o código perdido
fantasy
série trilogia os atlantes
352 páginas | 2015
Romance e mudanças climáticas se unem nesta distopia que tem tudo para agradar aos adolescentes. Fãs da trilogia Divergente e da série Percy Jackson vão adorar a trilogia Os Atlantes. Em O Código Perdido, primeiro volume desta distopia, Owen Parker precisa desvendar os mistérios que cercam sua descendência para evitar a aniquilação total da raça humana. Ele contará com a ajuda de Lily, uma garota tão encantadora quanto misteriosa, para entender o que está por trás de seu código genético e salvar o planeta Terra, devastado por mudanças climáticas. Para isso, ele precisará escapar do interesse da Corporação Éden nos seus conhecimentos ancestrais e fugir para o deserto pós-apocalíptico fora do domo do Éden. Adolescentes fascinados por histórias de mundos distópicos e obscuros, e também por mitologia, não vão conseguir largar este livro até desvendar o segredo do código perdido.
Design
Mais um livro digital, portanto, sem avaliação de design. Entretanto quero fazer um comentário sobre a revisão da edição do ebook. Ao longo da leitura esbarrei com inúmeros probleminhas de revisão: repetição de palavras, concordância, falta ou excesso de artigos ou preposições… Acho que vale uma nova revisão para a uma próxima edição.
História
O Código Perdido foi uma surpresa interessante. Na maioria dos YA que já tive a oportunidade de ler a história gira em torno de uma menina como personagem principal, normalmente na idade mágica de 16 anos, e seu sofrimento para escolher entre dois gatinhos improváveis que, obviamente, se apaixonam por ela. Se a trama estiver envolvida por vampiros, lobisomens, deuses, ou poderes inexplicáveis, tanto melhor.
Só que na história de Kevin Emerson as coisas são um pouco diferentes. O autor criou uma história de distopia embalada em mitologia bem interessante. O personagem principal, Owen (um rapaz de 16 anos! :P), conta em primeira pessoa sua experiência nesse futuro onde a camada de ozônio foi praticamente dizimada, as calotas polares derreteram e os oceanos invadiram os continentes. O avanço das águas sobre as cidades ficou conhecido como Grande Ascensão.
Os sobreviventes vivem em áreas habitáveis abaixo da terra e em domos chamados Édens, construídos para simular o ambiente do planeta antes das catástrofes ambientais. Owen morava com seu pai no Centro, uma das áreas abaixo da terra, até o dia que foi selecionado para entrar no Éden Oeste e participar do Acampamento Éden.
No começo, apesar de Owen quase morrer afogado no primeiro capítulo e sofrer um ferimento expressivo no pescoço, fiquei pensando se seria uma história mais lenta, um romance pela visão do rapaz. Não que isso não fosse interessante; uma das coisas que eu sempre tenho interesse em ler é a visão dos carinhas e sua “forma” de se apaixonar. Só que o foco inicial é em Owen tentando pertencer ao acampamento, sofrendo para se integrar com os outros adolescentes e crianças. Então… história de colégio default sem muitas expectativas de novidades.
Mas fora esse início mais devagar, rapidamente a história começa a acelerar o ritmo, incluindo questionamentos sobre a verdade dos Édens, conflitos políticos, segredos científicos e conspirações, envolvendo toda a história e os personagens com os mitos sobre a Atlântida, seu desaparecimento, e profecias sobre o ressurgimento de seu povo.
Owen tem uma voz interessante de acompanhar, em muitos momentos ele “fala sozinho” conversando com os “operários” que fazem com que seu corpo funcione apropriadamente, e costumam ser situações engraçadas.
Por se tratar de YA (e não desmerecendo o gênero de forma alguma) o livro tem alguns clichês e situações previsíveis, que não estragam a história, mas são fáceis de serem identificados. A forma como as informações chegam tanto para Owen quanto para o leitor são interessantes, em nenhum momento somos tratados como idiotas ou apresentados com alguma resposta mirabolante que não se encaixa na proposta do enredo ou que seja uma solução mágica tirada do nada.
Tive um certo embate com o interesse romântico de Owen, esperando o momento em que ela ia virar a casaca, que ela ia abandonar o garoto, que ela ia ficar overpower… isso talvez tenha sido um problema na construção da personagem, e eu ainda não sei se gosto ou não da menina.
Particularmente, gostei da construção de Owen. Ele evolui ao longo da história, deixando de ser o coitadinho sem graça e se tornando interessante para as meninas, e mesmo obviamente sendo o “the chosen one”, ele não fica bonzão do nada e seus “poderes” crescem e são aprendidos de uma forma aceitável e compreensível ao longo da história. No terço final do livro, quando o clímax e a tensão da história atingem o ápice, Owen não vira o herói sinistro kick-ass, e sabe contar com seus amigos.
Kevin Emerson consegue ao mesmo tempo definir e contextualizar seu mundinho distópico-mitológico e seus personagens. Fora o romancinho de Owen, todos os demais são interessantes, mesmo sendo vistos e descritos pelo PoV do personagem principal.
Dos livros que li recentemente que usam a temática atlante, esse foi um dos mais interessantes. Teardrop (Lauren Kate) e Uma Visão do Fogo (Gillian Anderson) não conseguiram ser tão legais quanto a história de Owen. Antes deles, um livro que tratava sobre Atlântida e que eu gostei muito de ler foi o díptico (ui, que bonito) de Marion Zimmer Bradley, A Teia de Luz/A Teia de Trevas, que é um prequel para todas as histórias de Avalon que vieram depois.
Agora é torcer para que os demais volumes sejam realmente lançados pela Fantasy. ^.^
Até a próxima! o/
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