resenha

Dez mil céus sobre você – Claudia Gray

20 jun 2017
Informações

Dez mil céus sobre você

Claudia Gray

HarperCollins Brasil

série Firebird #2

336 páginas | 2016

3.75

Design 4.5

História 3

14

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Marguerite Cane fez o impossível, viajando por dimensões alternativas com o Firebird — uma invenção brilhante criada por seus pais, seu namorado, Paul, e o amigo da família, Theo. Mas ela também chamou a atenção de inimigos poderosos, dispostos a seqüestrar, chantagear e até matar para usar os poderes do Firebird para propósitos escusos.

Quando a alma de Paul é dividida em quatro fragmentos — que se encontram presos dentro de Pauls em outras dimensões —, Marguerite fará qualquer coisa e irá a qualquer lugar para salvá-lo. Mas o preço de seu retorno em segurança é alto. Se ela não sabotar os próprios pais em múltiplos universos, Paul vai continuar perdido para sempre.

Mas Marguerite acredita que é possível salvar seu amor sem sacrificar a família, e para isso pede a ajuda do brilhante Theo. Os dois criam um plano para recuperar Paul e o Firebird, mas para que ele dê certo eles precisarão superar um concorrente genial e vão colocar em risco não só sua vida mas também a de todas as versões de si mesmos em várias dimensões.

Desta vez a missão leva os dois aos universos mais perigosos até então: uma São Francisco dividida pela guerra, o submundo do crime de Nova York e uma Paris iluminada onde a outra Marguerite esconde um segredo chocante. Cada salto deixa Marguerite mais perto de salvar Paul — mas sua jornada revela verdades sombrias que fazem com que duvide da única constante que encontrou em todos os mundos: o amor que sentem um pelo outro.

Design

Falei extensamente sobre o projeto gráfico dessa série em Mil pedaços de você, então você pode dar uma espiada lá para saber minha opinião. ^.~


História

Ah, cara…

Sério, começar uma resenha com um “Ah, cara…” provavelmente significa que rolou decepção, rolou tristeza. Pois é pessoas… Dez mil céus sobre você não foi a jornada que eu gostaria que Claudia Gray tivesse construído para continuar a história de Marguerite, Paul e Theo. Ela não conseguiu escapar da maldição do segundo livro, Pessoa!

Normalmente existe uma chance muito grande de a gente se decepcionar quando tem algum tipo de expectativas, não é mesmo… O lance aqui é que o desenvolvimento da trama em si é interessante. Finalmente a autora conta o real motivo para Marguerite ser uma viajante perfeita e qual é o mistério que realmente está rolando entre as dimensões, mas o desenvolvimento dos personagens… ah, aí que tá o problema pra mim.

Vamos lá, podem existir spoilers ao longo da resenha, então leia por sua conta e risco, ok?

Depois das decisões que Marguerite tomou no Russiaverso (agora todas as dimensões passam a ter um nome para identificá-las), ela decide ir devagar no seu relacionamento com Paul, e isso não faz sentido nenhum pra mim. NENHUM. E aí, logo depois, tudo desanda e Paul desaparece e sabe o que eu senti?! Senti cheiro dA Saga do Tigre mais uma vez.

Explicando. Em O Resgate do Tigre, segundo livro da série de Colleen Hoover, ela desaparece com Ren, o “namorado” de Kelsey, e a protagonista é “obrigada” a passar o livro inteiro na companhia de Kishan, o irmão mais novo gostosão e bad boy, que fica dando em cima e flertando o tempo todo. Por mais que eu tenha gostado do livro, esse foi um plot que eu me lembro de ter me incomodado na época.

Se Paul desaparece, é caminho aberto para Theo passar a ter papel de protagonista junto com Marguerite. Se no livro anterior ficou quase crível que não era um triângulo amoroso, aqui Claudia Gray meio que deixa isso de lado. Principalmente quando coloca os personagens em dimensões que questionam algumas de suas certezas, dando brechas de esperanças pro Theo.

Marguerite tem certeza absoluta que independente do universo que se encontre, sua alma e a de Paul invariavelmente vão ser atraídas uma pela outra. E que todos somos basicamente os mesmos nos outros universos, com algumas variações dependendo um pouco do ambiente.

Aí ela cai no Guerraverso no meio do ato sexual entre ela e Theo, que lá são um casal. Isso já deixa os dois em uma saia justa porque quebra um pouco a ideia de que Marguerite só pode ficar com Paul. Depois, em outro universo vivencia um exemplo de como Paul pode ser uma pessoa cruel e com instinto assassino.

E o que ela faz?! Surta porque não consegue aceitar que “seu Paul” possa ter qualquer sentimento ou ato sombrio como o que ela presenciou. Ah, sério?! Ela não pode perdoar que Paul (seja qual for) possa ter um lado ruim?! Eu tenho lados ruins todas as segundas-feiras…

De qualquer forma, agora sofrendo com sua recém descoberta, Marguerite toma uma decisão WTF. Volta para o único universo onde ela tem certeza que Paul não existe mais pra ficar chorando pitangas, porque mimimi “meu Paul não pode ser tão cruel, não posso perdoar, não posso mais ficar com ele”. Nessa parte eu já estava revirando tantos os olhos que só dava pra ver a parte branca debaixo.

GIF - Bitch please, rolling eyes

É nessa volta para o Russiaverso que Marguerite começa a perceber que está interferindo demais na vida de todas as suas versões que visita. Ainda assim, insiste em tirar uma folga no corpo de uma versão que ela já bagunçou pra caramba?!

Bem, finalmente ela decide entender o que causou toda essa crise multidimensional, indo ao universo que é o pivô de tudo. E aí sim ela tem uma surpresa interessante ao perceber quem são os verdadeiros culpados por todos os saltos e pela fragmentação da alma de Paul. Só que assim, a Marguerite do Escritório Central é bizarra.

Eu curti o motivo que gerou toda a questão dos Firebirds e a necessidade de alistar Marguerite-perfeita na causa, mas quando você descobre que sua versão nesse universo capitalista bizarro é uma sádica maluca e descontrolada foi meio forçado. Aquela coisa de “seu pior inimigo é você mesmo”, sabe? =/

E ainda teve o lance da autora alterar/criar novas regras sobre o Furtanoite, a droga que permite a permanência da consciência em um hospedeiro só para poder gerar o clímax das páginas finais…

No fim das contas valeu descobrir que os vilões não são bem quem a gente achava, isso foi uma virada legal. Mas toda a montanha russa de emoções que a autora tenta criar por conta da fragmentação da alma de Paul e as dúvidas dos dois sobre o relacionamento deles foi tão boring.

É como se ele nunca mais fosse ser a mesma pessoa de novo, porque foi “infectado” pelas personalidades das outras versões em que seus pedaços ficaram alojados… E ele não saber lidar com esse volume de sentimentos e sensações…

Eu queria torcer pra Paul e Marguerite realmente serem feitos um para o outro em todas as dimensões, mas eles só estão parecendo personagens imaturos e mal desenvolvidos… Daqueles que falam “talvez não devamos ficar juntos”, “talvez não fomos feitos um para o outro”… Ah, sério?!

Tou quase torcendo mesmo para que eles se separem. Bem, falta o último e espero que Claudia Gray consiga se redimir pelo desenvolvimento dos personagens em Dez mil céus sobre você. Ou então eu fiquei tão coração gelado que não sirvo mais para ler YA… :P Sempre existe essa opção.


Outras resenhas da série

  • mil pedaços de você - claudia gray

Até a próxima! o/

Onde comprar: Amazon (compras feitas através do link geram uma pequena comissão ao blog ^.~)

(Este livro foi cedido pela editora HarperCollins Brasil para resenha e divulgação no blog)

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2 Comentários

  • Responder Laura Maciel 23 jun 2017 at 22:37

    Comecei lendo livro e já estou cansada… Além da Marguerite ficar explicando cada coisa e cada acontecimento que aconteceu no livro anterior, percebi que nem a escritora mesmo sabia o que escrevia, já que na parte em que a Marguerite lembra a seus últimos momentos que esteve com o Paul (a partir da pagina 60), no primeiro instante ela usa calça jeans e depois ela fala que esta usa saia.
    Serio, será que a escritora não deu uma revisada básica no que escrevia?

    • Responder Samara Maima 26 jun 2017 at 11:55

      Laura! Vou precisar pegar o livro assim que chegar em casa pra conferir esse lance da incoerência na roupa, porque deixei passar batido! O.o
      E também me incomoda a Marguerite ficar o tempo todo explicando tudo de novo. Além de afirmar sempre, e de novo, e de novo, como ela ama o Paul, como eles deveriam ficar juntos…
      Sinceramente, estou um pouco decepcionada com a trilogia, o que é uma pena. Tinha bastante potencial. =/

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