resenha

Belgravia – Julian Fellowes

13 fev 2019
Informações

Belgravia

Julian Fellowes

Intrínseca

série ---

368 páginas | 2016

4.75

Design 4.5

História 5

10

Compre! Amazon

Uma nova saga histórica, fascinante e irresistível, repleta de segredos e escândalos Ambientada nos anos 1840, quando os altos escalões da sociedade londrina começam a conviver com a classe industrial emergente, e com um riquíssimo rol de personagens, a saga de Belgravia tem início na véspera da Batalha de Waterloo, em junho de 1815, no lendário baile oferecido em Bruxelas pela duquesa de Richmond em homenagem ao duque de Wellington.

Pouco antes de uma da manhã, os convidados são surpreendidos pela notícia de que Napoleão invadiu o país. O duque de Wellington precisa partir imediatamente com suas tropas. Muitos morrerão no campo de batalha ainda vestidos com os uniformes de gala.

No baile estão James e Anne Trenchard, um casal que fez fortuna com o comércio. Sua bela filha, Sophia, encanta os olhos de Edmund Bellasis, o herdeiro de uma das famílias mais proeminentes da Bretanha. Um único acontecimento nessa noite afetará drasticamente a vida de todos os envolvidos. Passados vinte e cinco anos, quando as duas famílias estão instaladas no recente bairro de Belgravia, as consequências daquele terrível episódio ainda são marcantes, e ficarão cada vez mais enredadas na intrincada teia de fofocas e intrigas que fervilham no interior das mansões da Belgrave Square.

Design

Lançado originalmente em formato capitular e em e-book, Belgravia depois foi organizado em formato de livro e publicado também em versão física.

Você ainda consegue comprar os capítulos individuais na Amazon, sei lá por qual motivo. ¯\_(ツ)_/¯

De qualquer forma, livro bem estruturado e com um projeto elegante como a Intrínseca sempre faz.

Eu acho a capa um pouco qualquer coisa. Em tese temos a representação das mansões que provavelmente fariam parte da Belgrave Square, com um enquadramento filigranado. Mas né… então, tá.

Aqui o nome do autor é muito mais importante do que o título do livro. Provavelmente por Julian Fellowes ser um dos criadores de Downtown Abey, e isso dar um peso maior para o livro. Então, fonte estilo Trajan pra ele, para ganhar importância e relevância.

Depois, o título do livro em uma fonte caligráfica, que me remeteria a toda a troca de cartas e cartões que são feitas ao longo da história. Fico imaginando como era nessa época: bicos de pena, tinta e mata-borrões. Imagina os cadernos de caligrafia que as pessoas precisavam preencher para escrever desse jeito todo floreado?

Fora isso, a capa tem uma aplicação de hotstamping dourado nos textos e na moldura filigranada. E uma predominância da cor azul, que começa na primeira capa e se espalha por todo o resto da lombada e quarta-capa.

O miolo é bem correto e elegante. Com margens confortáveis, uma boa escolha de fonte para o texto e uma entrelinha agradável para a mancha gráfica.

Como o livro foi originalmente lançado em forma capitular, essas divisões são visualmente marcantes. Uma página inteira de chapada de cinza com o título do capítulo que se inicia.


História

E eu fiz de novo.

9 anos cuidando do blog e aparentemente eu ainda não aprendi a lição mais importante: nunca demore muito para escrever uma resenha.

Estou falando da memória. Óbvio que eu consigo lembrar da história, dos plots principais que conduziram a narrativa. Nomes de personagens já fica um pouco mais complicado.

Mas o pior de tudo é perder a sensação do frescor da leitura. Os sentimentos que o passar das páginas geraram ao longo do livro. Tudo o que talvez tivesse sido o mais interessante de se contar em uma resenha fica um tanto nublado.

Perder a lembrança dos sentimentos é o mais sofrido pra mim. Fico com a impressão de que não resta mais nada do que eu poderia realmente dar de valor pro meu texto. E a resenha se torna relativamente vazia. :(

Resta ver se, ao pegar o livro de novo nas mãos, folhear os capítulos, reencontrar os nomes do personagens, alguma coisa se acende em algum canto do meu cérebro e me ajuda a montar algo relevante.


Uma coisa que me marcou muito em Belgravia foi que, pela primeira vez que me lembro, eu me vi pulando páginas porque estava ansiosa com o resultado de uma situação. Fellowes estava demorando e cozinhando demais os acontecimentos e eu fiquei com medo de ele “estragar” o HeA (happy ever after), só pelo impacto.

Acho que fiquei muito “traumatizada” pelo Martin, e agora sempre fico preocupada com os plot twists que os autores podem tirar da cartola.

E assim, sendo muito sincera, Belgravia não é nada demais em termos de história. É um romance de época interessante e envolvente, mas tudo o que você acompanha na história das famílias Trenchard e Brockenhurst/Bellasis poderia estar em uma novela das 18h da Globo.

Agora, não sei se estou valorizando demais a novela ou desmerecendo o livro. :P

Independente, não é um romance de época estilo os de Lisa Kleypas ou Julia Quinn. O foco aqui não é exatamente o romance sensual do casal protagonista, mas toda a relação política entre uma família emergente e uma “dinastia” de nobres ingleses.

Sophia, a filha dos Trenchard, muito influenciada pelo pai, quer ser “alguém” além de “filha de um comerciante muito bem sucedido”. O pai de Sophia é um alpinista social. Ele nunca achou que deveria ser simplesmente um homem muito rico.

A história começa no final das guerras Napoleônicas, quando vários jovens ingleses foram para a guerra na batalha de Waterloo. O herdeiro dos Brockenhurst, Edmund Bellasis, está encantado e enamorado por Sophia, e faz o impossível para que fiquem juntos. Só que ele vai para guerra, e não volta.

Sophia é deixada para trás, com a ilusão de que foi enganada por Edmund, mas esperando um filho do jovem.

Anos se passam, e a gente descobre que Sophia não sobreviveu ao parto, mas que sua família fez com que a criança fosse criada por um casal que não conseguia ter filhos. O jovem, hoje com vinte e pouco anos, é também um comerciante bem sucedido e em franco desenvolvimento.

As questões principais que passam a ser a estrutura da história agora são: o segredo que os Trenchards mantiveram durante tantos anos da família Brockenhurst/Bellasis. A participação de James Trenchard na criação do neto; ao mesmo tempo que ocultou da própria esposa o fato de ser próximo dele. A inveja do filho mais novo dos Trenchards em relação ao protegido de seu pai (que ele não sabe ser seu sobrinho).

Anne Trenchard se “martiriza” por Lady Brockenhurst não saber que tem um neto vivo, mesmo que bastardo. Ao mesmo tempo ela se culpa por não ter mantido o menino em seu próprio lar e não ter o criado ela mesma.

Da parte dos Brockenhurst/Bellasis, sem um herdeiro, todo o patrimônio da família cairia nas mãos do irmão do conde, um reverendo endividado e amargo, com um filho arrogante e ainda mais devedor que o pai.

Além disso tudo, para apimentar um pouco a história, quando Charles (o neto escondido, que não sabe nada sobre seus pais verdadeiros) entra em contato com as duas famílias, sem entender muito bem o que elas podem querer com ele, o jovem ainda tem a oportunidade de desenvolver um amor proibido por Lady Maria.

Prometida para o filho arrogante dos Bellasis pobres, Maria também se interessa pelo brilhante e bem sucedido Charles, e tenta a todo custo se livrar da promessa de casamento. Mas tem que lutar com a vontade férrea de sua mãe, que quer juntar sua família, em processo de desgraça, a um nome mais forte e estável.

Aí temos intrigas, interesses, e segredos sendo trocados pelos personagens mais velhos, enquanto os jovens tentam viver seu amor (ou impedir que ele aconteça), entre chás da tarde e visitas a clubes exclusivos para cavalheiros da Londres do século 19.

Eu gostei bastante do desenvolvimento da história, de como, principalmente, as matriarcas Trenchard e Brockenhurst/Bellasis, armavam um contra outra até se aliarem pelo bem do neto. A questão das tramoias que acontecem também são bem envolventes, principalmente quando o autor mostra que os criados, pessoas praticamente “invisíveis” dentro das casas, eram os responsáveis pelos “piores” segredos de seus senhores.

A história é um pouco lenta. Mas ainda assim, foi agradável ver as 368 páginas passarem ao longo do tempo. E o autor ainda conseguiu um plot twist convincente no final, o que valeu mais pontos. Por ter feito com que eu pulasse páginas para ficar tranquila com o desenvolvimento de uma situação então!, foi ainda mais impressionante.

Se você é “noveleirx”, ou simplesmente gosta de uma história bem construída e desenvolvida, Belgravia é uma boa escolha para passar o tempo.


Até a próxima! o/

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