resenha

Janeiro – Audrey Carlan

21 jun 2016
Informações

janeiro

audrey carlan

verus

série a garota do calendário #1

144 páginas | 2016

3.5

Design 3.5

História 3.5

Ela precisava de dinheiro. E nem sabia que gostava tanto de sexo. O fenômeno editorial do ano e best-seller do New York Times, USA Today e Wall Street Journal
Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato.

A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil.

Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser…

Em janeiro, Mia vai conhecer Wes, um roteirista de Malibu que vai deixá-la em êxtase. Com seus olhos verdes e físico de surfista, Wes promete a ela noites de sexo inesquecível — desde que ela não se apaixone por ele.

Design

Quando a Verus postou no Facebook uma pesquisa perguntando aos leitores qual linha gráfica eles preferiam para a série A Garota do Calendário, eu rapidamente escolhi a versão que não ganhou.  XD Sabem, estou meio cansada de capas de livros de romances, independente do subgênero, com mulheres e homens decapitados, decepados, sem cabeças. É um mar de troncos e braços pelas livrarias que chega a ser um pouco assustador.

Então, quando vieram as opções eu fui na que tinha capas conceituais, que não mostrava pessoas, em uma linha parecida com o que foi feito nas capas dos livros da Sylvia Day pela Paralela. Mas bem, não venceu. O pessoal ainda prefere as pessoas sem cabeça. ¯\_(ツ)_/¯

garota_calendario_02

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Fui procurar as imagens no Facebook para mostrar para vocês e percebi que houve uma evolução conceitual das primeiras pessoas sem cabeça apresentadas. Olhando agora, essa primeira versão era mais próxima das capas estrangeiras, que são bem bonitas!, mas que não deu muito certo por aqui. O resultado final de todas as capas é esse aqui em baixo. (Todas as imagens são do perfil do Grupo Record e da Verus no Facebook).

garota_calendario_03

Pelo menos acredito que conseguiram criar um conceito visual bem amarrado para a série toda. Na quarta capa já tem a previsão dos 12 livros que serão lançados. O projeto funciona com uma cor de destaque dentro de um padrão preto/branco, e em cada livro é uma cor diferente. Na capa ela é aplicada no vestido, na área que define o mês/título do livro, e na logo da editora. Na lombada, ela aparece no mês título e como background para o nome da série. E na quarta capa, no texto da sinopse e como background da área com o plano da obra da série.

Só não sei bem se eu gostei da forma como foi construída a marca da “série” que é o texto principal no centro da capa. Acho interessante a fonte sans-serif, ela é bonita e, provavelmente por culpa do formato das letras E e R, me lembra do estilo art déco. Eu só não entendi porque misturar essa fonte com uma serif itálica na palavra “garota” que, na minha opinião de bosta, não combinou e nem agregou nenhum tipo de valor ou qualidade ao que estava sendo criado com a fonte sans-serif.

Por último, vamos falar do miolo. Para variar, ou não, o miolo é basicamente o padrão que todos os livros do grupo Record costumam apresentar. Mesma fonte de sempre, sem cabeçalho nas páginas, que aqui até é compreensível dado as dimensões do livro que são menores, impressão um tanto inconstante, com páginas mais escuras e outras mais claras. A única diferença aqui é que a primeira linha da abertura de um capítulo é toda escrita na fonte “art déco” em maiúsculas, assim como o numero do capítulo também parece ser nessa fonte.


História

Meldelz como esse livro é curtinho! A Verus fez bastante alarde sobre a série A Garota do Calendário, inclusive pedindo ao leitores para escolher a linha gráfica das capas.

Assim, eu gostei de Mia, sua força de vontade e coragem de fazer o que for necessário para proteger sua família. Aceitar ser uma acompanhante que pode, ou não, ter relacionamentos sexuais com seus clientes não deve ser uma coisa fácil. Fico pensando que por mais que haja uma agência por trás, selecionando os homens, assim como eles selecionam as mulheres do catálogo, não garante a integridade física das acompanhantes.

De certa forma a história começada em Janeiro é bem simples. Mia Saunder, sua irmã 5 anos mais nova, e o pai foram abandonadas pela mãe/esposa há muitos anos. Por conta disso, o pai de Mia começou a beber e jogar e se tornou completamente ausente. De certa forma, Mia sempre foi a responsável da família.

Só que Mia sempre teve muito azar em seus relacionamentos, chegando a acreditar que o amor não existe. Seu último namorado era um agiota que emprestou dinheiro para seu pai pagar suas dívidas de jogo. Só que agora, ele foi espancado quase até a morte por não pagar o empréstimo, e Mia precisa arranjar um milhão de dólares para saldar a dívida e proteger seu pai.

Obviamente que ela não tem esse dinheiro, e por isso, recebe uma proposta de emprego de sua tia para trabalhar como acompanhante em sua agência. No começo existe um micro debate interno se ela não estaria se tornando uma prostituta por aceitar esse tipo de “trabalho” pago, mas Mia acaba sendo bastante racional e pesa prós e contras. Outra coisa que faz a jovem tomar sua decisão é a foto de seu primeiro cliente. Se todos forem lindos como Weston Charles Channing Terceiro, que mal tem?

Weston escolheu Mia para ficar 24 dias acompanhando-o em qualquer tipo de evento social, como uma forma de se proteger do “ataque” de mulheres “interesseiras” que poderiam atrapalhar os contatos e conversas profissionais que precisa ter.

O capítulo inicial é todo sobre esse dilema de aceitar ou não o trabalho que a tia oferece, e o resto do livro o relacionamento entre Mia e Wes durante o seu contrato. Como é um livro curtinho, as coisas acontecem relativamente rápido, principalmente porque a história se passa em quatro semanas e a gente não acompanha a vida dos dois diariamente. Obviamente Wes é maravilhoso em tudo o que faz, é lindo, sarado, inteligente, compreensivo, divertido, bom de cama e bastante rico.

Eu curti bastante o estilo da autora. Ouvir a voz de Mia é divertido por conta de sua força e objetividade, mas ao mesmo tempo, em alguns momentos eu acho que ela exagerou no tom de “ácido” e no slut shame que a personagem faz quando fala sobre outras mulheres. Como são interesseiras, como estão vestidas de tal ou tal modo, como sacodem os seios para chamar a atenção de seu acompanhante… Entretanto, quando ela conversa com outras mulheres, de quem Mia realmente gosta, aí é um diálogo mais “normal”. Eu só acho muito estranho quando mulheres se xingam para demostrar amor e amizade, apesar de entender que é o jeito lá delas de serem amigas.

“- Te amo, sua vaca.

– Te amo mais, vadia. (p101)”

Outra coisa que eu achei um pouco superficial é que o livro não tem desafios ou dificuldades. Nem mesmo a questão que coloca em movimento todas as decisões de Mia, seu pai em coma e a dívida de um milhão, não me deixaram apreensiva ou preocupada em nenhum momento. O relacionamento com Wes também é muito tranquilo, eles fazem sexo e tentam não se apaixonar, vão para festas e eventos, voltam para casa e fazem mais sexo. Nem mesmo a possibilidade de ser “acusada” de acompanhante é um assunto difícil ou constrangedor de ser abordado.

Tudo bem que provavelmente a proposta é que sejam livros leves, sensuais e divertidos, sem muitos questionamentos morais ou sociais. Colocar angústias, desafios e problemas para Mia tiraria toda a questão de entretenimento despropositado que parece ser a linha da história e agregaria um certo peso dramático e realistíco (talvez). Nem mesmo o questionamento sobre se “ser acompanhante é igual a ser uma prostituta” é aprofundado além do “breve comentário”. Mas de certa foram, a falta de profundidade na construção dos personagens (afinal, por que a tia de Mia trabalharia em uma agência de acompanhantes?!), em lidar com a situação da dívida, de ser ou não uma “prostituta de luxo”, sobre se apaixonar ou não, tornam a leitura bastante rasa e superficial.

De toda forma, eu me diverti. Quero ler os outros para conhecer os próximos homens com quem Mia vai ter que se relacionar. E espero que de alguma forma ela consiga encontrar seu final feliz, seja decidindo ficar com um dos 12 homens, seja ficando sozinha, seja escolhendo continuar como uma acompanhante para guardar dinheiro, sei lá. Contanto que ela continue com a personalidade forte e ativa, qualquer decisão que tome vai ser muito bem vinda.


Até a próxima! o/

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1 comentário

  • Responder Aline Lanis 5 jul 2016 at 19:34

    Eu li sobre esse livro hoje e já coloquei na minha lista.. mesmo achando que não seria TÃO assim. Sei la, 12 livros me desanima um pouco, ainda mais porque o que você entende é que será basicamente a mesma coisa em todos os livros. Bom, ainda assim pretendo dar uma chance, se você se divertiu lendo pode ser que seja divertido eu ler também. :)

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