resenha

Submissão – Maya Banks

10 abr 2015
Informações

Submissão

Maya Banks

leya

série Surrender #2

288 páginas | 2015

3

Design

História 3

16

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NO SEGUNDO VOLUME DA TRILOGIA SURRENDER, MAYA BANKS ULTRAPASSA OS LIMITES DO DESEJO.

Maya Banks, a autora de romances eróticos best-seller do The New York Times, está acostumada a romper barreiras. Com a trilogia Breathless (Obsessão, Delírio e Fogo), ela testou os limites do desejo ao contar a história de três amigos e suas relações amorosas um tanto picantes.

Agora, com a trilogia Surrender, Maya quer ultrapassá-los. Em Submissão, segundo livro da série, ela nos conta a história de Kylie, uma mulher assombrada pelas lembranças tortuosas do passado, explorando ao lado de Jensen, um homem dominador, as possibilidades de um recomeço como ela nunca poderia imaginar.

Os fãs de romances eróticos vão adorar a sequência do livro Rendição. E aqueles que ainda não conhecem os encantos da escrita de Maya Banks nunca mais vão abandoná-la.

Design

Mais um livro digital, portanto, sem avaliação de design.


História

Sabem aquela minha reclamação do livro anterior, sobre “onde esta Maya Banks” na trilogia Surrender? Bem, ela continua em Submissão. Reencontrei algumas das coisas que me incomodaram no primeiro volume da série, principalmente a questão de repetição de conceito que foi apresentado há duas páginas! Você já me disse que a personagem é triste e solitária, não precisa falar isso de novo e de novo e de novo…

Diferente de outros livros que li da autora, fiquei com a sensação de que em Submissão o foco foi muito mais nos dramas pessoais do casal “da vez” do que no relacionamento sexual propriamente dito. E apesar de eu ter gostado do desenvolvimento dos personagens, acho que me frustrei um pouco com essa falta de cenas sensuais. Dá até para contar, foram três. =/

O livro quase continua de onde Rendição parou, só que Submissão agora segue a história de Kylie (a cunhada de Joss) e Jensen (o novo sócio de Dash). A moça ainda não conseguiu superar o luto e a perda de seu irmão, e por isso é uma jovem amarga, meio agressiva e com valores muito arraigados por causa de seu passado traumático. Apesar de ser amiga de Joss e Chessy, duas adeptas da submissão, Joss não curte essas coisas, principalmente por ter sido abandonada pela mãe e abusada na infância pelo pai alcoólatra.

Jensen, assim como Dash e Tate (o marido de Chessy), é um dominador ativo, e começa a “perturbar” Kylie depois de enxergar na moça sua “nova conquista”. Ok que estou sendo bem simplória na descrição, mas no começo, Kylie não quer nada com Jensen e mesmo assim ele vem com uma pegada passiva-agressiva para cima da moça do tipo “sempre tenho o que quero”, “você ainda vai ser minha”, e coisas do gênero. Acho que esses homens “dominadores” não conseguem entender quando as mulheres dizem não. >:(

Lá pelas tantas, a autora muda a perspectiva de Kylie, já que Jensen dá maior espaço e oportunidade para que ela cresça na empresa. Então, “ahhh, agora eu estou apaixonada por você”. <suspiro> Isso me incomodou um pouco, tanto o fato da insistência e de Jensen não respeitar o espaço da Kylie, quanto a mudança “repentina” nos sentimentos da jovem.

Tudo bem que ele acaba sendo um personagem interessante por ter um passado triste e de abuso, assim como Kylie, apesar de isso não ser motivo para relevar o comportamento inicial dele. Então os dois precisam evoluir juntos para conseguirem construir confiança, criarem um relacionamento e se tornarem um casal. E Jensen, aparentemente abre mão de muitas coisas importantes e que formam a sua personalidade para fazer com que Kylie se sinta segura e confortável com ele. Isso é legal e positivo. Mas as cenas dos dois juntos são um pouco fracas, por ter toda uma questão de trauma e enfrentamento de “demônios pessoais”. Além de toda a questão da “vergonha alheia” presente em praticamente todos os livros da Maya. :P

O bom de ler um livro da autora é que ela faz questão de sempre alternar os PoVs entre Kylie e Jensen. Isso cria uma dinâmica gostosa na história, dando a possibilidade do leitor acompanhar os dois lados do relacionamento e o que passa na cabeça dos dois personagens. Apesar de Kylie ser insegura, por causa de todo o seu passado traumático, a voz da personagem não é insuportável, e quando é Jensen que conta, ele não é um babaca machista completo como se mostra no início e está sim preocupado com o bem estar da Kylie. Talvez exista aqui um pouco da “Cultura do Estupro”, e seja meu lado “conformista” falando, mas não quero entrar no mérito de avaliar essa situação dentro do livro neste momento.

Assim, pode ser que a gente não perceba ou não esteja preocupada com esse tipo de comportamento durante a leitura. Afinal estamos procurando por entretenimento despretensioso, e não uma tese de doutorado. Queremos passar algumas horas acompanhando o desenvolvimento de um romance e se tiver uns tchanãnãs, mais legal ainda. Mas alguns livros voltados para o público feminino mais adulto tem ali no meio da história, às vezes dechavado, às vezes quase explícito, essa tendência social conhecida como Cultura do Estupro. O Buzzfeed tem um bom texto (em inglês) sobre o que ela é, e eu tenho ficado mais alerta para esse comportamento nos livros, apesar de isso não me impedir de gostar das histórias (paradoxo da vida =/). Eu tenho vontade de falar sobre o assunto, mas como é uma questão delicada e eu não me sinto embasada ou preparada o suficiente para criticar ou concordar com nada, vou guardar para uma próxima oportunidade. ^.~

Se você quiser saber mais sobre o assunto, além do link do Buzzfeed, o blog Chimeriane, da Neo, traz em suas resenhas sempre ótimos comentários e avaliações sobre questões relacionadas com o feminismo e os padrões culturais que temos na nossa sociedade.

Voltando ao livro,  achei que a história teve um clímax muito forçado, com um plot twist previsível e desnecessário. Os dois personagens vem em uma evolução e quebra de barreiras e de dificuldades, e a autora não precisava ter colocado motivos forçados para criar tensão para o casal. A história dos dois sozinhos já é tensa e triste o suficiente para eles ainda terem que superar mais um problema…

Apesar de ser bem menos hot, eu gostei mais de Kylie/Jensen do que de Joss/Dash, muito provavelmente por não conter tanto a questão de submissão/dominação. Às vezes eu acho o assunto e a abordagem um pouco pesados, apesar de saber que é uma das especialidades da Maya Banks. Agora só falta a história de Chessy/Tate, que provavelmente vai ser de reavivar as “chamas da paixão” de um relacionamento degastado pelo tempo.

Para finalizar, tenho um comentário sobre o título do livro. Não sei bem de onde veio Submissão. O título original é Giving in, e para mim faria muito mais sentido que esse livro, e não o primeiro, se chamasse Rendição. ¯\_(ツ)_/¯


Até a próxima! o/

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