desejo proibido
arqueiro
série desejo proibido #1
416 páginas | 2015
Primeiro livro de uma trilogia, Desejo proibido é uma história de amor e redenção, de universos distantes que se aproximam e se fundem numa paixão avassaladora.
Seu amor é proibido, mas não pode ser ignorado.
Katherine Lane nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela ruiva de olhos verdes e curvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu a todos ao decidir dar aulas em uma penitenciária.
Mas quando Carter, um detento inteligente e perigosamente sexy, desperta ao mesmo tempo a raiva e o desejo de Kat, ela é forçada a admitir para si mesma que a decisão de lhe dar aulas particulares pode ter sido motivada não pela generosidade, mas sim pela crescente atração entre os dois.
Embora a família e os amigos de Kat temam que a paixão destrua sua carreira e sua vida, tudo o que ela quer é ficar com esse homem que a faz sentir-se completa. Porém Carter guarda um segredo que tanto pode unir seus destinos para sempre quanto afastá-los de uma vez por todas.
Design
O que eu mais gosto na capa de Desejo Proibido é o padrão cromático e a boa combinação de fontes. Gosto do título estar em caixa baixa e misturar uma fonte sans-serif com uma cursiva, e colocar nessa fonte uma cor de destaque. Acho boa a forma de dar peso para o nome da autora com as letras em caixa alta. De certa forma título e autora ficaram praticamente balanceados e equivalentes na arte.
Mas tive a impressão que a imagem perdeu definição. Não sei se foi algum tipo de filtro que colocaram na foto do casal para criar esse efeito de cor ou se a foto originalmente já não tinha muita resolução/qualidade. E, sério?!, para quê colocaram aquela bolota XI-GAN-TE e azul no meio da cara do rapaz?! Se era para ter essa chamada da quantidade de leitores digitais, usava a mesma pegada daquele texto que não precisava estar na capa também. =/ Quando eu recebi o livro achei que era um adesivo colado, mas não, vou ficar com essa bolota azul PARA SEMPRE na capa do meu livro. :P
Quanto ao miolo é o correto que a Arqueiro sempre coloca em seus projetos, nenhuma inovação aqui. ^.^
História
Com certeza, um dos melhores NA que eu li em 2015. Gostei dos personagens, gostei do romance, o plot me surpreendeu, porque eu não sabia como a autora ia desenvolver o relacionamento dos personagens com um deles na prisão. Gostei bastante de que apesar de existir uma certa angústia na insegurança natural dos personagens isso não é a base da história. Ao mesmo tempo, Sophie Jackson cria momentos de crise com certa maestria nos finais de vários capítulos, mas ela não estende a tensão desnecessariamente; ela resolve o problema nas primeiras páginas do capítulo seguinte.
Só que assim, apesar da nota alta, eu tenho algumas críticas. O livro se resolve de uma maneira muito “fácil” e é construído de uma forma a fazer o leitor simpatizar com Carter, que é o bad boy presidiário. Só que é muito “cômodo” dizer que ele é gatenho tudibom. Afinal o leitor se relacionaria melhor com um cara bonito ou com um estranho?
Carter também não é um preso qualquer. Além de boa pinta o cara é inteligente, sarcástico, protetor, sarado, rico e tem um passado com Kat. Muito prático, né?
Quando começa a rolar as chamas da paixão entre Kat e Carter eu fiquei intrigada em como eles fariam para ficar juntos. O cara na prisão, ela professora… iria rolar visita íntima? Mas a autora logo joga uma condicional para justificar que os dois vão ter tempo de sobra para se relacionar fora das grades da prisão.
Kat assina um termo de não confraternização com Carter para poder continuar dando aulas durante sua condicional, e isso em nenhum momento é utilizado para ameaçar o casal ou criar um medo real entre eles. Eu passei a leitura inteira esperando a hora em que os dois seriam pegos com a boca na botija, mas ele não veio. Bom e ruim, eu acho, porque a história teria ganhado dinâmica e tensão que iriam além do desenvolvimento do relacionamento dos dois e da briga de Kat com sua família para aceitar suas escolhas.
Sobre ficarem juntos… Carter está há 19 meses em regime fechado na penitenciária Arthur Kill quando Kat começa a dar aulas de literatura. É um tempo considerável preso e sem contato “físico” com nenhuma mulher. Achei de certa forma estranho que, no primeiro encontro sexual entre ele e Kat, o rapaz tenha “durado” um capítulo inteiro de intensas atividades sexuais. Para mim, talvez ficasse mais crível se ele tivesse ido rapidinho em um primeiro momento, mas que na mesma cena, em uma segunda vez, as coisas fossem mais “normais”.
O “vilão” da história no fim das contas, quase não faz nada de ruim. Ele poderia ter sido o pivô dessa denúncia da quebra de “contrato” de Kat, para tentar afastar o casal, mas ou ele é muito bonzinho ou burro que não enxergou essa possibilidade para prejudicar o Carter. Outro que também poderia ter complicado ainda mais a vida de Carter era seu melhor amigo, Max, mas mesmo ele fica bastante de lado e quase não interfere na evolução do carinha.
Depois que Kat e Carter assumem que querem ficar juntos parece que todos os controles que deveriam ser feitos de seu progresso na condicional, as entrevistas com os oficiais de justiça, o emprego, as sessões de controle da raiva, são esquecidas ou deixadas de lado. Talvez lembrar o leitor que essas coisas continuavam acontecendo diminuiria a sensação de progresso da história, vai saber. ¯\_(ツ)_/¯
O relacionamento de Kat com a mãe e a melhor amiga também me irritou um pouco. Kat e a mãe tem um passado juntas. As duas tiveram que “sobreviver” à perda violenta do pai/marido, mas achei meio abusivo o posicionamento da mãe na maior parte do tempo. Já Beth, a melhor amiga, também não me agradou muito porque na maior parte do tempo parecia mais querer prejudicar Kat do que realmente apoiar ou ajudar.
Olhando assim parece que eu odiei o livro, mas não é verdade. Foram escolhas da autora em focar numa forma contínua e sem muitos altos e baixos para o desenvolvimento do relacionamento do casal. A construção da confiança mútua, ultrapassar a barreira da insegurança, a percepção de o quanto um precisa do outro. Isso é muito mais importante do que criar angústia e tensão entre o casal, e que no fim das contas poderia só prolongar a história sem realmente criar marcos de envolvimento entre os personagens.
Acho que, mais do que qualquer coisas, são apontamentos do que outros autores provavelmente escolheriam como forma de condução da história. Pode ficar um pouco monótono em alguns momentos, mas quem disse que a vida da gente precisa ser o tempo todo uma montanha-russa de emoções? Afinal, por que alguém sempre tem que surgir com um problema praticamente insolúvel para dar dinâmica para a história? De certa forma esse tipo de decisão dos autores também me gera certa frustração… está tudo dando certo, vamos jogar um meteoro ali para dar uma agitada! ¬¬
Então, sim, eu gostei da narrativa de Sophie Jackson, gostei da forma que ela conduziu seus personagens, de todos os momentos de realização e de todas as cenas sensuais. Mesmo escrevendo em terceira pessoa, ela alterna o PoV entre Carter e Kat ao longo dos capítulos, dando a cada um seu momento de se sobressair e mostrar seus sentimentos. Se tiver mais livros da autora (e o Goodreads diz que tem) pode trazer que vai entrar automaticamente para minha lista de comprinhas.
Até a próxima! o/
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