pela luz dos olhos seus
arqueiro
série ---
224 páginas | 2013
Laura Vincent cresceu entre o mar e as macieiras da Normandia. Passou a adolescência à sombra da irmã mais velha. Agathe – a bela – era admirada e disputada por todos os garotos da cidade; Laura – a pequena – passava as noites em casa, lendo romances. Mas o destino preparou uma surpresa para Laura. Trabalhando como assessora de imprensa de músicos, ela recebe, no dia seguinte ao seu aniversário de 26 anos, a visita do agente de um dos tenores mais famosos do mundo. Ela é requisitada para ser guia dele e seu chefe não deixa margem para discussão.
Rico e bem-sucedido, Claudio Roman viaja pelo mundo emocionando plateias com sua voz. Fã de banquetes, bebedeiras e belas mulheres, ele parece ter tudo o que quer, porém seu comportamento esconde a amargura de nunca poder interpretar Alfredo, em La Traviata, por causa de um ataque criminoso que lhe custou a visão.
Laura está preparada para lidar com um homem difícil e arrogante, mas, assim que ouve Claudio cantar pela primeira vez, ele toca seu coração. Aos poucos, mais do que sua guia, ela se torna também a confidente das noites sombrias de angústia.
Como ela nunca lhe pede nada em troca de seu apoio, Claudio promete lhe dar qualquer coisa. No momento certo, ela cobra a promessa: quer que o cantor se submeta a um transplante de córnea capaz de lhe restituir a visão de um dos olhos.
Apaixonada e convencida de que Claudio não precisará mais dela quando voltar a enxergar, Laura vai embora sem se despedir e sem dar a ele a oportunidade de vê-la. Será que Claudio saberá lidar com essa decisão? Ou ele vai enfim perceber que sempre lhe faltou o alimento mais essencial à vida: o amor?
Design
Vamos combinar que o projeto gráfico de Pela Luz dos Olhos Seus é relativamente simples. A modelo na capa do livro até se assemelha com o que a autora descreve de Laura, mas não achei que misturar a foto da moça com a imagem de um teatro criou um conjunto harmônico. Tudo bem que as duas tem a ver com a história, mas faltou uma junção melhor no resultado da capa. E eu juro que só vi o carinha “cafungando” o pescoço da modelo agora, enquanto analisava.
O miolo também é bem simples, cumprindo o seu papel de passar a informação. Letras muito grandes, uma mancha gráfica com margens muito largas, tudo compreensível para ocupar de melhor forma o espaço e conseguir preencher as 224 páginas.
Funcional mas faltou um pouquinho de mão na estética do livro.
Só me pergunto poque a sinopse dos livros da Arqueiro são sempre gigantescas e ocupam quase a extensão toda da quarta-capa.
História
Pela Luz dos Olhos Seus segue a premissa do canalha redimido e da mocinha SUPER insegura. Okei, é fofo, o livro é relativamente curto, mas as coisas acontecem rápido demais. Não existe um grande aprofundamento dos personagens ou da relação entre eles.
A Pequena Laura, que Claudio chama de Laurinha (e eu acho meio freaky), viveu sempre à sombra da irmã mais velha. Linda, loira e cobiçada por todos os rapazes da vila onde moravam na Normandia. Para Laura só sobraram os estudos e aceitar que sempre seria o “pão preto”.
Ela se forma, vai para Paris e passa a trabalhar em uma agência, como assessora de músicos. É quando ela é escolhida para ajudar Claudio Roman, um famoso tenor que ficou cego e tem um ego do tamanho do universo. Mulherengo, expulsou sua última agente por pensar que poderia “domar” o cantor. Laura é escolhida para fazer o papel da “irmã mais nova” e cuidar de tudo que Claudio possa precisar.
Óbvio, ela se apaixona pelo canalha, mas como sua autoestima praticamente não existe, ela acredita que nunca vai ter chance com Claudio. E está feliz com isso, bola para frente. Só que o tenor gosta do trabalho da Pequena, da flor selvagem, e acaba cedendo a fazer um transplante de córnea. Laura consegue convencê-lo, coisa que nenhuma das pessoas próximas do cantor tinha alcançado antes.
No fim o livro passa a ser uma caçada de gato e rato, Laura achando que nunca seria boa suficiente para Claudio, enquanto ele acredita que se apaixonou pela pessoa que possibilitou que voltasse a enxergar e a poder atuar nas grandes óperas. Ela foge e ele corre atrás.
O livro é divido em três partes, cada uma delas focada em Laura, em Claudio, e a última, nos dois. Na parte de Laura ela conta a história em primeira pessoa e você acompanha um pouco de sua infância, como ela conheceu e se apaixonou por Claudio. Na de Claudio, o narrador passa para terceira pessoa, e aqui vemos seu “sofrimento” para encontrar novamente sua Pequena. No último, é o reencontro.
Na história aparentemente se passam quase seis meses, mas não fica muito explícito porque o relacionamento dos dois é muito rápido. O amor surge num estalar de dedos, assim como a certeza da não aceitação. Isso é um pouco irritante, porque Laura tem tanta certeza que não merece Claudio e é tanta insegurança que dá vontade de dar uns tapas na moça. Eu sei que este é um estereótipo muito utilizado em vários livros (oi, Bella, estou olhando para você!) mas eu sempre, SEMPRE, me questiono o que custa para a personagem perguntar o que o mocinho acha de tudo ANTES de sair fugindo e se martirizando por aí…
O problema aqui é que Laura baseia sua vida em romances de M. Delly, uma autora que leu sua juventude toda, em que as mocinhas passavam por provações mas o amor tudo superava. Então ela fica comparando o que acontece em sua vida com o que seria o resultado nos livros que conhece e, óbvio, com ela não ia dar certo.
O triste é na parte em que Claudio é o protagonista, ele ficar procurando por Laura toda vez que sente o cheiro de um perfume específico, o mesmo que ele lhe deu de presente de Natal. Esta era uma forma como ele conseguia reconhecer a moça e ver ele se enganando, já que qualquer uma pode ser a mulher que ele nunca viu, dá uma leve angústia.
É um romance leve, praticamente não tem cenas sensuais e, fora essa sensação de insegurança de Laura, vai agradar ao leitor que gosta de relacionamentos baseados em algum tipo de superação.
Até a próxima! o/
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2 Comentários
Quando no encontro de blogueiros falaram desse livro, me animei… achei interessante o fato da personagem masculina ser cega a princípio e do envolvimento que viria com a tal Laura, até mesmo por conta da sua insegurança… mas, lendo a sua resenha, confesso que desanimei um pouquinho… Não é que não leria, quem sabe um dia…
Beijos
Nica
Oi Nica, a questão acho que foi mais o estilo da narrativa do que a história ou os personangens em si… Como é um livro rápido, que você com certeza consegue ler em um dia, vale para conhecer a autora.