silo
intrínseca
série silo #1
512 páginas | 2014
O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade? Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.
Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras.
Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo.
Um crime cuja punição é simples e mortal.
Elas são levadas para o lado de fora.
Juliette é uma dessas pessoas.
E talvez seja a última.
Design
A capa de Silo consegue ser uma das mais instigantes entre as de todos os livros que já li este ano (como se fosse muita coisa XD). Remete a lava, partículas de poeira, calor, ácido e até doença. De certa forma tudo isso está relacionado com a história de Hugh Howey e a editora conseguiu com uma imagem bastante abstrata instigar tantas sensações. Além disso tem um acabamento soft touch “emborrachado” que é como se criasse a proteção dos trajes dos que são enviados para limpeza (viajando grandão agora); ele te protege do ambiente hostil que a ilustração promete.
As letras brancas do quote e do nome do autor se perdem um pouco em tantas partículas, mas ao mesmo tempo elas não competem com a força que a palavra Silo ganha no centro da capa. A lombada sozinha é quase tão bonita quanto todo o efeito da capa, por ter bem menos vermelho, só senti falta da marcação de volume já que estamos falando de uma série. Capa e quarta-capa possuem ainda uma aplicação de verniz localizado, para criar áreas diferenciadas em todo o efeito emborrachado. Apesar da nota quase máxima, eu acho que o livro ficaria perfeito se tivesse uma chapada de preto na parte interna da capa. #fikdik Intrínseca! ^.~
O miolo segue o padrão de qualidade que a editora sempre tem com seus livros. Um miolo com fonte de família e tamanho muito agradável e um bom balanceamento de entrelinha, sem deixar muitos espaços brancos. Toda a informação de autor, página e nome da parte da história é resolvida no cabeçalho, com uma fonte sans-serif muito bonita, mas que não é a mesma da capa. Além disso, como toda a informação estava no topo da página, a mancha de texto podia ter descido ligeiramente para harmonizar as margens.
História
Desde o primeiro capítulo da primeira parte do livro minha única reação que me acompanhou até o final foi: CARACA. Gostaria de poder ser como o personagem Hodor de Guerra dos Tronos e fazer uma resenha com vários parágrafos de “caracas” para ilustrar o quão impressionada fiquei durante a leitura. Mas não acho que eu conseguiria fazer com que vocês realmente se interessassem pela história. Provavelmente só pensariam que finalmente a quantidade de livros que eu ando lendo afetou minha cabeça. :)
Falar sobre Silo é andar sobre ovos, testando os passos para não soltar spoilers inadvertidamente. A premissa básica e super instigante já está na sinopse. O mundo foi reduzido a pó e ar tóxico, ventos ácidos e um vazio fora das paredes protetoras do silo. A sociedade vive em um sistema rigoroso de controle, sendo que qualquer deslize pode significar que a pessoa vai ser enviada para a limpeza.
Limpeza: quando um criminoso ou alguém que “pediu para sair” é enviado para fora do silo com a tarefa de limpar as lentes das câmeras externas, mesmo sabendo que está sendo enviado para morte certa. Muitas pessoas mesmo prometendo que não farão a limpeza, quando saem do silo, milagrosamente mudam de ideia e limpam as câmeras antes de caírem mortas.
O silo é divido em 140+ andares e três áreas: superior, intermediária e inferior. Cada área possui diferentes tipos de atividades, sendo que os moradores das áreas superiores são considerados “topo da sociedade”. É lá que moram o Prefeito e o Xerife do silo. Todo o conhecimento do silo é mantido pelos servidores da TI e a manutenção da vida é feita pelo pessoal da mecânica, que ficam nos inferiores.
O livro é divido em cinco partes cada uma acrescentando mais respostas e mais rugas de tensão. Por que as pessoas estão no silo; por que os que são mandados para fora sempre limpam as lentes; por que de tempos em tempos ocorre um levante dentro do silo, e por que ninguém se lembra direito do último; por que a esposa do Xerife pediu para sair, e por que, dois anos depois, é o Xerife que quer ir lá para fora? O mais bizarro de tudo, quase todas essas perguntas são respondidas logo na primeira parte, mas os ganchos que o autor vai deixando ao longo dos capítulos são tão instigantes que é quase impossível parar de ler.
Cada nova página é um momento angustiante, estressante, empolgante, revoltante, chocante, e muitos outros “antes” ao longo de TODA A LEITURA. Cada capítulo que eu fechava era uma respirada profunda e um “caraca” entre os dentes. O encadeamento de ideias; a proposta do que pode ter acontecido com o mundo; o fato de que o ser humano de certa forma não consegue viver sem nenhum tipo de conflito; os segredo e mentiras contados para a sociedade para manter todos na penumbra do conhecimento; ao mesmo tempo que permite que tanto o leitor quanto os personagens chave comecem a montar o quebra-cabeça; tudo isso é transmitido na forma magistral que Hugh Howey construiu sua história.
Você cria vínculo com os personagens, você se importa com eles, mesmo com os que são secundários e que só vão ter POV em um capítulo. Todos tem um espaço, são bem construídos, tem profundidade e são parte integrante e necessária para manter a história fluindo. Posso dizer que foi bom sair do mundinho dos “adolescentes sobrenaturais que são responsáveis por salvar o mundo” e perceber que “ainda bem que os personagens são adultos”. Muitas situações da história não seriam tão plausíveis e aceitáveis se fossem protagonizadas por adolescentes.
Se você se lembra da sensação de deslumbramento (que foi como me senti) que teve ao ver Matrix e as duas primeiras temporadas de Lost (porque o resto quase é de se jogar fora), esta é a sensação que você vai ter ao passar as páginas de Silo. Os dois são boas bases de referência para ajudar a estruturar Silo visualmente na sua cabeça. Para mim Juliette é a (super) Kate de Lost. ^.~
Não se deixem intimidar pelas 400 páginas do livro! Confiem em mim, elas vão passar mais rápido do que você gostaria ou esperaria.
Até a próxima! o/
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2 Comentários
Olá!
Comprei este livro na Amazon também em uma promoção, baratinho! Estou arrumando coragem pra ler agora.! rs! Mas pela sua resenha parece que vai valer a pena né!
Bjo!
Karen
http://www.bookadvisor.com.br/
Ok, fiquei mega interessada em ler agora. Vou ver na Amazon se já tem esse livro em ebook para adquirir :)