resenha

Desaparecidas – Lauren Oliver

5 jan 2016
Informações

desaparecidas

lauren oliver

verus

série ---

304 páginas | 2015

2.5

Design 3.5

História 1.5

As irmãs Dara e Nick eram inseparáveis, mas isso foi antes — antes de Dara beijar Parker, antes de Nick perdê-lo como melhor amigo, antes do acidente que deixou cicatrizes no belo rosto de Dara. Agora as duas, que eram tão próximas, não estão mais se falando. Em um instante Nick perdeu tudo, e está determinada a usar o verão para conseguir sua vida de volta.

Só que Dara tem outros planos. Quando ela desaparece, no dia de seu aniversário, Nick acha que a irmã está se divertindo por aí. Mas outra garota também sumiu — Madeline Snow, de nove anos — e, conforme Nick procura pela irmã, fica cada vez mais convencida de que os dois desaparecimentos podem estar conectados.

Neste livro tenso e cativante, Lauren Oliver cria um mundo de intrigas, perdas e suspeitas, enquanto duas irmãs buscam encontrar uma à outra — e a si mesmas.

Design

A capa a de Desaparecidas é interessante, com a foto das “duas irmãs” da história, apesar que eu achava que a que representasse Dara deveria estar mais “montada”. Mas gosto de todo o efeito grunge que foi colocado na imagem, essa impressão de uma foto maltratada pelo uso.

O legal foi trazerem essa sensação para o título e o nome da autora, ao usar uma fonte que me lembra muito aqueles etiquetadores antigos, sabem? O pessoal novinho não vai ter ideia do que eu estou falando… #velha

etiquetadoraÉ tipo essa máquina aqui do lado, só que “na minha época” não era eletrônico e você tinha que pressionar e marcar uma tira autocolante. As letras ficavam exatamente com essa aparência da fonte do título e do nome da autora. Quando eu digo que não precisa de muitas famílias para criar um projeto legal é basicamente isso que estou falando. A única diferente é a que diz o título de outro livro da autora.

Só fiquei com a impressão que o fundo rosa caladril da faixa do título dá uma delicadeza que faz com que perca um pouco a força da imagem, mas gosto do caladril ter sido usado nas orelhas do livro.

Na quarta-capa temos uma arte mais abstrata, que para mim combina com toda a loucura de Nick e Dara. Pontos também por ter usado a mesma fonte do texto de apoio da capa na sinopse. \o/

Apesar do miolo ter a fonte pesada que eu não curto muito dos projetos da Record, achei bom que neste temos cabeçalho com o título/tempo do livro (se é antes ou depois do acidente de carro). Todos os textos que são “recortes de notícias” tem uma fonte com estética de máquina de escrever (mesmo sendo retirado da internet, vai entender :P). As aberturas de capítulo também são diferentinhas porque tem a data e o nome da personagem que é o PoV do capítulo, tudo na mesma fonte “etiquetadora” do título na capa.


História

Eu realmente devo me odiar, ou ter alguma veia masoquista. Ameacei abandonar Desaparecidas desde a página 61 mas, não sei o que me deu, fui até o fim. Minto. Acho que tenho noção do que me deu: preguiça.

Como vocês podem imaginar, eu tenho uma pequena fila de livros para ler das minhas responsabilidades com parcerias. Enquanto escrevo esta resenha este número está em torno de 15 livros, mas não consegui simplesmente escolher um para ler e abandonar Desaparecidas.

Alguns são romances com capas “vergonha alheia” que não quero carregar no metrô. Outros são fantasias pesadas e eu também não estava na vibe de musculação. Então eu chegava de manhã, olhava para minha mesa com duas pilhas de livros e a preguiça não me deixava escolher nenhum. Aí eu pegava Desaparecidas, ia viver o dia, e passava o tempo todo me perguntando “por que você está fazendo isso?!”.

Sabem quando uma história não bate? Ou os personagens não tem nada a ver com você e com suas “crenças”? Eu peguei Desaparecidas achando que ia ler um suspense de sequestro de meninas, estava esperando um thriller de algum psicopata em uma cidade pequena. Mas por 2/3 do livro o que eu vi foi infindável angústia adolescente seguida de problemas que só quando achamos que somos o centro do mundo eles são realmente imensos.

Nicole e Dara são chatas. Eu tenderia a gostar de Nicole, mas mesmo ela sendo a mais certinha, a estudiosa, a “preferida” dos pais por ser a mais velha, ela ainda tinha um quê de inveja da mais irmã mais nova. Já Dara é a errada da família, entenda isso como quiser. Tenho sim problemas e provavelmente preconceito com personagens porraloka, que querem ser o centro da atenção, que se drogam, fumam, ficam bêbados e fazem merda atrás de merda porque não sabem lidar com frustração e expectativas. Então, Dara, eu te odeio.

A história gira em torno de um acidente do qual ninguém fala, das irmãs que também não se falam mais, de um triângulo amoroso entre elas e o melhor amigo de Nicole, e o desaparecimento de uma menina de oito anos, que aparentemente não é importante para as duas PoVs do livro até quase o clímax final.

É tudo arrastado nessa história. E confuso, porque temos dois PoVs, Nicole e Dara, e você não consegue identificar nenhuma só pelo estilo narrativo. Se eu não lesse o nome na abertura de capítulo não faria diferença, só quando uma começasse a acusar a outra de alguma coisa. As coisas acontecem de forma extremamente lenta e cansativa. É angústia pra lá, mimimi pra cá, baixa autoestima e insegurança explodindo por todos os parágrafos das páginas.

A autora tenta criar um clima de tensão entre as irmãs e ao inserir alguns trechos retirados de jornais online sobre o desaparecimento da menina. Também ferra com a nossa cabeça ao misturar coisas de antes e depois do acidente. Só que é na tentativa de plot twist, que vi chegando lá de longe, que eu finalmente desisti de verdade do livro. Do tipo, agora eu vou até o final para que o sofrimento seja completo, porque sou dessas que não sofre pela metade!

O pior de tudo?! Em dado momento, Dara desafia Nicole a encontrá-la. Uma menina de 16 e outra de 17, num jogo de gato e rato pela cidade. Nicole se enfia em todos os piores buracos e em situações perigosas que nenhuma pessoa em sã consciência se enfiaria. Sabe, existe um troço que inventaram ontem, se chama POLÍCIA e ela (deveria servir) serve para ajudar a proteger e investigar… Mas não! Uma adolescente de 17 anos sabe muito mais e melhor do que a polícia.

Bitch please, rolling eyes

Vamos trazer para nossa realidade só um pouquinho?! Sou do Rio de Janeiro, todo mundo sabe que a guerra civil corre solta aqui só esqueceram de dar nome oficial para ela. Imaginem uma adolescente comum desafiando sua irmã a encontrá-la e fazendo com que ela se enfie em alguma dessas favelas/comunidades não pacificadas, se metendo em boca de fumo, e tentando sair tranquila de lá. Surreal? Para mim é quase isso que a autora propõem, mas vai ver que nos EUA a “bandidagi” é mais tranquila e educada, vai saber? =/

Fora os livros que eu oficialmente abandonei, Desaparecidas foi uma das piores experiências de 2015, e se eu pudesse desler alguma coisa, com certeza, seria esse livro. O medo agora é que eu tenho a trilogia Delírio da mesma autora, e estou preocupada de ser uma bosta como foi a experiência dessa história. =X


Até a próxima! o/

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