o espadachim de carvão e as pontes de puzur
leya
série o espadachim de carvão #2
192 páginas | 2015
“Ninguém viaja mais rápido que Puzur.” Lutando para se adaptar ao mundo dos mortais, Adapak se refugia no navio de Sirara, farto de lidar com os segredos do passado. Mas quando um antigo diário cai em suas mãos, o Espadachim de Carvão acaba por mergulhar nos registros de alguém responsável por influenciar não somente sua vida, mas a história de Kurgala – uma menina forçada a acompanhar a jornada de um ladrão desesperado, disposto a violar as regras mais antigas que os Quatro Que São Um deixaram para trás. Quem foi Puzur? O que procurava? Enquanto viaja pelas páginas do tempo, Adapak desconhece que sua curiosidade está prestes a colocá-lo sob a ameaça de algo que ele mesmo possa ter desencadeado.
Design
Falei bem, e continuo achando positivo, o projeto gráfico como um todo da série do Espadachim de Carvão. Fora a capa diferente (óbvio), toda a estrutura de miolo continua a mesma e você pode ler minha opinião na primeira resenha aqui.
Agora, quanto a capa, apesar da ilustração bastante impressionante de um anoitecer/amanhecer em Kurgala, em termos de inovações gráficas ela ainda fica me devendo. ^.~
História
Antes de qualquer coisa, por mais que eu possa fazer críticas ao longo da resenha, quero deixar claro que eu gosto bastante do universo e do estilo de escrita do Affonso. Fiquei bastante impressionada com O Espadachim de Carvão quando ele foi lançado, mas eu esperava um pouco mais de As Pontes de Puzur do que o que o livro me proporcionou na verdade.
Já comentei na resenha do primeiro livro da série dO Espadachim de Carvão o quanto me surpreendi pela qualidade estética do livro de estreia do Affonso Solano. E essa qualidade continua em As Pontes de Puzur.
Diálogos bem estruturados, descrições que não são cansativas, cenas de ação bem construídas (quando acontecem) e altamente visualizáveis. Mas Puzur ficou me devendo.
De verdade, não consegui considerar este como um segundo volume de série, não só pela quantidade de páginas, que não chega nem a 200, mas porque o personagem principal que dá nome à série está muito mais em segundo plano, quase um personagem coadjuvante em sua própria história.
Como em O Espadachim de Carvão, a história se alterna entre passado e presente, só que dessa vez, é o passado do ladrão Puzur, que era o antigo dono das espadas de Adapak. O presente acompanha nosso herói enquanto tem uma DR com sua namorada, a capitã Sirara, e visita uma biblioteca.
Grande parte do desenvolvimento real da história está no deslocamento de Puzur pelos pilares Dingirï através dos continentes de Kurgala, enquanto tenta cumprir uma missão pessoal. Ele acaba arrastando a jovem Laudiara em sua aventura, e é através dela que descobrimos mais sobre a história de Puzur.
Em comparação com o primeiro livro, As Pontes de Puzur é muito mais lento e contemplativo, focando mais nas questões pessoais e questionamentos de religião/crença ao longo dos capítulos, deixando um pouco de lado as cenas de ação que eram um dos focos anteriormente.
Eu fiquei com a sensação de estar lendo um spinoff, uma short novel dentro do universo do Espadachim de Carvão. Sabem quando os autores lançam aqueles contos com menos páginas que um livro “normal” e que, lá fora, numeram com um #0.5? Então, As Pontes de Puzur é o #1.5 de O Espadachim de Carvão, uma história de contextualização e ligação para um livro maior e mais desenvolvido.
Fora o final, tanto do arco de Puzur quanto de Adapak, que realmente é mais movimentado e deixa ganchos bem definidos para um próximo livro, As Pontes de Puzur ficou me devendo o deslumbramento que tive no primeiro volume. Talvez Puzur tenha sofrido com o meu monstro da expectativa, que começou a rugir quando vi que o livro era “fininho”.
Não desmerecendo o trabalho do Affonso, uma vez que o livro é bom, mas eu queria mais. Eu esperava mais. Eu precisava de mais.
A impressão que fica é que Puzur foi lançado só para não deixar uma lacuna muito grande entre os lançamentos de próximos livros. “Toma aqui um gostinho de Kurgala para você não esquecer como é um universo legal”. Nada contra, porque eu agradeço a oportunidade de ler mais coisas do autor. Só sei que no próximo anúncio de um novo volume vou ter que controlar melhor meu monstro da expectativa.
Só reitero que acho extremamente válido um livro “bestiário” com as raças de Kurgala. Mesmo com as descrições ao longo do livro, ainda bato cabeça e tenho dificuldade para imaginar os seres do universo sem visualizá-los.
Até a próxima! o/
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