resenha

O Dragão Renascido – Robert Jordan

23 jan 2015
Informações

O Dragão Renascido

Robert Jordan

Intrínseca

série A Roda do Tempo #3

656 páginas | 2014

4.5

Design 4.5

História 4.5

14

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As profecias do Dragão predizem que a Pedra de Tear, a lendária fortaleza, cairá quando Callandor , A Espada Que Não Pode Ser Tocada, for empunhada pelo Dragão. Será um dos sinais de que ele de fato renasceu e que a Última Batalha se aproxima. Rand alThor, recém-proclamado Dragão Renascido, ainda tem dúvidas sobre seu destino, e decide que é hora de partir sozinho em sua jornada.

Enquanto isso, Nynaeve, Egwene e Elayne seguem para Tar Valon, onde Mat precisa ser Curado ou morrerá. Entretanto, com a presença da Ajah Negra na Torre Branca, as jovens logo descobrem que suas próprias vidas correm perigo. Perrin, por sua vez, acompanha Moiraine na busca por Rand. Todos os caminhos parecem levar a Tear, onde o Dragão Renascido enfrentará um desafio que pode pôr tudo a perder.

O Dragão Renascido é o primeiro livro da série A Roda do Tempo inédito no Brasil, aguardado pelos leitores desde 2009, quando os dois volumes anteriores começaram a ser lançados no país.

Design

Mantenho minha opinião sobre toda a estrutura do livro que eu já comentei na resenha do primeiro volume aqui, mas assim como em A Grande Caçada, mantive a nota de 4.5 pelos mesmos motivos: vi alguns probleminhas de revisão que escaparam ao longo das páginas. Nada tão sério que me fizesse guardar de exemplo, mas ter notados os erros já me fez “sair do mundinho” durante a leitura.


História

Acabeeei! 656 páginas de fantasia da melhor qualidade. Tudo bem que são um pouco menos se você descontar o glossário do final, mas isso não tira o valor de que estamos em janeiro e eu acabei um livro de mais de 600 páginas. Obviamente, meus bíceps agradecem.

O Dragão Renascido continua a saga de Rand al’Thor e companhia, na busca pela profecia do dragão, na luta contra o Tenebroso, desenvolvendo os personagens, evoluindo a trama com algumas explicações que eram necessárias, mas uma coisa continua acompanhando o leitor: segredos.

Passei a leitura inteira berrando internamente “Ai, chega! Chega de segredos! Todo mundo aqui tem segredos o tempo todo. É todo mundo desconfiado da própria sombra!”. É como se todos os personagens tivessem suas agendas próprias, seus objetivos ocultos e todos os outros tivessem que desconfiar que podem ser usados nos planos “maléficos e mortais” uns dos outros. E sério, para o leitor, por mais que esse seja um dos pilares que mantém a história caminhando, é muito cansativo.

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Eu passei vários momentos do livro me perguntando o que custava o personagem perguntar alguma coisa, falar abertamente, dialogar?! É como se todos esperassem que podem “subir de nível” somente na tentativa e erro, ou por simplesmente acreditarem que são “as Aes Sedai mais capazes dos últimos mil anos”. Eu acho o máximo quando os personagens abraçam seus poderes e se lançam na busca por conhecimento, mas também acho burrice você não perguntar para alguém que já sabe fazer o que você faz.

Se alguém tem conhecimento sobre aquilo que você está se “transformando”, custa perguntar e tomar suas decisões do que fazer com a informação?! Então, O Dragão Renascido conseguiu me envolver em sua trama maravilhosa de desenvolvimento dos personagens, e ao mesmo tempo em uma frustração tremenda por não ver realmente nada acontecer para explicar muitas coisas trama.

Além disso, diferentemente dos dois volumes anteriores, Rand praticamente não aparece no livro. Fora os primeiros capítulos e o clímax final, O Dragão Renascido quase não mostra nada do dragão em si. O livro gira muito mais em volta de Perrin, que é o narrador do grupo aonde se encontram Moraine e Lan; Mat, que em dado momento fica próximo de Thom Merrilyn novamente; e as mulheres Egwene, Nynaeve e Elayne, que estão em Tar Valon, tentando aprender e se tornarem Aes Sedai.

Acho que de todos os núcleos os mais complicado é o de Perrin, porque ele tem toda a questão de seu contato com os lobos e a capacidade de frequentar uma dimensão de sonhos, e sua inabilidade de aceitar seus poderes e olhos amarelos. Por causa disso ele passa a maior parte do tempo dividido em ocultar seus novos “poderes” e em dúvida do que está realmente acontecendo com ele. Moraine e Lan também não ajudam muito, porque são os mestres em guardar segredos e só contar aquilo que os outros “precisem saber na hora que for necessário”. Aff! Pelo menos o ferreiro “gentil” finalmente tem direito a um interesse romântico na saga.

Mat é outro que me surpreendeu ao longo de seus capítulos. Primeiro porque o cara é O mestre do bastão, e não só um bocó retardado e amaldiçoado. Achei um pouco forçado na verdade, quando o autor meio que jogou do nada que ele pode ser um melhor “artista marcial” do que dois jovens príncipes estudando para serem guardiões, mas né, aceita aí. ¯\_(ツ)_/¯ Só que depois, eu ficava esperando os momentos de luta do personagem para saber como ele ia se sair com o bastão contra seus atacantes. Uma nota pessoal aqui: bastão/bo/quarterstaff é uma das armas brancas que eu acho mais impressionantes e que adoraria saber manusear.

Star Wars kid

 

Por último, Nynaeve, Egwene e Elayne são as que trazem mais informações para o leitor enquanto estão em Tar Valon, a cidade das Aes Sedai. Principalmente sobre a divisão das sete cores das Ajah dentro da ordem feminina, e o que cada uma representa. Por exemplo: a Ajah Azul de Moraine Sedai tem como princípio se envolver com causas e lutar por justiça, enquanto que a Ajah Verde, que costuma ter Aes Sedai com vários guardiões, é mais conhecida como a Ajah Guerreira, porque estão preparadas para a Batalha Final. Mas fora isso, o relacionamento das três jovens começou a me irritar.

Egwene, principalmente, foi o meu foco maior de irritação, com seu comportamento combativo e reativo a tudo que Nynaeve fazia ou falava. Não que a Sabedoria seja uma pessoa de fácil convivência, mas depois dos acontecimento de A Grande Caçada, Egwene ficou incomodada com a ideia de ainda estar “abaixo” de Nynaeve em se tratando de poderes de Aes Sedai, e de ainda ser tratada como criança pela moça mais velha. Além disso, não consigo gostar muito de Elayne, e o interesse dela em Rand me incomoda demais, talvez por eu não torcer para que role alguma coisa entre eles. Também me incomodou um pouco porque elas abraçaram a ideia que se tornar Aes Sedai significa virar “BA-BA-CA”. Em muitos momentos da história achei o comportamento das três moças insuportável e de nariz em pé. Só ficava pensando que queria entrar no livro e dar uns tapas na cara e uns sacodes nas personagens.

Mais personagens são incluídos na trama, novos locais também. Isso faz com que o autor tenha que “perder um certo tempo” contextualizando os novos locais por onde os personagem passam, assim como todos os coadjuvantes que cruzam o caminho dos três núcleos.

A história parece se desenvolver relativamente devagar ao longo das 650+ páginas, principalmente porque precisa saltar de um núcleo para o outro com certa frequência, e confesso que comecei a me preocupar que Robert Jordan não fosse terminar o plot no mesmo livro. Vi as últimas 100 páginas se aproximando, nenhum tipo de resolução e o pânico de ter que esperar um próximo livro veio com tudo. Isso fez com que o clímax final fosse bem corrido, apesar de bem resolvido, mas como ainda temos 10 livros pela frente, muitas coisas ficam em aberto. Outra coisa também é que a noção de tempo em O Dragão Renascido fica um pouco em segundo plano. Não consegui mensurar quantos dias/semanas/meses realmente se passaram entre o começo e o fim da história.

Depois dessas três chaprocas lidas (que totalizam 2160 páginas) já posso começar a nomear meus personagens favoritos na trama: Perrin, Nynaeve e Lan (que eu totalmente torço para ficarem juntos <3). Vamos ver o que os próximos volumes vão trazer para a vida de todos.


Outras resenhas da série


 

Até a próxima! o/

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