bate papo

Top decepções da década (2010 – 2019)

12 mar 2020
top decepções da década

Porque o que a gente mais espera é que todas as leituras sejam maravilhosas, e é uma bosta quando não são. 💩

Só muito recentemente eu comecei a valorizar mais o meu tempo e assumir que se um livro não está funcionando, eu não vou me esforçar para terminar a leitura.

Sim! Eu aceitei que livros podem e devem ser abandonados, ou pelo menos devolvidos pra estante, quando não estão gerando aquele amor e dedicação durante a leitura.

Então, pegando o gancho que a Ize Mascarenhas me deu, de que pra ela é mais fácil listar os livros que foram decepções, fui analisar minha estante do Skoob pra descobrir quais foram as minhas nos últimos 10 anos.

E olha que essa não foi lá uma tarefa muito fácil… Meu fator de análise foram livros que dei menos de 2⭐ ou que marquei como abandonados nesse período.

Um disclaimer muito importante aqui: essa é a minha opinião. E você ter uma opinião diferente da minha é altamente saudável e bem-vindo. Se você quiser me contar o quanto eu estou enganada, por favor, o espaço dos comentários é aberto para todas as pessoas. 😉

Vamos então para…

As maiores decepções da década!

e porque foram principalmente YA

E eu preciso começar falando sobre YA. Eu sofri demais com YA nesses últimos 10 anos. Sim, temos o agravante que esta década a pequena Samara estava transitando pelos seus 30 anos, e ela não tem mais 14-18 anos há algum tempo.

E sim, eu devo estar perdendo algum parafuso por começar a falar em terceira pessoa…

MAS! Tem muito YA na minha lista, e por conta disso, eu não vou colocar as capas bonitinhas porque sim, estou com preguiça, e sim, dá um trabalho do caramba.

Vamos à lista do meu pequeno sofrimento:

Meldelz… por que todos os YA são trilogias?

Bem! Tentei dar uma liberada na minha lista de acumulados e abracei a ideia de investir nas trilogias. Os livros não estão necessariamente na ordem que eu peguei para leitura, mas o que importa foi o quanto eu sofri(?) enquanto eles estavam na minha vida.

Começando pela trilogia Grisha. Sim, eu sempre cedo ao hype. Quem não?! Mas comprei os livros da Leigh Bardugo achando que ia A-BA-FAR tendo tudo de uma vez e facilitar minha maratona. Leve arrependimento aqui.

De qualquer forma, eu me forcei a ler os três livros porque eu estava na esperança de que “vai melhorar”. Na verdade, esse é o combustível que alimenta o meu coração em praticamente todas essas leituras.

VAI MELHORAR!

Só que o problema é quando não melhora, e você só está se arrastando pelas centenas de páginas para marcar como “lido” e tentar tirar o gosto ruim de quando tudo acaba.

Isso aconteceu com Grisha. Isso aconteceu com A Seleção. MELDELZ QUE TRILOGIA RUIM! 🤦🏻‍♀️

Ok, que eu não tenho mais 14-16 anos HÁ MUITO TEMPO, mas por que America tem que ser do jeito que é?! Por que num mundo distópico em guerra as pessoas voltam para a monarquia?! 🤷🏻‍♀️

E eu gostei da trilogia da Lara Jean. Talvez eu estivesse sensível. Talvez eu precisasse de coisas fofas. Vai entender. Mas foi por conta desses primeiros livros que li da Jenny Han que pensei: “por que não ler a trilogia Verão?”.

Às vezes eu tenho que confiar mais nos meus instintos e no meu “sentido de aranha”. Não dá pra ler a trilogia Verão. Não. Dá. Eu li porque foi um comprometimento com a minha parceria com a Intrínseca, mas MELDELZ, se não fosse por isso, eu teria simplesmente abandonado. Bem, não li o último livro, então pode se considerar que abandonei mesmo.

Claudia Gray foi uma descoberta há muitos anos, no período dos vampiros e outros seres sobrenaturais que inundaram as prateleiras de YA. E eu gostei muito da série Evernight! Por isso fui atrás da trilogia Firebird e, NOSSA, por que eu fiz isso?!

Multiverso é uma parada muito interessante, mas você tem que saber como construir e evoluir o conceito para não ficar cheio de plot holes ou inconsistências. Mas o problema aqui é basicamente os adolescentes, seus hormônios e tudo ali no meio. Que personagens CHATOS!

Que é a mesma coisa que se pode dizer da duologia Apenas um dia. De novo, eu apliquei a lógica do “vai melhorar” sem sucesso, com o agravante dos personagens que eu só queria chutar. Na verdade, eu deveria ME CHUTAR mentalmente por ter insistido na leitura…

MELDELZ Divergente… Cara, Divergente foi um livro de abertura de trilogia TÃO BOM! O conceito das facções, de você poder trocar entre a que nasceu e um outra, o mistério dos divergentes… Veronica Roth construiu um mundinho e preencheu com personagens que tinham certa substância.

Seis era ok e Quatro era muito interessante e a construção do interesse romântico dos dois era sólida. O primeiro livro termina bem, com aquele final meio aberto, um olhar para o horizonte e o por do sol.

E a Veronica Roth podia ter parado aqui. Porque os outros dois livros! É ladeira abaixo e o último eu só queria poder desler pra não ter a experiência HORRÍVEL que foi chegar ao fim.

Sobre distopias de monarquia? A Joia é outra que bebe numa fonte parecida de A Seleção. Tem um plot esquisito e uma construção de mundo meio bizarra, mas, de novo, os personagens atrapalham MUITO o desenvolvimento da história e o envolvimento com tudo o que tá acontecendo.

e os demais livros

Aqui eu tentei agrupar os livros por gêneros e similaridades narrativas ou por sentimentos que despertaram. Vem comigo e analisa o que você acha.

  • juliette society - sasha gray
  • clímax - chuck palahniuk

Esses são do tempo longíquo que eu tinha parceria com a editora LeYa. E também quando livros hots e bdsm estavam na moda.

Juliette Society ainda tinha o “agravante” de que foi escrito por uma ex-atriz pornô. É uma bomba que eu nem faço questão de lembrar e você definitivamente não precisa perder seu tempo lendo.

Já Clímax foi minha decepção com Chuck Palahniuk. O autor é super famoso por O Clube da Luta, e eu provavelmente escolhi o livro errado pra conhecer seu estilo. E também não devo ter a capacidade mental pra poder analisar todas as críticas sociais/políticas/culturais que ele fez na história. 🤷🏻‍♀️

  • loney - andrew michael hurley
  • andrew smith

Loney é de quando a Intrínseca começou a investir mais em livros “artísticos” e com acabamento em capa dura. É definitivamente um livro bonito mas eu não sou a pessoa certa pro tipo de história que Andrew Michael Hurley escreve.

Em inglês existe o termo Literary Fiction, que costumam ser aqueles livros que são, na minha opinião, muito cheios de si. E não sei como explicar melhor do que isso. Normalmente eu não consigo ler esse tipo de livro. Eu acho cansativo, exigente, esnobe às vezes. É uma “literatura adulta” que eu não tenho muita paciência.

Provavelmente por eu não ser madura o suficiente para entender ou apreciar esse tipo de leitura, Loney não funcionou pra mim.

Selva de Gafanhotos tá quase pra um weird fiction com a quantidade de bizarrice que acontece ao longo da história. Não é um weird como Aniquilação, que trabalha com um certo horror e angústia do leitor. Mas provavelmente sou eu não entendendo direito as análises profundas sobre as agruras da adolescência que Andrew Smith estava fazendo com seus gafanhotos gigantes.

  • um dia - david nichols
  • a cabana - william p. young
  • uma noite com audrey hepburn - lucy hollyday

Tá, vamos pra romance contemporâneo com Um Dia. Gente, esse é daqueles livros que eu fiquei me perguntando no final por que mesmo eu tinha investido meu tempo nele. Não quero colocar spoilers aqui, mesmo sendo um livro antigo e com filme “velho” também, mas caramba! David Nichols trabalha todo um desenvolvimento dos personagens pra fazer o que faz no final da história?! Revoltada. 😤

A Cabana eu só larguei porque é uma “ficção cristã” e eu não concordo com praticamente nada do que eu li ali até o ponto que eu aguentei ler. Pulei pro final e ainda assim achei perda de tempo.

E eu tenho um problema sério com chicklits desde sempre. Tem a ver com a repetição infindável de mulheres desajustadas negativamente em diversos níveis. Eu acabo sempre ficando com raiva das protagonistas então prefiro me manter longe de livros do “gênero”.

Como recebi a série Libby Lomax da HarperCollins não pude deixar de pelo menos conhecer a história criada por Lucy Holliday, mas só serviu pra validar que eu não gosto desse tipo de livro.

  • a espada de shannara - terry brooks
  • herança - christopher paolini
  • as mentiras de lock lamora - scott lynch

Entrando na minha querida fantasia, até no meu gênero favorito eu encontrei livros que não funcionaram.

A Espada de Shannara eu abandonei. Não tava dando certo uma jornada só de homens, com pouquíssimo desenvolvimento dos personagens ou do mundo. Não aguentei ir muito longe na história. Vai ver que foi por isso que usaram o segundo livro pra servir de base pra série da MTV…

Eragon foi uma série de YA fantástica que começou muito bem, teve um meio bastante esticado e embarrigado e terminou com uma vergonha alheia e decepção gigantes. Por mais que se possa dizer que Christopher Paolini fez um amálgama de diversos ícones pops (de Senhor dos Anéis a Star Wars), ele seguiu direitinho a “cartilha” da jornada do herói.

E o mundinho e personagens que ele criou eram divertidos e interessantes. Ele só não conseguiu criar um final que me convencesse e fosse satisfatório…

Eu dei duas chances prAs Mentiras de Locke Lamora. DUAS! E ainda assim não funcionou. Não consegui gostar dos personagens, a introdução é muito longa e não achei interessante, e eu parei praticamente no MESMO LUGAR nas duas vezes que tentei ler.

O problema é todo meu porque o livro tem adoradores e defensores. Eu só não tenho o ritmo de leitura e o interesse pela forma como Scott Lynch escolheu contar sua história.

  • a mão esquerda de deus - ursula k. leguin
  • armada - ernest clyne

Faz pouco tempo que Ursula K. LeGuin nos deixou, mas ela sempre esteve na minha lista de autoras de sci-fi pra conhecer. Acabou que o primeiro livro dela que li foi da série de fantasia Earthsea/Ciclo Terramar, mas não consegui ir adiante.

Aí fui ler seu sci-fi e também não consegui curtir muito. Sua visão de um planeta onde os habitantes tem a possibilidade de encarnar os dois gêneros, de acordo com seu interesse e/ou necessidade, é interessante. Mostrar o choque cultural para um homem humano que vai para esse planeta, também.

Eu só não consegui me envolver com os personagens e principalmente com o ritmo da narrativa. Foi bem difícil chegar até o fim de A mão esquerda de deus, o que, de certa forma, me deixou receosa de pegar qualquer outro livro da autora.

E fechando essa lista GIGANTE, Ernest Clyne.

O primeiro livro, Jogador Nº1 foi divertido pela nostalgia e tudo mais. Virou um filme visualmente bonito, mas que me fez questionar se o livro era tão (ou mais) superficial. Confesso que não tive coragem de voltar a ler pra descobrir. Melhor ficar com a nostalgia da leitura também.

Então veio Armada. E nossa… foi difícil. Tentando lembrar da história eu só consigo lembrar de ter rolado MUITO os olhos ao longo do livro… e de que o protagonista era um baita Gary Stue chato da porr@…


Até que é uma lista robusta. Tive que navegar pela estante do Skoob para relembrar os sentimentos, porque quando é ruim a gente tenta esquecer.

Agora é sua vez. Do que você se arrepende de ter lido? Do que você discorda da minha opinião?

Até a próxima! o/

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