resenha

O Coração da Esfinge – Colleen Houck

21 out 2016
Informações

o coração da esfinge

colleen houck

arqueiro

série deuses do egito #2

368 páginas | 2016

3.75

Design 4

História 3.5

Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar.

Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez.

Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos.

Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso.

Nesta sequência de O Despertar do Príncipe, o lado mais sombrio e secreto da mitologia egípcia é explorado com um romance apaixonante, cenas de tirar o fôlego e reviravoltas assombrosas.

Design

Eu já falei na resenha de O Despertar do Príncipe minhas opiniões sobre o projeto gráfico do livro. Como é uma série, fora a arte da capa, que agora é amarela com temas de esfinge, o resto todo se mantém.

Entretanto, eu bem gostaria que tivesse um mapa das dimensões por onde Lilly passa ao longo do livro, e do trajeto que ela fez pelo mundo dos mortos para encontrar Amon. Para mim, depois que ela saiu do nosso mundo para começar a sua jornada, ela simplesmente percorreu uma linha reta, porque não consigo me encontrar nas descrições que a autora faz dos lugares. =/


História

Vamos começar dizendo que provavelmente essa resenha vai ter spoilers e certas implicâncias quanto ao desenvolvimento da história, então se você não leu O Coração da Esfinge ou O Despertar do Príncipe, fique comigo por sua conta e risco, ok?

Ok!

Se você já leu a Saga do Tigre da Colleen Houck (tem resenha aqui, aqui, aqui, aqui e aqui! ufa!) meio que tem uma ideia do que pode ter acontecido aqui no segundo livro de Deuses do Egito. Em O Resgate do Tigre, Kelsey precisa passar por várias provações e tentações para tentar salvar Ren, o gatinho por quem ela tinha se apaixonado no primeiro livro da Saga do Tigre. Em O Coração da Esfinge é a mesma coisa, só que eu achei que a construção da história de Lilly estava até indo bem.

Lilly é nosso querido special snowflake, como todo mundo já sabe, e obviamente é a única capaz de ajudar os deuses a resolver um problema que eles mesmos criaram. Logo no começo, a jovem está triste e cabisbaixa porque acredita que perdeu Amon para sempre. Não importa que ela passou para a faculdade que seus pais escolheram, que acabou a escola, que ela sobreviveu a quase libertação de Seth. Ela não tem mais o Amon! Lilly acha que ele está morto, em seu sono de mil anos até o próximo despertar.

Mas né. No final de O Despertar do Príncipe “deu ruim”, Amon se revoltou contra seu destino de Filho do Egito e fugiu de seus deveres, indo parar no mundo dos mortos. Só que os deuses precisam que Amon volte ao “trabalho”, uma vez que Seth está ficando cada vez mais forte e provavelmente os três irmãos vão ter que fazer alguma coisa antes dos mil anos passarem.

Quem você acha que vai poder resolver todos os problemas dos deuses?! Isso mesmo. Somente Lilly, nossa querida menina mortal, pode chegar até o mundo dos mortos, salvar Amon e talvez impedir que Seth tenha outra chance de se libertar. Então, tá. Deuses com poderes cósmicos e fenomenais não podem fazer nada…

steve carrell ok then

Obviamente que Lilly decide abrir mão de tudo para poder salvar Amon, e se de quebra ela conseguir salvar toda a realidade, tá bom também. Mas tomar essa decisão vai ter um custo para a jovem: ela precisa passar por uma transformação para conseguir chegar até o mundo dos deuses e depois ao mundo dos mortos. Quem nunca, não é mesmo?!

Estou sendo irônica, mas abraçando a ideia que este é um YA “sobrenatural” com uma menina que é a the chosen one, a evolução de Lilly estava sendo muito interessante! Porque, apesar de existirem três Filhos do Egito, ela estava se esforçando para salvar aquele que ela ama sem depender de nada nem ninguém além da própria coragem e determinação. E eu estava comprando! #girlpower

A transformação pela qual ela passa para se tornar a esfinge do título do livro é legal. A ideia de ela dividir a própria mente com uma outra consciência e que juntas, quando o objetivo e o foco delas é o mesmo, Lilly fica mais forte é muito interessante porque também gera conflitos de interesse.

Tava maneiro, tava legal, MAS!

Acho que o que Colleen Houck gosta mesmo é de romance, e não necessariamente só com o gatinho principal. A personagem tem que se dar bem com TODOS os homens que aparecem na história, todos vão invariavelmente se apaixonar por ela enquanto Lilly também tem uma quedinha por todos.

A história a princípio coloca a “culpa” de todos os homens se interessarem por Lilly no encantamento do escaravelho do coração que Amon deixou com a jovem. Mas depois, quando os outros irmãos de Amon surgem na história, a desculpa são as novas “personalidades” que Lilly agora carrega dentro de si por ser a esfinge. Detalhe que cada uma é “esculpida” para atender um dos Filhos do Egito… Então temos 3 carinhas para 1 corpo, com 3 personalidades presas dentro dele. Ê, lêlê!

Acho que me decepcionei um pouco quando Ahmose e Asten foram incluídos na história como companheiros na busca de Lilly. Ficou parecendo que a autora criou justificativas na narrativa para que os dois estivessem junto com a personagem para resolver os impasses. Como se ela não fosse forte o suficiente ou independente para conseguir se virar sozinha. Uma mulher sempre precisa de um homem para salvá-la, não é mesmo?

E também foi uma forma de ter cenas de romance e tensão entre Lilly e Asten ao longo da trama… O chato é que como Amon fica completamente em “terceiro” plano, você passa a torcer pelo irmão que está “disponível”, que no caso em O Coração da Esfinge, é Asten. Nem Ahmose ganhou espaço para tirar uma casquinha de Lilly.

Lilly também passa a metade final do livro sofrendo com sentimentos que “não entende” de onde estão vindo. Da forma que a autora descreve fica parecendo que a personagem é super volúvel e se interessa por qualquer um que esteja disponível e interessado. Não curti muito. Sei lá, não vejo necessidade de criar tantos triângulos, quadrados ou hexágonos românticos. E essa questão de estarem todas as moças dentro da Lilly é outra complicação bizarra…

No mais, Colleen Houck continua criando várias “sub quests” interessantes ao longo da história para movimentar e evoluir a interação dos personagens e descreve bastante bem as cenas de luta.

Contagem final dos homens que “passaram na mão” da Lilly nesse livro: Amon (em sonho), Anúbis (quase perdeu o controle), Amon-Rá (foi platônico), Hórus (deu uns pegas), Cherty (o barqueiro do mundo dos mortos, ficou encantado por ela), Asten (pegou muito), e Ahmose (estava querendo uma atenção mas só rolou uns abraços). Acho que Colleen Houck precisa trabalhar um pouco mais esse universo feminino aí, não é mesmo?!


Outras resenhas da série


Até a próxima! o/

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