Selva de Gafanhotos
intrínseca
série ---
352 páginas | 2015
Na pequena cidade de Ealing, Iowa, Austin e seu melhor amigo, Robby, libertam acidentalmente um exército incontrolável. São louva-a-deus de um metro e oitenta de altura, completamente tarados e famintos. Essa é a verdade. Essa é a história. É o fim do mundo e ninguém sabe o que fazer.
Com todos os elementos obrigatórios de um romance apocalíptico, Selva de gafanhotos mistura insetos gigantes, um cientista louco, um fabuloso bunker subterrâneo, um mal resolvido triângulo amoroso-sexual e muita, muita confusão, e está longe de tratar apenas do fim do mundo.
Engraçado, intenso e complexo, o livro fala de um jeito inovador de adolescência, relacionamentos, amizade e, claro, de temas um tanto mais inusitados, como testículos dissolvidos e milho modificado geneticamente. Um romance surpreendente sobre a odisseia hormonal, amorosa e intelectual que é essa fase da vida.
Design
Meu primeiro contato com Selva de Gafanhotos foi com a prova gráfica enviada pela Intrínseca para uma ação e ela não passava de um “bloco de papel” encadernado com espiral. Fisicamente parecia até maior em volume de páginas do que o livro final. Pensei que não faria uma análise do projeto gráfico, afinal, não era o livro produzido direitinho. E meio que até achei melhor, porque se a prova da capa era a que veio no bloquinho…
Mas a versão final chegou aqui em casa! Yey! Só que a capa só ficou um tico mais elaborada. Na prova eu só tinha ideia que ela seria muito, muito, mas MUITO, verde. A capa é literalmente um gafanhoto de tão verde. Na prova fiquei incomodada com o efeito de “bevel & emboss” que tinha no título, mas acredito que era para emular o relevo seco que colocaram no projeto final. Assim, não é uma das minhas capas favoritas de Intrínseca. Ela grita a que veio, para ser estranha e chamativa, como a própria história de Andrew Smith o é. É moderna, até mesmo elegante, mas acho que meu relacionamento com a história e o VERDE me deixaram meio influenciada negativamente. #sorry
O miolo é estupendo. Quase nunca tenho coisas negativas para falar dos miolos da editora. Gostei da fonte, do espaçamento, das margens. Das aberturas de capítulo, aberturas de partes. Mas acho que o que mais gostei foi a escolha de colorir a lombada das folhas de um amarelo quase tão “cheguei” quanto o verde da capa. Selva de Gafanhotos é um daqueles livros que você encontra em qualquer lugar, mesmo que você tenha o “perdido”.
História
Nonsense. Acho que essa é a principal palavra para definir Selva de Gafanhotos, um dos lançamentos de março da Intrínseca. Nonsense e sci-fi de filme B (ou talvez C, se isso existir), crônica familiar, crônica adolescente, adolescentes explodindo de hormônios, narrativa fragmentada, linguagem contemporânea recheada de palavrões, sangue e insetos gigantes e assassinos.
John Green tem razão em sua citação na capa do livro: eu acredito que nunca li nada igual, e agora me pergunto porquê fiz isso comigo. =/
O estilo de Andrew Smith, a voz que ele dá a Austin Szerba, seu personagem principal, é difícil, confusa e errática. Austin é o historiador de Selva de Gafanhotos e ele mistura à sua crônica sobre o fim do mundo, que começou em Ealing, Iowa, com sua crônica familiar, que começou com seu tataravô polonês. Em um mesmo parágrafo ele mistura passado e presente, insetos, pizza, cigarros e sua explosão de hormônios e desejos sexuais. É de explodir a cabeça de qualquer um que queira tentar acompanhar.
Porque a realidade é essa: você tenta, se esforça para acompanhar o vai e vem frenético entre os acontecimentos e os ancestrais de Austin. Entre seus sentimentos e dúvidas e a eclosão de louva-a-deus gigantes e irrefreáveis, dínamos em suas duas “funções”: comer e se reproduzir.
Mas vamos combinar que mesmo nessa bizarrice esquizofrênica, o livro em sua loucura me envolveu de forma a me deixar curiosa com as coisas que estavam acontecendo, com o triângulo amoroso de Austin e suas dúvidas sobre sua sexualidade. Eu precisei ir até o fim para saber como seria o apocalipse do planeta nas garras de louva-a-deus gigantes famintos e com tesão.
E, assim, o livro decepciona. Cheguei a um final aberto e fiquei chateada que toda a construção de expectativa que Andrew Smith faz ao longo da história não é muito satisfeita no clímax e no final.
O mundo se desfazendo ao redor dos personagens e sua maior preocupação era fumar. Eu passei boa parte do livro me perguntando o que o autor andou realmente fumando ou cheirando ou introduzindo em suas veias para alcançar a viagem tão louca e alucinada que foi Selva de Gafanhotos.
Talvez se o final não fosse do jeito que o autor construiu, eu tivesse me sentido menos roubada ou sem a sensação de ter desperdiçado meu tempo. Porque, afinal, ele me envolveu o suficiente em sua viagem estranha ao ponto de me fazer ficar com o livro até o final.
Ou então, por eu não ter 16 anos, não consigo absorver todo o significado e importância que a história tinha para passar. Pois é. Talvez meu cérebro de 34 anos não seja tão dínamo assim. :P
A editora Intrínseca fez uma ação com alguns dos seus blogs parceiros para o lançamento de Selva de Gafanhoto, e eu tive a oportunidade de ser uma das participantes. ^.^ Recebi a prova antecipadamente e tive que fazer um vídeo, algo completamente novo para mim.
Acompanho alguns vlogs no youtube e eles fazem parecer que ficar na frente de uma câmera é uma coisa completamente fácil e natural. Bem, não é exatamente assim. A única pessoa comigo era meu marido, e a tensão de falar com ele através da câmera foi quase insuportável. Se eu tive a vontade de começar a entrar nesse mundo maravilhoso dos vídeos e de vlogs, acho que depois dessa experiência vou ter que repensar. :P
De qualquer forma, tem minha participação no vídeo final da Intrínseca. Vocês podem reparar que minha atuação foi a mais séria e ahn… direta, talvez. Acho que não sei sorrir para a câmera. :P Vejam por vocês mesmos e me contem o que acharam. ^.^
Até a próxima! o/
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