resenha

O Clã dos Magos – Trudi Canavan

21 set 2016
Informações

o clã dos magos

trudi canavan

novo conceito

série trilogia do mago negro #1

446 páginas | 2012

2.75

Design 3.5

História 2

Todos os anos, os magos de Imardin reúnem-se para purificar as ruas da cidade dos pedintes, criminosos e vagabundos. Mestres das disciplinas de magia, sabem que ninguém pode opor-se a eles. No entanto, seu escudo protetor não é tão impenetrável quanto acreditam.

Enquanto a multidão é expurgada da cidade, uma jovem garota de rua, furiosa com o tratamento dispensado pelas autoridades a sua família e amigos, atira uma pedra ao escudo protetor, colocando nisso toda a raiva que sente. Para o espanto de todos que testemunham a ação, a pedra atravessa sem dificuldades a barreira e deixa um dos mágicos inconsciente.

Trata-se de um ato inconcebível, e o maior medo da Clã de repente se concretiza: uma maga não treinada está à solta pelas ruas. Ela deve ser encontrada, e rápido, antes que seus poderes fiquem fora de controle e destruam a todos.

Design

É uma capa ok para um livro de fantasia. Tem uma certa mistura de imagem/ilustração que dá aquela aura de “sou um livro de fantasia, vou ter um mundinho diferente e provavelmente alguma pirotecnia”.

Outra coisa que agrega para essa sensação é a fonte estilo Trajan, utilizada no título e nome da autora. Eu sempre associo a Trajan com coisas épicas e monumentais, o que sempre é o que um bom livro do gênero tenta atingir, não é mesmo? Uma coisa boa na lombada: temos número do volume! Minha estante (no caso, a do meu irmão, já que o livro é dele), agradece imensamente.

Na quarta capa temos um trecho do livro ao invés de sinopse. Não costumo ser muito fã desse tipo de abordagem, gosto mesmo da boa e velha sinopse para ajudar a vender uma capa bem construída. O lance de usar um trecho, é que ele precisa ser tão bom e tão instigante que vai me fazer abrir o livro e ler as orelhas, que provavelmente é onde vai estar a sinopse.

Falando de miolo agora. As aberturas de capítulo tem uma fonte diferente das que foram trabalhadas na capa. Acho que poderia ter sido a mesma do título, criando ainda mais unidade e trazendo para dentro do livro o clima de fantasia. Fora isso, as páginas tem cabeçalho, ponto positivo, um bom balanceamento do tamanho da fonte do texto e da entrelinha, além de margens bem equilibradas.

E como você sabe, para mim, um livro de fantasia sem mapas não está completo! Entretanto, O Clã dos Magos tem mapas no final do livro, pena que aparentemente as imagens estavam em baixa resolução, o que acabou interferindo na qualidade de impressão, que acabou ficando abaixo do esperado em um livro desse porte.


História

Eu ainda estou matutando aqui porque um livro que quase não conta história nenhuma, e onde praticamente nada acontece, precisa ter 446 páginas.

Sério, passei pelo livro de Trudi Canavan esperando que alguma coisa movimentasse de verdade a história. Existe uma tensão social durante o livro, entre os magos, que são formados basicamente por nobres e filhos das Casas (que não são lá muito bem explicadas), e os favelados, que vivem nos círculos exteriores da cidade de Irmadim.

A história de Sonea começa em um dia muito peculiar para os favelados e que acontece todos os anos: a Purificação. Neste dia, todos os favelados que de alguma forma conseguiram penetrar nos círculos interiores da cidade são expulsos pelos magos, como uma forma de conter a pobreza e possível aumento de “violência”. Na verdade, deve ser só uma desculpa para dar aquela melhorada no ambiente, igual quando retiram mendigos e crianças pobres das ruas das cidades durante grandes eventos.

Bem, historicamente, os magos são sempre das classes mais altas da sociedade. No dia da Purificação eles são surpreendidos quando, inesperadamente, uma pedra jogada por Sonea, envolvida de muita intenção de atingir um mago, realmente rompe as barreiras levantadas por eles e atinge um bem no meio da testa. A jovem é apontada por um do magos próximos, mas um rapaz ao lado dela acaba sofrendo as consequências de seus atos e é assassinado por um ataque mágico.

Se os favelados, e Sonea, já odiavam os magos por sua falta de empatia e de ajuda aos mais pobres, agora então todos estão ainda mais desconfiados. Começa uma busca para encontrar a jovem favelada que conseguiu romper um escudo mágico e atingir um mago do Clã. E eu juro, não aguentava mais ler sobre como ela tentava usar seus poderes recém descobertos, e tinha que fugir e se esconder em um novo lugar. Repetidamente, capítulo após capítulo…

Sonea não está sozinha, ela tem ajuda de um antigo amigo dos tempos de “farra” nas ruas, e Cery tem contato com os Ladrões, uma guilda de foras da lei que são, de certa forma, os antagonistas do Clã dos magos. Vendo que pode ser interessante para os Ladrões ter uma maga em seus rankings, um dos líderes decide ajudar a esconder Sonea e incentiva a jovem a treinar sozinha. Enquanto isso, os magos estão procurando a garota por toda a favela.

E fica nisso durante praticamente METADE DO LIVRO. Duzentas e cacetadas páginas de esconde e foge, esconde e foge, esconde e foge… Eu já estava com saco cheio querendo que pelamordedelz alguém consiga pegar essa garota e levar logo para o Clã! >o<

Felizmente a história não é contada em primeira pessoa, porque senão seria ainda pior. Pelos menos dessa forma a autora pode alternar entre núcleos e contar um pouco do que acontece com Cery, e com os magos que estão envolvidos na busca por Sonea. Existe um certo conflito sobre quem deve ser responsável pela garota uma vez que for encontrada, se o mago que foi atingido pela pedra ou o que avistou Sonea, mas não é nada que deixe o leitor muito tenso ou preocupado.

Acho que nada na história deixa a gente preocupado. Eu só queria que a Sonea deixasse de ser cabeça-dura e procurasse a ajuda dos magos logo. ¯\_(ツ)_/¯

Os personagens também são meio rasos, não existe um real desenvolvimento dos relacionamentos entre eles ou mesmo de suas personalidades. E Sonea é praticamente a única mulher da história. Por uma grande parte eu achei que Sonea era ainda mais importante porque era a primeira mulher maga que eles encontravam, mas você vai descobrir mais tarde que até existem outras mulheres, mas é tão an passant, e nenhuma delas se relaciona diretamente com a personagem, que quase não faz diferença.

A única mulher a aparece e interagir um pouco mais com Sonea é a criada de um dos magos quando FINALMENTE a jovem vai parar no Clã. E mesmo quando ela vai para lá a história continua lenta! <facepalm> O único momento que poderia ser de tensão é previsível e não afeta o leitor. Estamos em um ambiente mágico e não acontece nenhum momento pirotécnico, tudo é sempre decidido por blablabla político.

O livro não é envolvente, os personagens são fracos, o world building é irrisório, e a narrativa é tão lenta que eu tive que procurar outra leitura na metade porque queria que alguma coisa acontecesse, mesmo que fosse em outro livro.

E o pior de tudo? Eu provavelmente vou ler o segundo volume, uma vez que a série foi indicada pelo meu irmão e ele me disse que a partir do próximo as coisas melhoram. Então, né, vamos lá descobrir se eu aguento mais um livro da Trudi Canavan.


Até a próxima! o/

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