percy jackson e os deuses gregos
intrínseca
série percy jackson companions books
336 páginas | 2015
Alguém poderia contar as histórias de origem dos deuses do Olimpo melhor do que um semideus dos tempos modernos? Percy Jackson oferece uma visão privilegiada com abundância de tudo nesta coleção ilustrada.
“Uma editora em Nova York me pediu para escrever o que eu sei sobre os deuses gregos, então pensei, podemos fazer isso anonimamente? Porque eu não preciso de os Olimpianos com raiva de mim novamente. Mas se isso ajuda você a conhecer os seus deuses gregos, e sobreviver a um encontro com eles, se eles nunca aparecem em seu rosto, então eu acho que escrever tudo isto será a minha boa ação da semana.”
Assim começa Os Deuses Gregos de Percy Jackson, em que o filho de Poseidon acrescenta sua própria magia – e apartes sarcásticos – para os clássicos. Ele explica como o mundo foi criado, em seguida, dá aos leitores sua opinião sobre um quem é quem dos antigos, a partir de Apollo para Zeus. Percy não se segura. “Se você gosta de filmes de terror, banhos de sangue, mentira, roubo, traição e canibalismo, então continue a ler, porque definitivamente foi uma Idade de Ouro para tudo isso.
Design e História
Lembram da resenha de O Código do Caçador de Recompensas, onde eu juntei o design e a história em uma avaliação só? Então, aqui vai ser a mesma coisa. ^.~
Percy Jackson e os Deuses Gregos foi uma impressionante surpresa para mim. Quando vi o anúncio e as primeiras imagens da capa divulgadas pela Intrínseca, achei que ele seguiria o mesmo estilo gráfico dos outros “companions books” da série lançados pela editora. Não sei se vocês já viram os livros Os Arquivos do Semideus e Os Diários do Semideus, mas os dois são menores dos que os livros da série regular e com um projeto gráfico diferenciado.
Ambos são com capa dura e com algumas páginas em papel couché, onde aparecem as ilustrações dos personagens. E era um livrinho como esses que eu estava esperando chegar aqui em casa quando solicitei como minha leitura de março. Mas bem, quando o correio entregou uma caixa de “1 tonelada” e enooorme, fiquei bastante espantada. Fiz uma comparação entre os dois livros para vocês terem uma ideia (apesar de que agora todo mundo já deve ter visto na livraria :P).
E ele é muito lindo! Com um projeto gráfico esmerado e um resultado de livro de colecionador, sabem? Capa dura com verniz localizado no nome do autor e no título; com folhas de guarda em papel que parece colorplus com ilustrações diferentes no começo e fim do livro; o miolo é todo em folhas de papel couchê dando uma cara de “livro de arte”. Lembra meus livros infantis de contos de fada e de histórias clássicas da Disney, dois quais as traças fizeram o favor de se alimentar. T^T
O livro é repleto de ilustrações, com pelo menos duas imagens em cada capítulo sendo que uma delas costuma ser de página inteira. E já que entramos na questão das ilustrações, não me odeiem, mas eu particularmente não sou muito fã da arte do John Rocco. Não sei bem o que é… talvez as mulheres que sempre parecem estranhamente jovens e insatisfeitas… ou se são os homens que parecem tios bêbados e felizes… Acho que eu preferia uma arte mais realista ou indo totalmente na contramão, completamente estilizada. Talvez se a Loish tivesse ilustrado ou a Viria eu teria ficado mais satisfeita. Mas sou só eu reclamando de coisas provavelmente irrelevantes para o público em geral. :P
Vamos ao miolo? Já falei das ilustrações, vamos ao texto que as acompanha. Costumo reclamar de fontes grandes por aí, mas aqui, levando em consideração o tamanho da página, a fonte “grande” faz todo o sentido para ajudar a ter uma melhor ocupação horizontal da mancha gráfica e não deixar o leitor se cansar com uma linha interminável (tipo essa que eu acabei de escrever XD). Além disso a entrelinha está adequadamente balanceada, ajudando a criar as áreas “brancas” necessárias para evitar uma massaroca de texto.
O cabeçalho mistura o nome do livro com o nome do capítulo, mas se não tivesse sido utilizado confesso que não reclamaria. Se você é guerreiro de andar por aí carregando este livro, tem todo o direito de não ser stalkeado por pessoas querendo saber o nome do livro. ^.^ O chato aqui foi que os números da fonte escolhida para marcar as páginas tem um 1 que é igual a um i maiúsculo, aí fica parecendo que você misturou numerais romanos e arábicos. Não é uma mistura que me agrada pessoalmente, e eu preferiria que tivessem usado outra fonte.
Minha única real decepção com o miolo, e o motivo de o livro não ganhar nota máxima, foram as molduras em volta do conteúdo em todas as páginas. Okei que em cada capítulo elas são de uma cor, mas esteticamente elas não tem nada a ver com um padrão grego, que a wikipedia me contou que se chamam Meandros. Acho que aqui se perdeu a oportunidade de criar uma identidade com a arte grega, colocando padrões reconhecidamente do estilo para fazer a moldura nas páginas. =/ Babaquice minha? Talvez. Mas que foi uma decepçãozinha, foi.
Exemplos de meandros (Smashing Cloud)
Sou apaixonada por Percy Jackson, já falei isso algumas vezes. Para mim ele tinha que ser o personagem principal de todos os livros de mitologia grega que o Rick Riordan escreveu ou for escrever na vida. A voz do personagem é altamente cativante, engraçada, sarcástica, é o estilo de narrador que eu gosto muito de acompanhar. Me despedir dele, e ainda pior, duas vezes, foi um certo sofrimento em dobro. Então, ter a oportunidade de reencontrar um dos personagens favoritos da minha vida, falando de um dos temas favoritos da minha vida… não é uma coisa que se deixe passar.
Sério! A história dos deuses gregos nunca foi tão divertida e atual. Rick Riordan faz com que Percy Jackson conte em cada capítulo do livro um trecho da mitologia grega, com sua voz irreverente e engraçadinha, fazendo piadas atuais em cima de histórias milenares.
Percy conta desde a criação do mundo, passando pela guerra dos titãs, pelo início do reinado dos deuses e finalmente, começa a contar a história dos principais olimpianos. E quem menos do que Percy seria capaz de fazer comparações do tipo “Deméter vira Grãozilla”? E dizer que as relações incestuosas dos deuses são no mínimo bizarras e merecem um grande e “todo mundo junto” ECA?! XD
Não só o surgimento dos deuses, mas os principais mitos relacionados aos 12 olimpianos ganham nova roupagem pela voz de Percy. E se você não rir alto com a forma que ele conta, com certeza vai garantir uns bons sorrisos e momentos divertidos. Sem spoilers aqui (se bem que né… mitologia grega… nada é muito mais spoiler, convenhamos) mas vocês vão poder encontrar histórias de Héstia, Deméter (x2), Hades (x2), Hera, Poseidon, Zeus, Atena, Afrodite, Ares, Hefesto, Apolo, Ártemis, Hermes e Dionísio. Ou seja, Rick Riordan cobre o panteão olímpico contando histórias dos 12 deuses principais.
E ele ainda dá um recado no final. Sim! Ele não falou de todos os trocentos deuses que existem na mitologia (se me lembro bem do meu projeto de graduação da faculdade, são mais de 240) e ainda pede para os leitores não darem ideias para outro livro… Mas, confesso, que eu seria ainda mais apaixonada pelo tema se, quando eu era pequena, tivesse lido a história dos deuses de uma forma tão divertida e descompromissada como foi em Percy Jackson e os Deuses Gregos. Só senti um pouquinho de falta de uma maior integração/crossover da história deste livro com alguns acontecimentos dos livros de Percy. Por exemplo, quando Percy fala sobre Atlas, ele comenta como a tarefa de segurar o céu é insanamente impossível, porque ele já fez isso. Mas outras passagens não são aproveitadas.
Vi outro dia uma versão paperback em inglês do mesmo livro na Cultura. Posso dizer que a gente tem um produto muito mais legal que nossos brothers. ^.~
Até a próxima! o/
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