a caminho do verão
id
série ---
416 páginas | 2011
Auden resolve passar as férias de verão em Colby, uma minúscula cidade do litoral, com o pai, sua nova esposa e Thisbe, a filha do casal e sua mais nova irmãzinha. Lá, ela revê seus conceitos em relação à madrasta, encara um emprego de férias em uma boutique totalmente demais e conhece Eli, um garoto misterioso com o qual embarca em uma busca: experimentar uma adolescência sem preocupações que lhe foi negada enquanto ele procura se recuperar de um acontecimento trágico. Junte dois solitários, uma bicicleta, um estoque infindável de madrugadas com insônia, tortas e café e… tudo pode acontecer.
Design
Uma das coisas que eu mais gostei na capa de A Caminho do Verão foi o quão feminina ela ficou. O padrão cromático, a lombada e quarta capa com cara e cor de “cupcake”, a chapada roxa na parte interna da capa… tudo isso tem a ver com o público-alvo do livro. Mas confesso que achei a escolha de fontes e posicionamento do título um pouco fracos.
O nome da autora parece ter sido escrito com helvética (a irmã rica da arial), e o título é uma mistura de fonte cursiva e sans-serif, mas que como resultado final só conseguiu me fazer ler “Acaminho” ao invés de “A Caminho”. Na minha opinião, o projeto podia ter abraçado toda essa questão mais modernosa das fontes sans-serif e construir uma área de titulagem mais interessante. Agora, a lombada e a quarta-capa são deliciosas com um fundo chapado de rosa e bolinhas em um ton sur ton. Só não entendi porque o box do código de barra/isbn está na vertical, não existe nenhum motivo para ele ter sido colocado virado… =/
Verdade seja dita, a iD sempre se esforça em seus miolos. Algumas vezes não dá certo, outras dá. Aqui foi um “quase lá”. Assim, a ocupação da mancha é boa, mas ficou mal balanceada na altura total porque “esbarra” no cabeçalho e rodapé, e a fonte é muito grande e um pouco pesada no projeto. O livro tem cabeçalho/rodapé, mas o primeiro replica o título que eu já falei do problema de legibilidade, e o segundo tem uma fonte muito grande para o número de páginas. O que eu gostei foi das aberturas de capítulo relativamente simples, com o número por extenso e as duas primeiras palavras do parágrafo em sans-serif e CAIXA ALTA. Então, no geral ficou bom, mas ainda faltou um pouco para uma nota máxima.
História
Sempre tive curiosidade em ler Sarah Dessen por causa da boa divulgação que a Garota It fez/faz da autora. Então, quando fui selecionar um dos livros lançados pela iD só fiz um levantamento prévio no Goodreads do que tinha as melhores notas. Já que eu não conhecia nada da autora, melhor começar pelo que a maioria deu nota mais alta, né?
A Caminho do Verão é uma história de auto-avaliação e amadurecimento. Passei uma boa parte da história esperando pelo momento que Auden fosse bater de frente com seus problemas, entenda-se seus pais, mas isso praticamente não aconteceu.
Passei grande parte das 416 páginas odiando os pais de Auden. Extremamente autocentrados e egoístas, deixaram a garota tão traumatizada e complexada que ela não consegue dormir à noite e se refugia nos livros e estudos para fugir de ter relacionamentos reais com pessoas de verdade.
A mãe de Auden a cobra de uma forma surreal e nada do que ela faça é bom o suficiente, sendo que a mãe tem sempre que ficar com a última palavra. Em tudo! Já o pai, que saiu de casa quando Auden era mais jovem, é tão invejoso e ba-ba-ca que só tende a repetir os mesmos erros o tempo todo.
De certa forma, são duas crianças grandes tentando brincar de adultos, competindo para ver “quem mija mais longe”. E entre essa batalha de egos, Auden cresceu muito “adulta” e completamente sozinha.
Quando ela percebe o quanto seu irmão mais velho tem um espírito livre e despreocupado, ela decide experimentar essa liberdade no seu último verão antes de entrar na faculdade. Auden vai para Colby, a cidade litorânea onde seu pai mora com a nova esposa, e também com a nova irmã, uma neném recém-nascida.
É na cidade “pequena” que Auden vai ter a oportunidade de passar por vários marcos que ela não experimentou na infância/adolescência e enfrentar mudanças, algumas radicais, na forma como levava a vida.
O chato disso tudo é que achei que a autora não desenvolve bem o romance de Auden, não consegui perceber a construção e amadurecimento do interesse dela por Eli, e vice versa.
Outra coisa que me irritou foram as descobertas de Auden em relação a imaturidade de seus pais, dos erros que cometeram, e que ela, mesmo identificando os problemas, corre para fazer as mesmas coisas. Para tomar as mesmas decisões erradas, para escolher tudo que não deve. Isso é extremamente frustrante em uma história que deveria ser sobre mudanças, descobrimentos, melhoria e redenção.
Depressivo, triste e com um romance fraco, talvez não tenha sido a melhor escolha para começar a ler Sarah Dessen.
Até a próxima! o/
Descubra mais sobre Parafraseando Livros
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Nenhum comentário