resenha

Ligeiramente Seduzidos – Mary Balogh

27 maio 2016
Informações

ligeiramente seduzidos

mary balogh

arqueiro

série os bedwyns #4

288 páginas | 2016

3.5

Design 3

História 4

Jovem, estonteante e nascida em berço de ouro. É apenas isso que Gervase Ashford, o conde de Rosthorn, enxerga em Morgan Bedwyn quando a conhece, num dos bailes da alta sociedade inglesa em Bruxelas.

Em circunstâncias normais, ele não olharia para ela duas vezes – prefere mulheres mais velhas e experientes. Porém, ao saber que Morgan é irmã de Wulfric Bedwyn, a quem Gervase culpa pelos nove anos que passou longe da Inglaterra, decide que ela é o instrumento perfeito para satisfazer seu desejo de vingança.

Mas Morgan, apesar de jovem e inocente, também é independente e voluntariosa e, assim que entende as intenções do conde, se prepara para virar o jogo e deixar claro que não se deixará manipular por ninguém.

Em Ligeiramente Seduzidos, quarto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos brinda com mais uma história fascinante. Em uma trama repleta de traição e vingança, escândalo e sedução, ela mostra que o caminho para o amor pode ser difícil, mas que a recompensa faz cada passo valer a pena.

Design

Se eu comentei que a capa de Ligeiramente Maliciosos, afinal, era a que destoava do padrão dos livros já lançados (e talvez por isso a que eu mais goste), Ligeiramente Seduzidos é a que tem a imagem mais fora do padrão de todas.  Continuo achando a capa do segundo livro a mais bonita e Seduzidos é muito estranha pela proximidade do rosto da moça. Todas as capas anteriores mostravam um pouco mais do torso das modelos, mas aqui, com esse close, cria uma estranha intimidade e submissão que eu não sei se me agrada tanto.

Ok que a sensação de uma ambientação mais diáfana voltou um pouco aqui, mas a expressão e a posição da modelo não estão gerando um clima muito legal para o conceito geral da capa. =/

Também não sei porque colocar tanto degradê de branco na parte inferior da capa, tirando o foco da imagem. As capas anteriores abraçavam a ideia de que “sou uma capa de foto”, não entendi para quê criar esse “bloco” de branco. Talvez isso mostre que a escolha da imagem não foi adequada, uma vez que tiveram que “calçar” a área para permitir a leitura do texto que iria ser colocado ali.

De resto, já comentei sobre o padrão de título/autora e miolo nos livros anteriores, dá um pulinho nas resenhas de Ligeiramente Maliciosos e Ligeiramente Escandalosos para dar uma olhada.

Para fechar, já tem uma prévia do próximo volume que vai sair, Ligeiramente Pecaminosos, e eu vou sempre me perguntar o porquê das mulheres nunca terem os topos de suas cabeças preservados nas capas dos livros… O.o


História

Se eu reclamei que Ligeiramente Escandalosos não foi tão interessante quanto Ligeiramente Maliciosos, Ligeiramente Seduzidos conseguiu me conquistar novamente, e eu escrevi vários ligeiramente em uma mesma frase…

É engraçado como descobri nos romances de época um degrau ou talvez uma muleta para fazer a transição entre leituras. Eu sei que, independente do meu estado de espírito, se eu pegar um livro do gênero para ler, vou ter uma experiência gostosa e despretensiosa.

O mais legal de tudo é perceber também como as autoras do catálogo da Arqueiro, mesmo escrevendo sobre um mesmo tema ou período, conseguem dar personalidades tão distintas para suas histórias.

Ligeiramente Seduzidos foi o primeiro romance de época que li que se passa durante o final das guerras napoleônicas e que realmente envolveram, de certa forma, os personagens principais no conflito. Muitas vezes, em outros livros, os personagens estão voltando da guerra, ou pelo menos, sabem que está acontecendo alguma coisa na França, comandada por Napoleão. Mas o foco nunca é a questão política, ou dos soldados efetivamente partindo para a batalha, ou de como a família deles fica aguardando os resultados.

O começo do livro se passa em Bruxelas, na Bélgica, onde grande parte do contingente do exército britânico está se reunindo para resistir novamente ao avanço de Napoleão. Morgan, a mais jovem Bedwyn, é uma moça à frente de seu tempo (para variar). Ela foi recentemente apresentada à sociedade londrina, mas não quer ser mais um produto à venda no mercado de casamentos inglês. Como irmã do duque de Bewcastle, ela é uma das jovens mais cobiçadas pelos partidos solteiros, mas Morgan quer mais para sua vida.

Assim, ela consegue convencer Wulf, o duque e seu irmão mais velho, a permitir que vá para Bélgica, e lá, ela acaba presenciando o horror da guerra, e encontrando também um interesse romântico inesperado.

Exilado da Inglaterra há nove anos, Gervase, conde de Rosthorn já viajou muito pelo continente, mas agora está em Bruxelas, iniciando uma reaproximação de seus compatriotas. É em um baile oferecido algum tempo antes da invasão de Napoleão que ele vê Morgan pela primeira vez. Quando ele descobre que ela é uma Bedwyn, e irmã mais nova do duque, Gervase percebe que finalmente pode se vingar do responsável pelo seu exílio.

O que eu gostei bastante nesse livro é que mais da metade é focado na estadia de Morgan em Bruxelas durante a guerra. De como ela, apesar de nobre, se envolve no cuidado dos soldados que começam a voltar feridos das batalhas perdidas para os franceses. De sua dedicação a homens que não são nobres, e preocupação com o bem estar dessas pessoas.

É ao longo desse período que Gervase se aproxima mais de Morgan, e os dois começam a ter uma amizade muito forte e importante. E também, quando fofocas sobre o relacionamento escandaloso entre os dois começam a surgir.

Uma questão que eu fiquei um pouco triste é que a sinopse de certa forma conta um spoiler sobre algo que só acontece no meio do livro. Todo o mistério sobre o passado de Gervase e do porquê ele foi expulso pelo pai só é explicado muito depois que ele e Morgan já voltaram para Londres, e só aí que a jovem “se prepara para virar o jogo”. Acho que foi uma informação que não precisava ser dita na sinopse, porque me deixou com a expectativa que fosse acontecer logo no início.

Apesar da diferença “grande” de idade entre os dois protagonistas, que é de 12 anos, eu gostei muito da forma como eles se relacionam e de como Morgan amadurece ao longo das páginas. Apesar de só ter 18 anos, ela consegue ser bastante sagaz e racional, e também é muito lúcida em todas as decisões que toma ao longo da história.

Gervase também é fofo e Mary Balogh conseguiu me convencer que ele realmente se apaixonou pelo seu objeto de vingança. Gosto da dinâmica dele com Morgan, e gosto da dinâmica dela com os irmãos e os personagens secundários.

Acompanhá-la enquanto descobre o misterioso passado de Gervase e o motivo de seu ódio por Wulfric também é muito interessante, e dá à história um “peso” um pouco maior do que a simples resolução do romance entre Morgan e Gervase.

Acho que esse é um dos maiores atrativos de Mary Balogh. A capacidade de criar um enredo que vai além do casal principal, que consegue envolver todos os personagens secundários em uma trama muito mais interessante, com mistérios e segredos que são resolvidos ao mesmo tempo que o relacionamento dos protagonistas é desenvolvido.

Meu único porém com Ligeiramente Seduzidos foi o final. Achei muito estranho a forma como a história acabou, principalmente porque eu cheguei a pensar que tivesse faltando páginas no livro. Provavelmente deve ter a ver com o que aconteceu com Alleyne, mas acho que poderia ter sido melhor resolvido.

Agora só faltam ser lançadas as histórias de Alleyne e de Wulf, que finalmente tem que conseguir derreter toda aquela impassividade e cobertura de gelo para se apaixonar.


Até a próxima! o/

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