bate papo

Semana Fantástica iD – Subgêneros de Fantasia

31 out 2014

Semana Fantástica iD

Olá Pessoas! Estão acompanhando a semana sobre Fantasia aqui no blog? Já coloquei no ar um post abrangente sobre o que é Fantasia, duas resenhas de livros do gênero lançados pela iD, e hoje vocês vão conhecer um pouco sobre os subgêneros do estilo.

Não consegui encontrar nas interwebs um consenso sobre quais são os subgêneros de Fantasia que existem no mercado literário. Não achei um artigo da Universidade de Massaxucitz oficializando a listagem dos tipos possíveis de narrativas dentro do gênero de Fantasia. Até é compreensível, visto que a literatura é um “organismo” vivo e pode mudar e evoluir o tempo todo.

Então, vou criar uma sugestão não-oficial de subgêneros a partir da pesquisa que fiz no Oráculo, mantendo os termos em inglês para não correr o risco de fazer uma tradução/adaptação chumbrega, ok? Além disso, sempre que o estilo possuir livros publicados no Brasil vou colocá-los como exemplos para facilitar o entendimento.

Vem comigo! o/


Uma das fontes que encontrei divide a Fantasia em dois pilares: a High Fantasy e a Low Fantasy. Dentro deles se encaixariam todos os outros subgêneros mais conhecidos. Mas as outras colocavam todos os estilos no mesmo patamar, então vou seguir nessa linha de raciocínio. (os subgêneros estão em ordem alfabética)

Alternate World: envolvem mundos diferentes escondidos dentro ou em paralelo ao nosso. Antigamente, quando o planeta ainda não era totalmente mapeado, era possível encontrar histórias de terras misteriosas como no livro de Johnathan Swift, As Viagens de Gulliver. Depois, quando já tínhamos uma ideia mais concreta dos continentes, Lewis Carroll criou um mundo dentro de um espelho em Alice Através do Espelho.

Arhurian: são histórias contadas no mundo do Rei Artur, na lendária Camelot. Exemplos famosos são A Espada na Pedra, de T.H. White, e a saga As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley.

Bangsian: é relativa principalmente a um autor do século 19, John Bangs, e lida basicamente com histórias sobre o além-vida.

Celtic: é criada a partir do vasto conhecimento dos celtas, vindos principalmente, mas não somente, da Irlanda.

Christian: costuma ser um subgênero mais raro, em parte porque muitos “crentes” oficialmente intimidam toda a questão da fantasia, assim como os especialistas do gênero também o evitam. Muitas novelas de C.S. Lewis poderiam entrar nesta classificação.

Comedic: é um subgênero relacionado ao humou e/ou à sátira. Os livros de Terry Pratchett da série Discworld são um bom exemplo.

Contemporary: aqui as criaturas mágicas estão escondidas entre nós. Essas histórias são desenvolvidas nos tempos atuais, com situações estranhamente familiares. Os livros de Neil Gaiman, Deuses Americanos e Lugar Nenhum dão uma ideia do que é Contemporary Fantasy.

Court Intrigue: é um subgênero definido pelas histórias que acontecem em castelos da realeza, com algum viés histórico (mas com magia), ou em algum mundo alternativo. A série de George R.R. Martin, As Crônicas de Gelo e Fogo, é um bom exemplo do estilo.

Dark: suas histórias costumam se interligar e sobrepor com horror ou até mesmo com uma atmosfera mais gótica.

Dying Earth: é um pouco literal, e as histórias se desenvolvem no cenário do fim/destruição do planeta. Normalmente a humanidade é cercada por tédio e certa descrença, enquanto o mundo se desfaz. Apesar de a narrativa de George R.R. Martin em A Morte da Luz não se passar necessariamente na Terra, ela aborda o tema do fim de um planeta.

Erotic: como o nome diz, os livros contém um forte elemento sexual. Apesar de a série Trilogia das Jóias Negras, de Anne Bishop, ter uma forte aproximação com o estilo Dark, ela também poderia entrar nesta categoria.

Heroic: é centrada em um herói conquistador, ou um “bando” de heróis; ainda que eventualmente o esteriótipo do gênero heróico seja desenvolvido com vilões perdoáveis e protagonistas falhos.

High ou Epic: é considerada por muito leitores o coração e a essência do gênero de Fantasia. Mundos inteiros são criados, com longas histórias e estilos de vidas vívidos, além de uma longa lista de personagens. O Senhor do Anéis, obra máxima de Tolkien, domina completamente este subgênero. Outro bom exemplo é a série A Roda do Tempo, de Robert Jordan.

Historical Fantasy: é a resposta do gênero para a ficção histórica. Um período específico da história da Terra se torna o cenário, mas com elementos fantásticos misturados. Um bom exemplo é a série de Guy Gavriel Kay, Tigana.

Historical High Fantasy: é uma variação do subgênero Historical, em que as histórias são vastas e tão detalhadas que se assemelham à High Fantasy.

Juvenile: é uma categoria abrangente, que se sobrepõem com os gêneros Infantil e Young Adult, em que as histórias são escritas para uma audiência mais jovem. O Hobbit, de Tolkien, e O Mágico de Oz de L. Frank Baum são exemplos perfeitos.

Low Fantasy: também é uma categoria abrangente e descritiva. Suas histórias são escritas sem as paisagens arrebatadoras e o heroísmo mais sério em uma clara oposição, talvez não necessariamente consciente, do subgênero High Fantasy. Alguns ligam o estilo ao subgênero Sword & Sorcery. Em outra definição, Low Fantasy é visto como histórias que se passam em um cenário mais comum, com menos magia. 

Medieval: é definida por seu nome, e é um subgênero em que as histórias são desenvolvidas neste período, entre o “arcaico” ou o mundo Arturiano e  a era industrial moderna. Elas são repletas de cavaleiros e patifes, normalmente junto com feiticeiros e dragões. Muitos dos subgêneros de Fantasia, ambientados na Terra ou em qualquer outro mundo, possuem uma sensação “pseudomedieval”, com a descrição do cenário ou das vestimentas.

Mythic: é uma vasta categoria. Em geral as histórias são desenvolvidas em “nossa” Terra e incorporadas com mitos existentes. Os Filhos de Anansi, de Neil Gaiman, e toda a série de Percy Jackson, de Rick Riordan são ótimos exemplos deste estilo.

Quest: envolvem somente a realização de uma missão. É uma categoria descritiva, em que o protagonista está envolvido em alguma missão perigosa e envolvente. O livro A Primeira Regra do Mago, de Terry Goodkind é um bom exemplo desse tipo de subgênero. 

Romantic: é a incorporação dos temas que normalmente envolvem os gêneros Fantasia e Romance, normalmente são comercializados como “romance paranormal”.

Science Fantasy: é um subgênero onde a alta tecnologia costuma se sobrepor ou coincidir com elementes comuns à fantasia tradicional. A série Darkover, de Marion Zimmer Bradley é um exemplo <3 (sou apaixonada por essa série e sofro constantemente porque a Imago nunca terminou de publicar os livros da autora aqui…).

Steampunk: assim como o Science Fantasy, é um estilo que incorpora elementos tecnológicos com fantasia. A questão aqui é que a tecnologia é normalmente movida a vapor e pode ser capaz de feitos fantásticos, quase mágicos. O livro A Corte do Ar, de Stephen Hunt, é um exemplo icônico. Alma?, de Gail Carriger, também possui elementos steampunks na história.

Superhero: seja em filmes, quadrinhos ou em livros, personagens como Superman e Thor são familiares para muitos leitores. Alguns autores costumam criar seus próprios super-heróis, incorporando esteriótipos conhecidos. Os protagonistas podem receber suas habilidades especiais de magia, tecnologia ou qualquer outro artifício, e usualmente eles excedem qualquer coisa que a ciência acha plausível.

Sword & Sorcery: as histórias são incorporam o aspecto de ação ininterrupta relacionado com a fantasia, com “poderosos bárbaros” atravessando um campo sangrento em seus mundos “pseudomedievais”. Os livros de Robert E. Howard que contam as histórias de Conan são, talvez, os tomos fundadores do gênero.

Urban Fantasy: essas histórias são ambientados em um cenário moderno e urbano. Lobisomens vivem em estações abandonadas do metrô, ou fadas se escondem em pequenos espaços nos domitórios dos campus de faculdade. Os livros da série Sookie Stackhouse, de Charlaine Harris, são bons exemplos do estilo.

Vampire: originalmente este subgênero pertencia a categoria de horror, e muitos livros ainda se encaixam lá. Entretanto, muito livros recentes foram sobrepostos com os gêneros Romance e Young Adult, e suas histórias talvez se encaixem melhor na “seção” de Fantasia. Em geral, cada autor cria suas regras sobre o estilo de vida dos vampiros, suas habilidades e fraquezas. Exemplos icônicos do gênero são os livros Drácula, de Bram Stoker, e O Vampiro Lestat, de Anne Rice.


Ufa! Eu imaginava que existiam muitas classificações, mas não fazia ideia do volume real de possibilidades! O.O

Já pararam para pensar em qual dos subgêneros seus livros favoritos se enquadram? ^.~

Até a próxima! o/

fontes: Fantasy Subgenres, Wikipedia, Best Fantasy Books, Fantasy Fiction (1, 2), Book Country


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1 comentário

  • Responder Literatura de Fantasia – você realmente sabe o que é? – Projeto Leitura e Café 11 out 2019 at 14:58

    […] Semana Fantástica iD: Subgêneros de Fantasia – Samara Maina do Parafraseando Livros […]

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