seja uma tendência da autora de criar um certo retell de histórias “clássicas”. Em Beleza Perdida foi a Bela e a Fera e aqui, de Bonnie e Clyde, o casal americano de assaltantes eternizado nos anos 1930. Ao invés de distribuir o caos e o terror, a Bonnie e o Clyde de Harmon distribuem amor e ajuda ao longo de sua viagem pelos EUA. Mesmo sendo um retell, achei que foi bem construído.
A evolução da história, o crescimento dos personagens, os vilões (que avó gananciosa e insuportável essa da Bonnie, meldelz!), as tensões (sexuais e de clímax final), o instalove, o início dos capítulos com o que estava sendo criado/divulgado pela mídia, tudo foi interessante. Mas acho que Amy Harmon não consegue, ou não gosta, de resolver a vida sexual de seus personagens. Ela deixa toda uma insinuação no ar, constrói a evolução do desejo e da tensão entre os personagens, mas no fim deixa o leitor na mão e frustrado, sem o desenrolar. Que fique na sua imaginação o que aconteceu…
Com isso não consigo categorizar o livro como NA. Apesar da idade dos personagens, acho que está mais para um late YA. Para mim, na minha humilde opinião de bosta, NA tem normalmente uma trama mais densa, com certo drama envolvido, mas o relacionamento sexual do casal faz parte da resolução da história. Essa questão de um YA camuflado em um NA foi a mesma sensação que tive lendo Beleza Perdida.
Gostei mais de Infinito+Um porque Amy Harmon não precisou matar nenhum personagem com que o leitor tenha envolvimento para gerar carga dramática. Os pesos de personagens mortos já estão nos ombros de Bonnie e Finn desde e o começo do livro, de certa forma não somos envolvidos nesse drama que só é contado para o leitor, e acompanhamos a redenção dos dois ao longo da história.
Por fim, tudo é ficção, né? Você precisa de um pouquinho de suspensão de descrença para acreditar que as coisas acontecem exatamente do jeito que os personagens precisam ao longo da história. Mas vá, é um romance, e não foi nada que eu não conseguisse realmente relevar.
Mas nos dias de hoje, com terrorismos de várias formas e tamanhos em todas as esquinas, você pegar uma carona com um estranho, ou você aceitar um estranho de carona, é uma coisa tão temerária quanto atravessar a rua na Av. Presidente Vargas na altura da Central, com um colar de ouro no pescoço. Pelo bem da ficção e dos finais felizes, vamos sempre relevar. ^.~
Até a próxima! o/
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1 comentário
ahaha Bonnie é muito Taylor Swift!