resenha

Amor Imortal – Ana Carolina K.J.

15 jan 2016
Informações

amor imortal

ana carolina k.j.

novas páginas

série ---

288 páginas | 2015

2

Design 3.5

História 0.5

Após a morte de seu pai, Anna Bonnier tenta recuperar um pouco de sua felicidade ao viajar para uma estação de esqui com sua melhor amiga, Loreta. Entretanto, o que era para ser um simples passeio, acaba por se tornar um desafio sobrenatural.

Anna conhece o enigmático Raziel e percebe uma forte conexão que vai além da realidade, sobretudo quando descobre que o sentimento que tem por ele atravessa os séculos.

Aos poucos, a proximidade que constroem juntos traz novos riscos. O relacionamento amoroso que ela sempre desejou pode desaparecer de forma trágica, assim como o homem que abriu seu coração.

Passado, presente e futuro caminham juntos nessa emocionante história de amor e sedução, em que a realidade é capaz de alterar, a qualquer momento, o destino de cada um deles.

Design

Apesar de não ter conseguido terminar o livro, ele se encaixa no grupinho dos que eu compraria pela capa. Eu curti o projeto gráfico/fotográfico feito aqui. Acho bonito a textura grunge no fundo que cria a impressão de asas negras para o carinha. Não consegui entender muito o vestido vermelho da moça, mas a gente deixa passar. A atmosfera que a foto do casal cria é bem sensual e isso é instigante em uma primeira olhada.

Achei um pouco estranho a quantidade de elementos sobrepostos no título do livro. Temos o degastado/comido, temos uns “rajados” como se fosse um brilho de metal, e ainda uns galhos ressecados de árvore…? Ops, que eu acho que foi um pouco demais. Quase atrapalha tudo o que o casal e o background tinham construído de legal. Um outro “problema” recorrente nas capas da Novo Conceito é o excesso de famílias tipográficas. Consegui identificar três aqui, sendo que uma delas está em dois pesos (regular e bold). =/

O mesmo acontece no miolo. Muitas fontes: no título da abertura de capítulo, nos locais/datas e cabeçalho (nome da autora), no texto propriamente dito, no cabeçalho de novo, só que no nome do livro. Fora isso achei a mancha equilibrada, com bom tamanho de fonte, entrelinha e margens. Não houve muita inovação aqui, mas foi um projeto editorial correto.


História

Ah, pessoas, não deu. Eu sempre tento dar espaço e valor para os autores brasileiros com quem cruzo ao longo das minhas jornadas de leitura. Acho que a literatura brasileira tem que ter maior divulgação e acesso. Só não consigo insistir em uma leitura que não é envolvente. Seja ela brasileira ou estrangeira.

Não rolou “amor” com Amor Imortal. Os personagens são rasos, não estimulam empatia no leitor. Em muitos momentos me senti lendo uma fanfic de Fallen com personagens mais velhos. A questão sobrenatural é fraca e não se desenvolve em quase nada até a metade do livro (que foi até onde consegui chegar).

Existe um problema muito sério de ambientação e conexão entre as cenas e ações dos personagens. A construção da movimentação e da lógica do raciocínio de Anna (a personagem principal) é bem fragmentada. Muitas vezes tive a sensação de que deve ter acontecido algum tipo de teletransporte ou um salto temporal muito grande entre as descrições que eram feitas pela personagem.

De quem, infelizmente, não consegui gostar de forma alguma. No início da história Anna acabou de perder o pai e para superar o sofrimento, decide ir para uma estação de esqui com sua melhor amiga Loretta. Que de melhor amiga para mim não tem nada. Anna com o pai recém falecido e Loretta insiste que ela deve tocar a vida, sair e transar, porque é  assim que todo mundo lida com perda e sofrimento. Já me perdeu só com essa amiga maluca.

Depois tive problemas com a inserção do sobrenatural. A gente sempre tem que ter um pouco de suspensão de descrença quando lida com esse tipo de assunto, mas em Amor Imortal a autora abusou um pouco.

Acompanhem comigo. Você está na fossa e começa a ver sombras estranhas que somem quando são encaradas. Coisas estranhas começar a acontecer e o carinha que sua amiga porraloka te arranja é bizarro e te dá calafrios. Você vai sair para night com a amiga porraloka, aí esbarra com um carinha tudibom. No dia seguinte ele te chama para sair e começa a conversar mentalmente com você. E o que você faz? Sai correndo gritando “maluco, doidão” ou acha isso super maneiro e normal em um primeiro encontro? Pois é, a autora escolheu a opção número dois e vamos combinar que é MUITO bizarro que uma pessoa não tenha nenhum tipo de “aversão” inicial a algo que não possui uma explicação plausível ou razoável.

E se o carinha tudibom falar para você que “tenho muitos segredos” e “é perigoso ficar perto de mim”, por favor, saia de perto dele, ok?! Já me bastou essa desculpa com Bella e Edward.

Ok, ela fez uma cena de sexo entre os personagens principais bem construída, com alguns momentos de vergonha alheia super normais, mas a cena que veio antes do ato em si foi muito estranha por conta dos teletransportes/problemas de continuidade, e o pós não foi nem um pouco romântico levando-se em consideração todo o clima que ela tinha construído.

Eu queria ter gostado de Amor Imortal, estava sentindo falta de um romance sobrenatural nos moldes de Irmandade da Adaga Negra (J.R. Ward) ou Renegade Angels (Sylvia Day), mas Ana Carolina não conseguiu sustentar a história o suficiente para me prender além da metade do livro. =/


Até a próxima! o/

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