manhã de núpcias
arqueiro
série os hathaways #4
272 páginas | 2014
Quando herdou o título de lorde Ramsay, Leo Hathaway e sua família passavam por um dos momentos mais difíceis de sua vida. Mas agora as coisas vão bem. Três de suas quatro irmãs já estão casadas, uma preocupação que Leo nunca teve consigo mesmo. Solteiro inveterado, ele tem uma certeza na vida: nunca se casará.
Mas então a família recebe uma carta que pode pôr tudo isso em risco: se Leo não arrumar uma esposa e gerar um herdeiro dentro de um ano, ele perderá o título e a propriedade onde todos vivem.
Solteira e sem pretendentes, a governanta Catherine Marks talvez seja a única salvação da família que a acolheu com tanto carinho. O único problema é que Leo não compartilha do mesmo afeto que suas irmãs têm pela moça.
Para ele, Catherine é uma megerazinha cheia de opinião que fala demais. Apesar de irritá-lo e quase o levar à loucura, ela é a primeira – e única – mulher com quem ele considera se casar.
Catherine, por sua vez, tem uma opinião igualmente negativa a respeito do patrão. Além disso, ela esconde alguns segredos do passado e um deles pode destruir a vida que tão cuidadosamente construiu para si.
Agora Leo e Catherine precisam um do outro, mas para vencer as dificuldades e consertar as coisas eles terão que superar as turras e as diferenças, num romance intenso e sensual que só Lisa Kleypas poderia ter escrito.
Design
Eu gosto muito de toda a temática, conceito e paleta cromática criado para a série de capas de Os Hathaway. Apesar de as mulheres que aparecem nas imagens sempre estarem com os rostos cortados, escondidos ou ainda elas estarem de costas ou em alguma posição submissa. Tudo bem, faz parte do contexto do romance de época. Além disso, essa capa mais do que as anteriores, é bastante sensual com a moça de vestido aberto sobre lençóis de seda. Tudo bem que eu acho que esse vestido é muito moderno para um romance do século 19, mas a gente releva. Gosto da fonte romana parecendo a Trajan em VERSALETE no título e nome da autora, que tem um tico mais de peso na hierarquia da capa. E gosto também que o nome da série esteja numa fonte mais cursiva e romântica.
O único problema da capa foi a resolução da imagem. Fiquei com a impressão que pegaram uma foto em baixa resolução e deram uma esticada forçada para caber nas dimensões da capa. Isso explicaria o aspecto borrado e sem definição que tem a imagem da moça. Na quarta-capa, o projeto tem uma imagem de tecido da mesma cor da capa, criando um prolongamento legal do conceito iniciado. Acho ótimo que tenham os outros livros da série no “rodapé” da quarta-capa, mas o projeto gráfico ficou me devendo uma numeração na lombada. Minha estante não vai saber qual é a ordem correta dos livros na hora de arrumar.
Não tenho muito o que falar do miolo, já que ele é o projeto básico que a Arqueiro costuma usar em todos os seus livros. Mancha agradável, fonte relativamente grande mas muito legível, nenhuma inovação nas aberturas de capítulo e falta o cabeçalho autor/título do livro.
História
Acho que consigo contar nos dedos de uma mão a quantidade de romances de época que já li. Não sei bem o que é, mas acho que tenho um pouco de preconceito com as histórias porque 1) não lembro quase nada de História para colocar uma certa realidade no que está sendo contado; 2) se já é difícil engolir alguns romances contemporâneos, é ainda mais difícil de aceitar algumas situações tantos anos atrás.
Com essas minhas afirmativas pode ficar parecendo que eu não gostei do livro, mas não é bem assim. Como entretenimento eu adorei! Vou contar para vocês e tal, mas ao mesmo tempo eu fiquei com aquela sensação de “tem alguma coisa estranha” quando terminei de ler.
Manhã de Núpcias é o quarto livro da série da família Hathaway, que obviamente, tem pelo menos quatro membros. Na verdade são cinco porque sai agora em fevereiro o último livro, então são quatro irmãs e um irmão. Leo é o protagonista neste volume, e se você está preocupado(a) se dá para entender a história caindo de paraquedas, assim como eu fiz, eu lhe digo: pode ficar tranquilo que a narrativa é meio que autosuficiente. E ao mesmo tempo consegue convencer o leitor a se interessar pelos outros volumes que você ainda não leu.
O livro se estrutura no tipo de romance baseado em um relacionamento de amor/ódio entre um homem e uma mulher. Já ouviu alguém falando que se fulano te “maltrata” é porque gosta de você? Pois então, esse é o relacionamento entre Leo, lorde Ramsay, e Cath, a governanta da família. Falar governanta faz parecer que ela é uma senhora, mas apesar de ser uma solteirona para a época, Catherine ainda está nos 20 e poucos. Ela e Leo vivem discutindo “saudavelmente”, implicando um com o outro, e isso desperta o interesse do rapaz, porque Cath é um desafio, intelectualmente falando, e também um mistério.
A moça que está com os Hathaways há pelo menos quatro anos, possuiu segredos que Leo precisa desvendar e Cath vai fazer o possível para que ele não descubra nada. Só que a partir do momento que Leo precisa encontrar uma esposa e gerar um herdeiro para poder manter a mansão Ramsay, ele percebe que Cath pode ser a melhor (e única) opção para o seu coração.
Fiquei receosa de que a narrativa pudesse ter uma pegada meio lenta, mas achei o ritmo que a história acontece, a evolução do relacionamento e interesse do casal, os percalços por que passam para identificar seus próprios sentimentos é bem gostoso de acompanhar. E quando pensei que o livro ia ser somente sensual, Lisa Kleypas passa para cenas bem construídas e descritivas entre Leo e Cath.
Então, bem, o livro é muito gostoso de ler, tem ótimos diálogos entre Leo e Cath, que são personagens bem construídos, tem cenas hots bem descritas, e um bom resultado final. Mas apesar de ter curtido bastante, eu fiquei com uma minhoca na cabeça me incomodando um pouco.
Primeiro quero dizer que não sei nada de História para embasar minhas impressões, são totalmente minhas e eu posso estar escrevendo um bando de besteiras, mas né… O livro se passa no século 19 e nessa época foi quando teve início um princípio de movimento feminista, que buscava reinvidicar direitos iguais e uma valorização do papel da mulher. Somente hoje em dia a mulher tem mais espaço e voz ativa na sociedade (não que ele seja respeitado, ou a voz seja ouvida =/), tem consciência de seu valor, além de consciência de seu corpo e possibilidade de alcançar seus desejos. Mas o que eu quero comentar é a sensação de amor e romance contemporâneo emulado em um romance de época.
Não estou dizendo que não era possível o tipo de relacionamento que Leo e Cath tem, principalmente embaixo dos lençóis, mas fiquei com impressão que era uma visão atual, de um desejo feminino de relacionamento contemporâneo, envelopado em saias, anquinhas, bailes e cavalheiros. Explicando ainda mais, acho difícil de acreditar no nível de atenção e dedicação que Leo demonstra por Cath durante a história, principalmente quando ele coloca o prazer e as decisões dela à frente das suas. Se já é difícil de acreditar em uma história contemporânea construída com um personagem masculino desse jeito, imagina em uma de séculos passados (Outlander, estou olhando para você!)? =/
Fora minhas caraminholas sem sentido, Leo para mim foi durante o livro inteiro Ian Sommerhalder. Tudo bem que Ian também é o Christian Grey perfeito, mas duvido que ele se importe em fazer mais de um papel na minha cabeça! XD
Até a próxima! o/
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