resenha

Clímax – Chuck Palahniuk

19 jul 2016
Informações

clímax

chuck palahniuk

leya

série ---

224 páginas | 2015

1

Design

História 1

O mesmo autor de Clube da Luta apresenta um retrato afiado do feminismo, do prazer sexual e do apocalipse do marketing em uma nova narrativa sobre as psiques desconjuntadas de homens e mulheres contemporâneos. Penny Harrigan é uma jovem recém-formada em Direito que trabalha no maior escritório de advocacia de Manhattan. Vinda do meio-oeste, ela mora em um apartamentinho no Queens com duas colegas e há tempos não tem nem sinal de vida amorosa. Por isso, imagine o choque que leva quando C. Linus Maxwell – ou “ClíMax”, o megabilionário famoso por casos com as mulheres mais lindas e cobiçadas do planeta – a convida para jantar? Pois ele não só a leva ao restaurante mais badalado de Nova York, como também a uma cobertura em Paris onde, caderneta à mão, começa a conduzi-la por dias e dias de ápices insonháveis de prazer orgásmico. Vai reclamar? Sim: Penny descobre que é a cobaia na etapa final de pesquisa e desenvolvimento da Beautiful You, uma linha de apetrechos sexuais que serão vendidos às mulheres do mundo todo numa cadeia multinacional de lojas. Milhões de mulheres fazem fila para abastecer-se do catálogo de aparelhinhos, tão potentes e eficazes que, por todo o globo, elas chegam em casa, trancam-se no quarto e não saem mais – a não ser quando precisam de pilhas. Alguém precisa deter o plano de Maxwell de dominar o mundo usando o prazer erótico. Mas como?

design

Livro digital, portanto sem avaliação de design.


história

Então… acho que essa é a melhor maneira de começar essa resenha.

Jackie-Chan_WTF

Sempre ouvi falar de Chuck Palahniuk, o autor de Clube da Luta, Sobrevivente e Condenada. O cara que ganhou um Anticast inteiro só para si. O autor que a LeYa está tentando centralizar todos os livros já lançados por aqui. A maioria de seus livros tem notas bastante expressivas e, bem, achei que seria uma oportunidade de conhecer o autor solicitando o livro mais recente dele.

Só que assim, eu não sei porque realmente terminei de ler Clímax. Não sei se o livro realmente é uma sátira ou metáfora com algum tipo de sentido oculto, ou se na verdade é simplesmente uma história ruim e sem sentido escrita por um misógino, machista, chauvinista, anti-feminista, anti-consumo, e que acredita que usar estupros em sua trama é somente uma “vírgula” na evolução da personagem.

Provavelmente eu escolhi muito mal meu primeiro livro de Palahniuk. Minha relação com Clímax foi de única curiosidade para descobrir até onde ele iria com toda a loucura e bizarrice que colocou na história. E me peguei terminando o livro tão insatisfeita e relativamente chocada, com tudo que o autor colocou no desenvolvimento (ou não) de seus personagens.

Acho que a ideia aqui era criticar livros como Cinquenta Tons de Cinza e os romances “idealizados” que costumam ser retratados neles. Criticar a estrutura batida de jovem virgem special snowflake que vai ser retirada do populacho pelo jovem bilionário extremamente experiente em sexo, que vai se apaixonar loucamente e transformar a vida da mocinha. Mas!

O livro trata mulheres como seres insatisfeitos sexualmente, infelizes com seus relacionamentos, feministas completamente frustradas, extremamente consumistas e impressionáveis na busca por novos produtos e experiências. Ele trata o sexo como algo totalmente banal e cria a proposta de que mulheres não precisam de nada, além de si próprias, para atingir o prazer. Mas ao mesmo tempo torna-as completamente submissas aos seus desejos e voltadas para um comportamento de manada.

É para ser uma crítica? Só que ficou parecendo a opinião do autor, sabe? Achei gratuita toda a violência, seja física ou psicológica, que é feita contra as mulheres ao longo da história. E eu ainda me pergunto o que estava esperando ao terminar o livro. Talvez algum tipo de redenção do autor, ou da história, ou uma explicação de “perdão pelo vacilo, o que eu queria mesmo era passar essa mensagem”.

Não rolou. Foi uma experiência ruim, agressiva, sem propósito. Se me marcou foi com a sensação de perda de tempo, e a angústia de ter tentado encontrar algum sentido para um livro como esse existir.

Não funcionou para mim, e se você me perguntar, não recomendo a leitura para ninguém. Acho muito feio falar uma coisa assim, porque livros estão aí para serem livros e degustados e deixar alguma marca na gente. Mas o que Clímax deixou foi um gosto ruim na boca e no estômago, algo que eu não desejo para ninguém. Um tipo de pensamento e postura que não deveria ser escrito nem passado adiante.

Ainda não desisti de Palahniuk. Espero de verdade que eu tenha escolhido o livro errado para começar. E peço desculpas se não tenho mais nada para falar sobre a história.


Até a próxima! o/

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