A Grande Caçada
intrínseca
série A Roda do Tempo #2
704 páginas | 2014
Seguindo os eventos de O Olho do Mundo, o protagonista Rand al’Thor e seus companheiros, Mat e Perrin, partem em busca da Trombeta de Valere. Segundo lendas, o artefato tem o poder de reviver heróis, e eles podem ser de grande ajuda no combate às forças da Sombra. No entanto, há algo que Rand teme ainda mais do que a Sombra: ele sabe que está condenado à loucura e à morte e se pergunta se conseguirá ajudar seus amigos antes que isso aconteça ou se será ele próprio o responsável por destruí-los.Ao mesmo tempo, Egwene e Nynaeve treinam para fazer parte da ordem de mulheres que podem manipular o poder que gira a Roda do Tempo, conhecidas como Aes Sedai. Estão as jovens destinadas a se tornarem inimigas de Rand al’Thor?
design
Mantenho minha opinião sobre toda a estrutura do livro que eu já comentei na resenha do primeiro volume aqui, mas vocês podem perceber que diminuí a nota do segundo.
Vi muitos erros de revisão. Preposições erradas, duplicadas, nomes e substantivos escritos errados também. Por exemplo, em um momento do livro eles estão falando de mascates, aqueles comerciantes que iam de cidade em cidade. Na mesma página a palavra aparece como “mascote” e “mascate”. u.u
De todos os livros que já li da Intrínseca foi o que mais me surpreendeu com a quantidade de erros, e fiquei um tanto quanto chocada, uma vez que é bem raro isso acontecer com os livros da editora.
história
Melhor.série.de.fantasia.da.minha.VIDA! (pelo menos até a próxima que for ler). Provavelmente vou conseguir inimigos eternos depois desta declaração (é, Carlos, estou olhando para você), mas A Roda do Tempo é, para mim, muito melhor do que Senhor do Anéis. É inegável o valor que a obra máxima de Tolkien tem para a literatura e em nenhum momento eu quero tirar o poder que a série tem. Mas sou uma garota, e sendo bastante sincera, Senhor dos Anéis não tem nenhum apelo real para meninas.
Ok, todo o desenvolvimento dos personagens é interessante, a luta contra o mal, o dever e companheirismo… Mas durante toda a saga do anel não existe uma mulher que tenha qualquer envolvimento real e decisório na trama. Está bem que Galadriel dá uma “lanterna” e uns fios de cabelo, mas de resto ela só fica na floresta com toda sua beleza e poder, ESPERANDO que alguém resolva a pinimba toda. Desculpa, ela não me representa. Eowyn também não me convence porque se esconde durante boa parte da história e você só percebe que é ela na luta contra o Nazgûl.
Robert Jordan criou uma série e uma gama de personagens que conseguem apelar para vários tipos de personalidades de leitores. Se você já leu Senhor dos Anéis vai encontrar estruturas narrativas e momentos da história que são muito semelhantes tanto em O Olho do Mundo (o primeiro volume) quanto em A Grande Caçada. Mas as soluções giram e acontecem com a responsabilidade de tantos outros personagens que não os heróis principais da trama, que ela enriquece e cresce exponencialmente.
E o melhor? A história é completamente inclusiva quando dá valor, poder e força para os principais personagens femininos. Se você pensar que as mulheres Aes Sedai são vistas como maquinadoras e temidas por várias nações, inclusive pelos personagens principais, já dá para perceber o valor que o autor dá para suas personagens. E elas não são apetrechos para serem salvos. Elas salvam a si mesmas, são inteligentes e poderosas, e em A Grande Caçada tem ainda mais importância e participação muito mais ativa durante toda a história.
Como é uma série, não sei se consigo escrever uma resenha sem mencionar acontecimentos do livro anterior, então se você não gosta de spoilers, mesmo que o mais leves, melhor evitar a leitura daqui em diante.
Os Personagens
A Grande Caçada continua a história de Rand, Perrin, Mat, Egwene e Nynaeve, logo após a “luta final” na Praga. Rand descobriu que consegue canalizar o Poder Único, e está assustado com a perspectiva de que passe a ser uma marionete nas mãos das Aes Sedai, principalmente de Moraine. A preocupação do rapaz não é à toa, afinal foram os Aes Sedais homens que causaram a ruptura do mundo, e ser a “reencarnação” de Lews Therin não é pouca coisa. Rand e Perrin definitivamente são meus personagens-meninos favoritos, mas Rand é tão cabeça dura que prefere sofrer sozinho e correr o risco de morrer a tentar entender seus poderes e seu papel no Padrão. Perrin também reluta a aceitar que consegue se comunicar com os lobos e que não é mais o ferreiro que saiu de Campos de Emond.
Mat era para ser o personagem alívio cômico mas, como muitos antes dele, comigo só serve para irritar e criar uma certa animosidade quando ele interage com os outros. Egwene é meio chata e Nynaeve é a melhor personagem-menina de todas! As duas decidem ir para Tar Valon e se tornarem Aes Sedai, Nynaeve como vingaça contra Moraine por ter tirado todos de sua vila, e Egwene para aprender a controlar saidar.
Poderes Cósmicos Fenomenais e “uma grande confusão”
Saidin e Saidar, assim como todo o lance da Roda do Tempo, da Ruptura do Mundo, dos Desvanecidos, continuam um pouco nebuloso para mim. Não sei se é o volume de informação que é muito grande ou se realmente ainda não foi explicado de uma forma mais direta e “for dummies”, mas apesar de não entender, não prejudica todo o desenvolvimento da história.
Em dado momento, os homens se separam das mulheres em dois grupos com objetivos diferentes: Rand, Perrin e Mat precisam ir atrás da Trombeta de Valere e da faca de Shadar Logoth que foram roubadas por Padam Fain e os Amigos das Trevas (parece nome de banda dos anos 80 XD); enquanto Egwene e Nynaeve partem junto com todas as Aes Sedai que vieram na comitiva do Trono de Armylin de volta para Tar Valon.
O livro acompanha os grupos separadamente, mas é fácil perceber que todos estão evoluindo, enfrentando seus próprios demônios e dificuldades para crescer, tanto como pessoas quanto controlando seus poderes. Em dado momento a história dos grupos converge novamente, com direito a lutas impressionantes e um final de tirar o fôlego.
A Grande Caçada apesar de ter mais desenvolvimento da trama sobre o passado, sobre o Dragão, sobre ta’veren, muitas artimanhas e questões políticas a la Martin, além de muita magia e pirotecnia, lutas e até romance, não necessariamente garante explicações.
Como leitora, estou muito satisfeita com a série. O livro é sim muito longo, não dá para ler de uma vez só. Mas por mais que seja um pouco cansativo, os capítulos sempre terminam de um jeito instigante, e mesmo que o seguinte comece levemente arrastado ou com personagens que talvez você não lembre do livro anterior, a narrativa, invariavelmente, te envolve e te prende. Ainda bem que o próximo só deve sair ano que vem. Não sei se aguentaria mais 700 páginas de uma mesma história assim na MINHA CARA, tão cedo. :P
Até a próxima! o/
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5 Comentários
[…] 21 jun 2016 […]
”Rand, Perrin e Mat precisam ir atrás da Trombeta de Valere e da faca de Shayol Ghul”, voce errou aqui, a faca não é de shayol ghul e sim de Shadar Logoth. =]
Obrigada por avisar, Iccaro. Devo ter confundido na hora que estava escrevendo a resenha. u.u’ Vou atualizar para não continuar errado.
Olá, Samara!
Gostei muito do Olho do Mundo, com certeza uma das melhores fantasias que li esse ano! Estou ansiosa para ler A Grande Caçada, fiquei muito temerosa pelo Rand depois dos últimos acontecimentos do primeiro livro. Fiquei muito feliz em saber que você gostou do segundo. Fico chateada pelos erros de edição, mostra certa falta de cuidado.
Mas enfim, vou comprar esse livro logo por mais que não ache que vou lê-lo tão cedo. Ainda tem Maze Runner, Divergente e O Temor do Sábio na frente…
Oi Marianne, se você gostou de Olho do Mundo vai curtir bastante a continuação! Sei como é a “pressão” da fila de livros de espera. XD Mas tem promoção do livro na Fanpage do blog, se você quiser participar!