resenha

Ligeiramente Pecaminosos – Mary Balogh

11 jan 2017
Informações

ligeiramente pecaminosos

mary balogh

arqueiro

série os bedwyns #5

272 páginas | 2016

3.5

Design 4

História 3

Em meio à Batalha de Waterloo, lorde Alleyne Bedwyn é ferido e dado como morto pela família. Ao acordar, ele se vê no quarto de um bordel sem lembrar quem é ou como foi parar ali. Sua única certeza é que deseja conquistar o coração do anjo que cuida dele todo dia.

Contudo, assim como ele, Rachel York não é quem parece. Depois de enfrentar uma situação difícil, que a levou a viver numa casa de pecados, agora a bela e inteligente jovem precisa recuperar seu dinheiro e as economias das amigas prostitutas, roubados por um falso clérigo. E o belo soldado de quem vem cuidando parece perfeito para se passar por seu marido e ajudá-la em seus planos.

Porém, apesar de ter perdido a memória, Alleyne não perdeu nada de sua sedução. De volta a Londres, os dois se envolvem em um escândalo pecaminoso e, a cada beijo, esquecem que seu relacionamento é apenas uma farsa e ficam mais perto de se entregar à paixão.

Neste quinto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh apresenta um romance repleto de humor, com personagens carismáticos que o leitor não conseguirá abandonar ao fim da história.

Design

De todas as capas da série, Ligeiramente Pecaminosos é a que mais se aproxima da minha favorita, de Ligeiramente Maliciosos. Engraçado que provavelmente eu reclamaria dela hoje em dia, porque a moça está de costas (mas melhor de costas do que decapitada…).

Mas Pecaminosos tem o mesmo problema que eu já comentei em Seduzidos… um bloco branco muito grande usado para melhorar a legibilidade do título sobre a foto.

Eu até gosto dessa imagem… não sei bem porque, mas a pose, a expressão no rosto da modelo me lembram pinturas barrocas, algo meio Vermeer. Aquele da menina do brinco de pérola, sabe?

De resto, já comentei sobre o padrão de título/autora e miolo nos livros anteriores, dá um pulinho nas resenhas de Ligeiramente MaliciososLigeiramente Escandalosos e Ligeiramente Seduzidos para dar uma olhada.

É… acho que nenhuma capa vai barrar meu amorzinho por Ligeiramente Maliciosos…


História

De todas as histórias dos Bedwyns, Ligeiramente Pecaminosos foi a que menos me conquistou, não por conta dos personagens, mas mais pela forma como Mary Balogh escolheu escrevê-la.

Se vocês lembram de Ligeiramente Seduzidos, Alleyne é dado como morto por ter desaparecido durante a batalha de Waterloo, enquanto tentava entregar uma carta do front de batalha na cidade de Bruxelas.

Muito bem, Ligeiramente Pecaminosos começa contando o que aconteceu com Alleyne enquanto ele tentava fugir da zona de guerra e voltar para a cidade. Depois de ser atingido por uma bala perdida, Alleyne continua a jornada pela floresta de Soignes, perde muito sangue do ferimento, acaba desmaiando, caindo do cavalo e batendo a cabeça. É uma desgraça só.

Em Bruxelas, Rachel York está se hospedando na casa de uma antiga tutora que, por conta dos acontecimentos da vida, se tornou uma prostituta. Acontece que Rachel trouxe a ruína para sua tutora e outras duas amigas prostitutas na forma de um jovem e bonito pastor. O canalha fingindo bondade, roubou todas as economias de Rachel e de suas amigas, prendendo todas em Bruxelas. O dinheiro que as três mulheres guardaram serviria para que abandonassem a vida de prostitutas e pudessem se dedicar à sua aposentadoria, e agora não conseguem nem voltar para Inglaterra.

Se sentindo culpada pela situação de suas amigas, Rachel aceita ir junto em uma missão de revirar os corpos de mortos da batalha e saquear qualquer bem de valor que possam ainda ter em sua posse.

E é assim que Rachel encontra um homem nu, com um tiro na perna, mas ainda vivo. A jovem consegue convencer um sargento que passava a levar o homem de volta para Bruxelas dizendo que é seu marido. Acaba que o homem nu e o sargento, que perdeu um olho na batalha e foi liberado de seus serviços do exército, também ficam na casa das prostitutas. E foi aqui que eu achei que Mary Balogh me perdeu um pouco.

Quando o homem que Rachel encontrou acorda ele está sem memória. Não sabe seu nome, se é um nobre, porque estava na floresta próximo ao campo de batalha de Waterloo. E era uma ótima forma de a autora conduzir a história, sem realmente afirmar que o homem é Alleyne. Tá bem que nós como leitores provavelmente saberíamos o tempo todo, mas sabe aquela dúvida que a autora poderia ter deixado ao longo dos capítulos?

Mas Mary Balogh prefere conduzir a narrativa em terceira pessoa já dizendo para o leitor que o jovem desmemoriado é Alleyne, e acho que a história perde força e interesse. Eu gostaria muito mais se em nenhum momento isso fosse dito, só quando da resolução e da revelação final.

Outra coisa que eu achei meio mal conduzido ou construído foi a necessidade de Rachel fazer com que Alleyne acreditasse que ela também era uma prostituta como as outras mulheres da casa em Bruxelas. É como se ela precisasse defender a honra das mulheres se comparando com as outras para que elas não fossem desmerecidas ou diminuídas. Então ela se esconde atrás de mentiras ao invés de defender as amigas de outra forma. Para ter uma aventura sexual, permite que Alleyne acredite que ela é experiente e perde sua virgindade do pior jeito possível.

Rachel passa o resto do livro tentando se convencer de que não gosta de Alleyne, e de que não quer mais nenhum relacionamento sexual, já que o ato em si é tão insatisfatório e ela tão sem graça. E é Alleyne que acha que fez um ato pecaminoso ao deflorar Rachel achando que ela é uma prostituta, quando obviamente ela não é.

As aventuras que todo o grupo tem que passar para recuperar o dinheiro das mulheres e conseguir as joias que são de Rachel por direito de herança é muito interessante e bem desenvolvida. A busca pela real identidade de Alleyne também permeia toda a história, mas ele mesmo tem medo de descobrir quem é. Os personagens coadjuvantes são muito divertidos e bem conduzidos. É o casal principal que eu não gostei tanto.

O que eu mais quero agora é ler a história do último irmão Bedwyn, Wulfric, Conde de Bewcastle. Wulfric é uma figura fria e distante que eu tenho muita curiosidade em saber como Mary Balogh vai quebrar a casca de gelo que envolve o personagem.


Outras resenhas da série

  • ligeiramente maliciosos - mary balogh
  • ligeiramente escandalosos - mary balogh
  • ligeiramente seduzidos - mary balogh

Até a próxima! o/

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