mindfulness: o livro de colorir
bestseller
série ---
112 páginas | 2015
Este livro lindamente ilustrado está repleto de cenas belíssimas e padrões intrincados e sofisticados que o convidam a meditar sobre uma obra de arte enquanto serenamente preenche as páginas com cores. Basta tirar alguns minutos do dia — onde quer que se esteja — e colorir com paz e tranquilidade. Com este livro, o leitor acabará com a ansiedade e o estresse através do simples ato de colorir.
Design
Queria ter dado uma nota maior para o projeto gráfico de Mindfulness. =/ O problema aqui foi basicamente o formato do livro e provavelmente o tipo de lombada/tipo de colagem/quantidade de folhas.
Acredito que eu precisava de um livro de dimensões maiores. Se eu quero colorir alguma coisa, prefiro que a ilustração tenha uma ocupação grande, uma folha com área larga que me permita bastante liberdade. Não foi bem o que encontrei em Mindfulness. O livro tem 14cm x 20,5cm, o que é relativamente pequeno para um livro interativo e cheio de ilustrações de páginas duplas. E são exatamente elas que sofrem com a lombada do livro.
A grande maioria dos livros comercializados tem a chamada “lombada quadrada”, que é formada pela sobreposição dos cadernos impressos e depois colados entre si e na capa propriamente dita. Alguns livros você consegue identificar nitidamente os bloquinhos de cada caderno, mas aqui em Mindfulness eu tive a impressão que essa dobra foi refilada (cortada) antes de colarem as páginas. Não sei se isso foi a causa do meu desconforto com o livro, mas é uma dificuldade absurda para conseguir “arregaçar” o livro nas páginas e acessar o meio para pintar.
Nesses livros interativos obviamente não tem como você se preocupar com a conservação das lombadas, mas aqui eu acho que ela fica ainda mais machucada porque as páginas não se deslocam facilmente. Isso prejudicou um pouco minha experiência porque eu tinha que fazer um certo malabarismo para acessar o meio da ilustração e acabei ficando com algumas áreas inatingíveis pelas cores.
Fora isso, apesar da quantidade de ilustrações, são 112 páginas para você colorir, existem muitos desenhos abstratos e eu particularmente gosto mais quando eles tem um sentido ou um tema. Por mais que minha primeira “pintura” tenham sido os cubinhos em tons de cinza, um desenho extremamente abstrato, foi mais uma maneira de relembrar os tempos de faculdade e Meios e Métodos de Representação. Acho que funciona melhor trabalhar a escala de cinza em um desenho abstrato do que em um representativo de florais, por exemplo.
História
Os livros de colorir antiestresse chegaram para ficar. Jardim Secreto descobriu um nicho que até algum tempo ninguém sabia que existia e agora está carente de atenção. Os adultos (e também os mais jovens) que têm um dia/uma vida estressado e que precisam de um passatempo relaxante para centrar e descansar.
Início do meu processo de colorir uma das páginas do livro, usando somente lápis-grafite, esfuminho e limpa-tipos. Marcando as áreas de luz/sombra ainda sem me preocupar com a volumetria dos quadradinhos.
Misturando a tendência de terapia antiestresse e a moda do mindfulness (atenção plena), a BestSeller trouxe sua aposta em livros de colorir com Mindfulness: o livro de colorir. Na mesma linha também tem o lançamento Mindfulness: o diário, mas a proposta dele é diferente.
Em Mindfulness: o livro de colorir encontramos 112 páginas de ilustrações de tipos variados e estilos completamente diferentes entre si. Desde linhas paralelas que cruzam as páginas, à folhagens e florais, e inclusive um barquinho navegando em um mar revolto. A proposta do livro é ajudar o “colorista” a atingir um estado de mindfulness, de completa atenção àquilo que você está se dedicando a fazer naquele momento. Você se desapega das distrações, sejam quais forem, e foca completamente na atividade que você se propôs a fazer: colorir uma página do livro.
Sempre achei que tinha certa facilidade em atingir um estado de foco quando me dedicava a uma tarefa de que gosto, e percebi com essa onda de livros de colorir que pintar os desenhos dos outros me ajuda a chegar nesse nível de concentração. Para mim que sempre me estressei com o resultado das minhas próprias ilustrações, não ter esse crivo de auto-recriminação pela qualidade do desenho e poder simplesmente colorir a arte de outra pessoa, realmente me permite esquecer e apagar as coisas que estão em volta. Chego até a ficar meio surda em momentos de muita concentração. O.o
Com praticamente toda a área que eu iria interferir no desenho já marcada, era hora de começar a trabalhar a luz e sombra com maior cuidado, para fazer os quadradinhos virarem cubinhos.
Invariavelmente vou precisar fazer uma comparação com Jardim Secreto, que foi minha primeira experiência com esses livros de colorir. As ilustrações de Mindfulness, apesar de interessantes e instigantes (quando falamos das mais abstratas) são em um estilo completamente diferente de Johanna Basford. Emma Farrarons vai para uma pegada muito mais livre e descompromissada de ilustrações, com bem menos detalhes e um maior foco na repetição, seja de temas seja de estilo/traço.
Minha “pintura” finalizada, com toda a aplicação de luz e sombra. Vocês conseguem ver os cubinhos se sobrepondo? ^.^
Particularmente eu prefiro o traço de Johanna, porque achei mais limpo e leve, quase não interferindo no resultado final da pintura. Já as páginas de Emma, tem um traço muito presente e que competem com a sua interação na ilustração, e isso pode frustrar um pouco alguns “coloristas”.
Como comentei na parte de design, acho que eu teria tido uma experiência mais completa e agradável se eu tivesse conseguido “arregaçar” o livro mais natural e confortavelmente. Cheguei ao ponto de virar o livro ao contrário para tentar separar ao máximo as páginas duplas que decidi pintar, mas não deu muito jeito. =/
Experimentando com giz de pastel seco em uma página dupla. Conseguem perceber como não rolou de abrir o livro adequadamente? Ali no miolinho tem uma área bem marcante de papel branco onde não consegui colocar o pigmento do pastel.
De qualquer forma, se você gostou da nova tendência e quer mais opções de livros de colorir, #fikdik de Mindfulness. Por mais que eu possa não ter ficado tão feliz durante o processo, consegui relaxar pintando os desenhos e o resultado final sempre me surpreende e agrada. ^.^
Até a próxima! o/
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1 comentário
Eu gosto de colorir, mas vamos dizer que meu processo de pintura de mais “infantil”: não faço a menor ideia de como preparar efeitos como os que você fez com os cubinhos xD
Me lembro da minha infância, acompanhada dos Almanaques da Turma da Mônica… Colorir era minha grande diversão xD