no limite do perigo
verua
série no limite #3
420 páginas | 2015
Para todas as pessoas, Rachel Young é a menina certinha — só tira dez, se veste com as melhores roupas e vive a mais perfeita vida! Mal sabem elas que Rachel esconde segredos de seus pais ricos e de seus irmãos controladores — a jovem vive em busca de adrenalina, apostando corridas contra estranhos com seu Mustang GT em estradas escuras. Seu outro segredo? Isaiah Walker, um cara com quem ela não deveria nem conversar. Mas, quando o órfão tatuado e com intensos olhos acinzentados vem em seu resgate, ela não consegue tirá-lo da cabeça.
Isaiah também tem segredos. A última coisa de que ele precisa é se envolver com uma riquinha que quer passear pela periferia para se divertir — por mais angelical que ela possa parecer. Mas, quando o gosto dos dois pelas corridas de rua coloca ambos em perigo, Isaiah e Rachel têm seis semanas para encontrar uma saída. Seis semanas para descobrir até onde estão dispostos a ir para salvar um ao outro.
No novo volume da série iniciada com No Limite da Atração, você vai conhecer melhor o sombrio Isaiah, além de matar as saudades de Noah, Echo, Beth e Ryan.
Design
Vamos falar sobre criar uma expectativa “errada” com uma capa ótima?! Vamoooos! Assim, a culpa não é da Verus, a capa é uma adaptação da original da Harlequin, mas ela persistiu em uma decisão de arte que me incomodou.
Olhem o casal da imagem da capa. Se você ler a história vai perceber que eles são a representação PER-FEI-TA dos personagens, a moça loira e angelical e o punk de cabelo raspado e tatuagem (ok que é uma tatuagem genérica, mas não vamos ser exigentes desse jeito nesse momento). Olhem como eles são jovens e lindos e perfeitos juntos. E como visivelmente tem mais do que 23 anos. Desculpa, mas não dá para me convencer que os modelos dessa foto tem 17 anos! Então, sim, eu tinha uma expectativa de personagens mais velhos e foi um choque quase brutal ter que engolir que eles ainda eram menores de idade.
E isso tudo culpa de uma capa muito bonita e bem construída mas que não representa a realidade do livro. Me gerou uma frustração considerável, ainda mais porque a sinopse não entrega a faixa etária dos personagens. Eu esperava um NA, e encontrei um late-YA (se é que isso existe). Me apaixonei pela história mas me senti roubada pela expectativa.
Fora isso, eu gostei da arte, gostei da fonte em caixa alta no título com uma aplicação de grafismo para sugerir uma arte grunge. O tom avermelhado da imagem também passa a sensação da paixão dos personagens. Não curti o monte de quotes na quarta-capa, onde eu naturalmente estou buscando a sinopse do livro e achei que houve uma superexposição da imagem do casal que aparece na capa, na lombada e de novo na quarta capa. Acho que podia ter sido trabalhado a questão do carro, que é um elemento importante para a história.
E o miolo… ah o miolo… =/ Para não dizer que ele é igual a todos os outros do grupo Record (e que eu repetidamente acho simples), as aberturas de capítulo tem os nomes do personagens que são o PoV daquela cena. Nos de Rachel foi utilizada uma fonte mais cursiva, provavelmente para emular uma letra de mão feminina. Nos de Isaiah é uma fonte mais gótica com as mesmas aplicações de grafismos para emular um efeito meio grunge como o do título na capa. E só.
História
Vamos começar dizendo que não, eu não consegui levar a história acreditando que os personagens tinham 17 anos. Não rolou. As situações que eles se colocavam e enfrentavam, suas ações e maturidade não conseguiram me convencer que eles tinham menos de 23-25 anos. Pode ser preconceito meu porque estou ficando “vélea” mas não consegui encaixar as atitudes dos personagens em adolescentes, mal aí.
Katie McGarry não é a primeira nem vai ser a última a criar uma história e encaixar personagens com uma idade mega chutada. O George R.R. Martin já declarou que, depois que a série de TV de Guerra dos Tronos começou a ser produzida, ele percebeu que definiu mal a idade de suas crianças na história de fantasia épica.
Já passei dos 17 há muito tempo e no auge da minha revolta adolescente não me lembro de arranhar nem de perto o que Isaiah e Rachel fazem ao longo da história. Então, ignorei essa idade “bizarra” e na minha cabeça os dois eram mais velhos, as coisas fizeram mais sentido e aí sim pude aproveitar de verdade a história.
Superando essa questão da idade, eu adorei a história. Adorei os personagens. O romance proibido da jovem rica e o rapaz pobre. As escapadas para ficar juntos. As cenas românticas com uma pitada de sensualidade, dando aquele incentivo de que vai acontecer alguma coisa, mas os finalmente nunca chegam (não, sério, nunca chegam). Adorei os personagens coadjuvantes, principalmente os amigos que Rachel faz por causa de Isaiah. A cumplicidade, a amizade gratuita, o envolvimento, a escolha de uma família.
Mas Katie McGarry tem um dom de construir um background para os personagens principais que faz com que você se envolva, tenha uma enorme empatia por eles, e O-DEI-E seus parentes. Eu odiei a família de Rachel durante TODO o livro! E odiei a mãe de Isaiah na mesma medida. McGarry criou lares disfuncionais para os dois de uma forma que você torce para que eles consigam escapar e serem felizes, e que seus parentes se explodam. MUITO! GRANDÃO! Porque Rachel e Isaiah merecem um pouco de felicidade no meio de toda a merda em que vivem.
Essa é uma das mensagens principais, que coisas ruins acontecem, mas Kate e Isaiah sofreram com as coisas ruins de uma forma que… putz! Dá vontade de pegar uma escavadeira e um tanque e sair esmagando e enterrando tudo que atrapalhou a vida dos dois.
Rachel é a princesa de sua família, mas sua paixão é óleo, graxa e velocidade. Ela só está viva porque sua mãe maluca, egoísta e egocêntrica, junto com um pai conivente e preguiçoso, ficaram destruídos com a morte prematura da primeira filha. Então eles passam a procriar como coelhos até conseguirem uma nova filha para substituir a menina morta. Yey! É responsabilidade da única menina ser aquilo que não é para deixar sua mãe maluca feliz. Uma responsabilidade colocada em seus ombros por seu pai e seus quatro irmãos. Gente fina, essa aí.
Para completar, a menina desenvolveu síndrome de pânico ao falar em público ou ser colocada em situações de extrema ansiedade. Valeu família! Rachel só se sente ela mesma atrás do volante de seu Mustang, correndo livre nas estradas de sua cidade.
Por outro lado, Isaiah é o punk que deu errado. Sua mãe foi presa quando ele tinha 6 anos e desde então ele vive entre lares adotivos e centros comunitários, sofrendo o abandono e a ilusão de que sua mãe iria voltar. Isaiah decide que para se proteger ele precisa que as pessoas tenham medo dele, para isso ele assume uma ar e atitudes agressivas, se enche de tatuagens com significados particulares, e se dedica a ser um corredor e mecânico de carros.
Ele vive com um amigo que também veio do sistema adotivo e tentam juntos fugir do governo, enganando as assistentes sociais. Até que a mãe de Isaiah volta e quer encontrar com ele de novo! 11 anos sozinho, sofrendo, crescendo em lares de pessoas que não se importavam com ele, e agora a mãe quer brincar de casinha como se nada tivesse acontecido?! Até eu queria dar uns tapas na mulher.
Então, assim, eu torci e torci ao longo do livro todo que Rachel e Isaiah tivessem seu “felizes para sempre”. Katie McGarry cria um plot para unir os dois muito bom, uma tensão que ajuda a mantê-los juntos e desenvolver o interesse romântico dos personagens, criar o vínculo de confiança e força que os dois precisam. Ao mesmo tempo, vai montando as situações dos dois em separado, em seus próprios universos e lidando com as cobranças das famílias malucas. E é muito bom!
Para variar eu comecei a série pelo fim. Enquanto escrevo essa resenha, não fui ler a sinopse dos livros anteriores para saber como eles participam, ou não, da história ao longo da série. Mas sinceramente, não fez falta nenhuma os outros volumes. O livro é independente o suficiente para criar todo o universo dos personagens e deixar o leitor satisfeito. Então, se você também não leu nenhum dos livros anteriores pode começar por esse que não vai ter nada faltando.
Gostei muito do ritmo, gostei muito da voz dos personagens, gostei muito que a autora alterna sempre um capítulo de Isaiah e um de Kate ao longo do livro todo. Você sempre ouve a história pelos dois lados e isso é muito bom. Gostei da tensão, do sofrimento, da angústia (porque o livro é sim muito angustiante) e da apreensão pelos personagens. E agora eu quero mais, e vou ter que ir atrás dos livros anteriores. Que droga, né?! :P
Até a próxima! o/
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2 Comentários
Adorei No limite da ousadia, embora estivesse esperando uma coisa e foi outra.
Isaiah apareceu pouco, mas mesmo assim foi o personagem que mais gostei.
Já tava querendo ler os outros dois livros da série, principalmente esse que sabia que ia ser narrado pelo Isaiah.
A vontade só aumentou após ler a resenha *-*
Que bom que a resenha ajudou você, Rê! Eu também gostei muito de Isaiah e quero ler os outros livros, mas fico com um pouco de medo de vê-lo pelos olhos de outros personagens, de ele perder sua caracterização… vamos ver. Os livros já foram para minha lista da bienal!